Opinião

Uma reflexão em torno dos catorze à Palácio Presidencial (palácio do povo).

Estimados (as) leitores do Tela Nón! Começo como termino, «Amicus Plato, sed magis amico veritas», isto é, estimo Platão, mas estimo ainda mais a verdade. Este provérbio é citado frequentemente para exprimir que a autoridade de um grande nome (como Platão) não basta para impor uma doutrina, uma opinião é necessário que esta seja conforme à verdade, para que a devamos aceitar. Por isso procurarei dentro da minha reflexão explanar de acordo com a verdade.

Tomei a liberdade e a ousadia de falar um pouco acerca da política, visto que todos somos por natureza um animal político segundo Aristóteles. Actualmente quando se fala em “política”, na mente de muita gente vem a ideia de debates parlamentares, lutas partidárias, eleições, votos, campanhas eleitorais, poder de uns sobre os outros. Mas a realidade política chega a transcender estes aspectos. Porque é eminente a cada ser humano e prima essencialmente no chamamento de todos e de cada um na participação da organização da sociedade, isto é, do nosso bairro, da nossa zona, da nossa cidade, do nosso distrito, do nosso país, do nosso continente e por que não o planeta todo!

Estamos a viver momentos tensos no país devido as eleições presidências que se avizinham. Um país tão pequeno como o nosso, com catorze candidatos as eleições presidências é o motivo de nós pararmos e reflectirmos em torno desta “epidemia dos catorze candidatos”. É tempo de fazermos uma escolha sábia, com lucidez e justa de modo que não venhamos a arrepender.

Cada um de nós é responsável pela organização da sociedade independentemente da condição social, da cor, da raça, da crença religiosa, da opção partidária, do sexo. Todos somos políticos acima de tudo. Este é o momento de fazermos valer a nossa voz, porque os latinos dizem: “Vox populi, vox Dei”, isto é, a voz do povo, voz de Deus. Oiçamos com atenção a proposta (o projecto) de cada um dos candidatos. Só assim podemos fazer a nossa escolha através do voto secreto.

O desenvolvimento de São-Tomé e Príncipe depende da boa governação da respública (coisa pública), do colectivo e não do individualismo. Será que os governantes santomenses têm sido bons governantes, pensando na camada mais baixa? Muitos desses pensam em servir-se do que servir, aliás, existem dois termos (servir e servir-se) invés de servir, eles servem-se. S.T.P não precisa de presidente, governantes fortes, mas sim de presidente e governantes honestos. Em vão buscaremos ao longe uma nova era para todos se não a cultivarmos dentro de nós mesmos.

A grande mudança, o fim da pobreza em S.T.P começa dentro de cada um de nós (os santomenses), nos pequenos movimentos que lideramos e vice-versa. Só assim teremos um S.T.P firme, forte, coesa e em via do desenvolvimento.

Culmino como começo, segundo William Shakespeare: «aceitemos as nossas derrotas de cabeça erguida e os olhos adiante com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança…».

Verres Ramos Batista de Almeida Neto.

Luanda, Junho de 2011.

11 Comments

11 Comments

  1. Doca

    28 de Junho de 2011 at 14:37

    Viva meu!O
    Fico feliz pela reflexão feita.
    A grande pobreza do nosso povo esta na mente. Creio que tu tb partilhas esta opinião.
    O Povo de STP esta desprovido de tudo. Todos estes candidatos que pretendem neste momento ocupar o Cargo do NUMERO UM , deviam primeiro comparecer diante da justiça santomense e depois internacional.

  2. Arlindo

    28 de Junho de 2011 at 16:19

    INJA!

  3. Maria Guerra

    28 de Junho de 2011 at 17:15

    Parabenizo pelo discurso. lamneto mas o povo santomense já se conforma com a miseria e mal sabem expressar os seus sentimentos, subjugados por ocultismos… cada um por si safe seq quem puder.

  4. Hector Costa

    28 de Junho de 2011 at 17:39

    Grande poder reflexivo…parabéns!

  5. Horácio Will

    28 de Junho de 2011 at 17:47

    A preocupação com a mudança necessária para STP é das coisas que mais me apoquenta. Tenho irmãos, primos e conhecidos que se encontram na nossa terra e não me conformo com a ideia de que é preciso abandonarmos as nossas raízes, sobretudo quando a situação que o impõe é simplesmente evitável.
    Quando oiço mais uma voz a revelar a nossa necessidade de inverter o percurso que adoptamos, simplesmente digo: MUITO OBRIGADO.
    Assusta-me que possamos ouvir as propostas dos candidatos e depois de votarmos o que tenha melhor ser vencedor das eleições e incumpridor das promessas.
    Por outra, podemos ter o mais persuasivo a conquistar por força de ofertas que muito significam no seio da pobreza que atingimos.
    Continuo a pensar que os intelectuais deviam se reunir numa corrente patriótica de sensibilização aos governantes no poder (palavra de que não gosto) para que estes não se afastem do rumo desejado para o desenvolvimento do país que, tal como diz o Verres Neto,deverá partir de todos nós.

  6. Anca

    28 de Junho de 2011 at 19:17

    Uma boa reflexão,visão e pensamento.

    Deixo aqui, o meu apreço.

    Mas no entanto, eu substituiria, o termo raça, por etnia,uma vez que raça é somente uma, raça humana, e esta percepção tem levado muitos a outro termo,o racismo.

    Esta modesta opinião deve ser vista somente como uma crítica construtiva.

    Bem haja à todos.

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

  7. S. Tomé no coração

    28 de Junho de 2011 at 20:40

    Essas reflexão só apareci nesse momentos de de campanha mas contudo parabéns pela tua reflexão….

  8. Fungula

    29 de Junho de 2011 at 8:31

    Não basta apenas mudar-mos a mentalidade da aceitação da problesa como também precisamos de oportunidade, porque povo é mesmo povo se os nossos governantes estiverem a fechar grandes vias de mudanças não creio muito que o povo mude a sua mente, e não usar-mos o termo “Salva-se a quem puder” como disse a Srª Maria Guerra.

  9. Domingos Antonio

    29 de Junho de 2011 at 14:51

    Bem dito, acho que o povo de stp merece.

  10. bom gosto

    30 de Junho de 2011 at 7:48

    Parabéns pelo texto, mas precisámos de algo mais, independentemente de todos os aspectos que referiu, desde os primórdios o mundo, a sociedade, o pais, a família, a igreja sempre precisou de um líder.E este é o nosso é o maior problema. Não temos referências.Não temos modelo.As pessoas questionam: VAMOS SEGUIR A QUEM? Esses políticos todos corruptos?

  11. couve -flôr

    14 de Julho de 2011 at 16:01

    Devemnos seguir Deus ele é a verdade e a vida.

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