Nenhum Poder, (entendido aqui, Governo e o Partido que o sustenta), quer, em boa verdade, ouvir falar da MOÇÃO de CENSURA e, não é, uma questão que se vive apenas, em S. Tomé e Príncipe, porque constitui sempre uma ameaça para a sua existência.
MOÇÃO DE CENSURA
Por, Eugénio Tiny
Muito se falou sobre a questão, mas muito pouco se esclareceu quanto a mesma:
De tal modo que, volvido esse tempo já passado, durante o qual o País conheceu, um período de grande efervescência política, ainda hoje, muita gente tem questionado, sobre a sua legitimidade e utilidade, no âmbito da política interna são-tomense, com especial ênfase, tal como foi ela utilizada, para a queda do Governo do Senhor Dr. Patrice Emeri Trovoada.
Nenhum Poder, (entendido aqui, Governo e o Partido que o sustenta), quer, em boa verdade, ouvir falar da MOÇÃO de CENSURA e, não é, uma questão que se vive apenas, em S. Tomé e Príncipe, porque constitui sempre uma ameaça para a sua existência.
É preciso, que no entretanto, não se ignore, o ascendente psicológico que a existência da MOÇÃO DE CENSURA no Regimento da Assembleia Nacional e da sua consagração no Quadro Constitucional São-tomense, provoca nos Partidos Políticos da oposição, particularmente, os que têm assento no parlamento. É a única arma de que dispõem para colocar em sentido o Partido no Poder e o seu Governo; não têm outra arma, para com ela, ombrear o poder. Muito se badalou quanto a sua relevância, e, particularmente, se ateve amiúde ao conteúdo das questões enumeradas como fundamento e pertinência para a consumação do facto e das suas consequências constitucionais. Esta questão depende apenas, e, felizmente, da vontade do seu proponente ou proponentes, e tem certa lógica:
Supõe-se que a oposição tivesse de esperar pela aceitação ou não, da relevância dos assuntos admitidos para discussão e aprovação; para todos efeitos óbvios, nunca haveria quaisquer Moções de Censuras, e com elas, os efeitos práticos da lei. Existe propositadamente para favorecer uns e outros quando for o caso.
Não é fácil aceitar-se o seu efeito prático sobretudo, pelo estrago que provoca ao poder destituído, e se se atender, também, ao facto de que as Eleições constituem gastos e outros esforços que são necessários desenvolver-se com vista à sua realização. Mas, deve-se procurar entender, por outro lado, a razão intrínseca da existência de cada coisa Política.
A política é, além da luta pelo poder, também o exercício do poder.
E como é sabido de todos só quando se tem o poder, que é, “ a FACULDADE de MANDAR e a CAPACIDADE de se FAZER OBEDECER”, se consegue levar por diante quaisquer projectos políticos. Daí que, como os Partidos Políticos existem para conquistarem e exercerem o poder, a própria lei, que é o resultante da elevação da consciência colectiva dos povos, no caso em concreto, (Povo São-tomense), cria essas condições, que sendo cegas e acessíveis a todos os Partidos Políticos, numa dada situação em concreto, podem socorrer-se delas para atingirem ao Poder, ou agirem em sua defesa, de modo formal e legal. Refiro-me a Moção de Censura ou de Confiança.
Portanto, a lei cumpre assim, um dos pressupostos da Política no sistema multipartidário que é, também, a COMPETITIVIDADE. Hoje, está o Partido A, amanhã estará o Partido B, e tudo devia se passar no quadro dialéctico, dessa mutabilidade, bipolaridade, e contraditoriedade.
Porém, tal como existe a “MOÇÃO DE CENSURA”, também existe a “MOÇÃO de CONFIANÇA, 1e 2 do art. 224 do RAN”, pouco falado, mas de igual valor jurídico, em favor do Poder submetido à aprovação; tudo depende da HABILIDADE POLÍTICA, ou melhor, do profissionalismo com que são tratadas essas matérias. Deve-se deduzir que quem vence, escusa-se de dizer foi mais profissional e quem perde o seu contrário. É proibido, e até mesmo insultuoso, pensar-se diferentemente sem outras provas.
A não conferir uma maioria absoluta ao Partido vencedor o ADI, para o bem geral de todos os são-tomenses, (e para conferir a máxima de que o Povo, nunca se engana), quis uma outra coisa, que foi, ao meu ver, (com todo o respeito por outras opiniões), não tida em conta. E, sempre, e sempre, erros políticos pagaram-se caros.
A MORALIDADE da POLÍTICA é AQUELA que ELA PRÓPRIA CRIA. (Eugénio Tiny)
Vou continuar.
Addon Tiny
22 de Julho de 2013 at 15:01
Quero parabenizar o escritor do artigo pela forma tão sabia como o mesmo fez abordagem do tema em epigrafe, e ao mesmo tempo apelar ao autor que escrevesse um livro relacionado com questões políticas de S.Tomé,tendo enconta que o mesmo demonstra ter algum conhecimento sobre questões ligadas a política Santomense.
Gente
22 de Julho de 2013 at 22:09
Pois então, o senhor que trate de escrever correctamente, já que está elogiando a quem assim o faça. Não se deve escrever “tendo enconta”, mas sim “tendo em conta”….
Addon Tiny
23 de Julho de 2013 at 8:52
Gente tens toda razão foi um lapso o que é normal para próxima terei mas atenção
Barão de Água Izé
22 de Julho de 2013 at 20:37
Governo que trabalhe bem, com sentido de Estado e do melhor para o País na luta contra a pobreza, não teme moções de censura, pois tem a consciência tranquila.
Barão de Água Izé
22 de Julho de 2013 at 20:39
Caro Eugénio Tiny: O Povo nunca se engana?
Na nossa Terra o “banho” ajuda ao esclarecimento politico e logo a decisões de voto correctas…….
Marcelo Costa
23 de Julho de 2013 at 9:38
Caro Senhor Eugenio Tiny.
Gostaria de refrescar a sua memória e dizer-lhe que o seu desempenhou mum papel activo na queda do governo de Patrice Trovoada.
Gostaria de lhe relembrar também que o senhor foi Presidente da Assembleia Nacional e na altura introduziu o sistema de segurança apertyada para o Presidente da assembleia Nacional, manha que o senhor Alcino Pinto fez agora questão de seguir.
Todavia, o senhor é vice-presidente do MDFM que de certeza tem assento nas reunies dos partidos que sustenta o governo. Portanto, procure ajudar o seu amigo Gabi Costa a melhorar a governação em vez de choramingueira barata.
Olha que com os problemas que o PCD e o MLSTP tem vindo a ter, quer os problemas que o ADI e Patrice vêm tendo, o teu partido pode ir muito longe. Mas para isso, tens que trabalhar.
menina stp
24 de Julho de 2013 at 12:16
Mudam-se Governos e o país continua com os mesmos problemas. Esse mesmo Governo que dizia a sua postura seria ir sempre ao Parlamento hoje foge dele. Se pediram a presença do 1º Ministro e do Ministro da Defesa porquê os mesmos negaram? Os deputados dos partidos no poder, ajudaram essa “fuga”. Agora estão a imitar o Patrice Trovoada? É visto que o atual 1º Ministro não tem conseguido impor nem se fazer impor e vai nas ondas do MLSTP e do PCD e o país fica nas mãos desses poderosos que sempre fizeram o que quiseram desse nosso STP.
malebobo
25 de Julho de 2013 at 10:27
mais sr. eugénico tiny, qual é o seu problema com moção de censura apresentada pelo partido adi