Opinião

Delfim Neves, Presidente parlamentar cessante, vítima de “INTENTONA” golpista

Silêncio! “Gen non” pode falar, aqui em São Tomé!

O plano de execução da sangrenta madrugada, 25 de Novembro, à queima do arquivo humano, até prova especializada, foi devidamente estruturado e comandado pelo próprio chefe do governo que se apressou, em introduzir pernas entre mãos suspeitas. Usurpou funções ao Estado Maior e ministro da Defesa, aquando da comunicação de uma suposta tentativa de golpe de Estado, porque se acha hábil a distrair os são-tomenses para ao todo custo, na foto sagrada, granjear simpatia e apoio financeiro da comunidade internacional.

Triste, os são-tomenses, intelectuais com disponibilidade de megafones internacionais, na deriva do país, não recearem para com a velha profecia, “o ladrão volta sempre ao lugar do crime” e estimulados por vingança ou coisa parecida de um passado preso à mente, olham ao lado como que não fossem vidas humanas, assassinadas em desrespeito aos Direitos Humanos no solo de direito democrático.

Um minuto de silêncio por descanso eterno de Arlécio Costa, prendido nas trevas, em casa para interrogatório extra judicial, quem não conheço pessoalmente e, demais são-tomenses, jovens maltratados e assassinados de forma bárbara, cruel e covarde pelo ódio, rancor e pela vingança hedionda, através de militares, sobre efeitos de algo estranho, no quartel general das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe.

As imagens sangrentas, criminosas e mortíferas, perpetradas pelos militares, defensores da ordem constitucional e do povo, que atravessaram as ilhas de solo santo, desde ao raiar de sexta-feira última, não só reclamam de todo-o-mundo de boa fé, consciencialização e reconciliação, a condenação veemente do teatro maquiavélico.

A solidariedade pessoal, é recomendável e expressa aos familiares dos exterminados e, ao Bano, antigo Presidente parlamentar, Levy Nazaré, cessante Vice-parlamentar e Delfim Neves, cessante Presidente do Parlamento e demais vítimas forjadas, sobreviventes desse arranjo político, imundo e de homicídio de inocentes. Para comemoração de duas semanas da tomada de posse das promessas de vida melhor, os são-tomenses, são merecedores da venenosa cereja por cima do bolo com agravante de assassinar todos declarantes da intentona, antes feito prisioneiros?

Todo crime, por mais perfeição, deixa rasto e os 1001 evidentes na declaração do Primeiro-ministro, sereno e triunfante, desprovido de mínima exibição facial e gestual do momento, tenso, que recusou ter havido mortes, quando nas redes sociais e serviços noticiosos internacionais, já confirmavam e de fonte hospitalar são-tomense, cadáver, juntava-se ao silenciamento do ministro da Defesa, Jorge Amado e da chefia militar. A intervenção ocasional, muito mais tarde, do vice-comandante do Exército, Armindo Silva, com pretenso assalto militar, libertação do tenente Marcelo e, tortura e fuzilamento dos civis, troca factos ao chefe do executivo.

O mais incómodo, o silêncio do Comandante em Chefe das Forças Armadas, o Presidente da República, Carlos Vila Nova, que o bom-senso recomenda cancelar deslocação, prevista para Cabo Verde e ouvir o Conselho Superior de Defesa Nacional, não deixando ao nu, o desprezo pela vida humana com o ato de consumação do massacre de Quartel do Morro.

Sou contra e sempre contra pela forma extremista que muitos são-tomenses, se refugiam mesmo em público para matar na raiz o desnorte político e candongueiro, ao ponto de praguejarem pela necessidade de guerra no solo pátrio, alterando o modelo de estabilidade, harmonia e paz, para limpeza “étnica” dos que manipularam e manipulam os sonhos de Independência Total e Democracia.

Socorrido de 1001 telefonemas e troca de preocupantes mensagens e visualizações de vídeos e imagens do dia, sensíveis ao sentimento humano e o heroísmo do advogado Hamilton Vaz e sua equipa, pude acalmar, um pouco, a revolta. Confesso, desde que sou testemunha de abanão em abanão, da república, inclusive o desembarque dos homens de Afonso Santos, em 1988, nunca senti imenso medo e condoída tristeza pelo rumo desenhado ao país do leve-leve.

A informação noturna transmitida pelo jornalista português da RTP, em São Tomé, defronte ao edifício da polícia judiciária, aonde encontrava-se, finalmente, Delfim Neves para interrogatório judicial, trouxe-me de volta, o ânimo de utilizar a arma da liberdade, em que aprendi a usar desde miúdo, serviçal e leitor apaixonado pelo TEMPO, o jornal do Indico português que em plena autoridade de Samora Machel, dava liberdade de pensamento aos jornalistas moçambicanos.

No encontro que o Presidente Pinto da Costa concedeu-me no Mouro da Trindade, em 2014, (facilitado pelo falecido conselheiro, Diallo Santos – Descanse em Paz amigo) quatro dias, após o povo oferecer a primeira maioria absoluta-parlamentar à ADI, para a minha estupefação, o Chefe de Estado declarou: “A experiência da minoria governativa de 2010, vislumbra um rumo aventureiro e uma agenda bastante perigosa que os são-tomenses, de olhos vedados, voltaram a depositar confiança.” 

Há um princípio basilar do Estado de Direito que dita qualquer cidadão que se expõe ao serviço público e, muito em especial, o político, sujeita-se ao escrutínio permanente da cidadania. Engajado na haste, assumi neste jornal e alimentado pela Bíblia Constitucional, mil e uma teses, denunciando, criticando e aplaudindo políticas e governantes/oposição, especialmente de MLSTP, PCD, MDFM e ADI, sucessivamente, partidos de orla do poder.

No mesmo espírito que a democracia disponibiliza a quem utiliza a arma da liberdade, diálogo e paz, não sendo possível alastrar o pedido às ambições individuais, não é de resistir o momento preocupante e angustiante, sentido pelas vidas humanas, barbaramente assassinadas, dirigir um especial clamor ao executivo que promete investigar a “inventona”.

Trindade e Mé-Zóchi, ainda vivos e mártires do sangrento 1953, pelo que urge os seus membros no governo, não ficarem indiferentes a carregar por mais tempo, mãos de sangue de tortura e fuzilamento de Alércio Costa e demais inocentes de 25 de Novembro para saciar fome ao diabo.

A vida, o bem precioso e único, não deve ser retirada a ninguém. Por elegância e solidariedade à família e aos familiares dos mortos, nossos irmãos, assassinados de forma hedionda, por favor, pela mais dinâmica que dispõe para contribuição e perspetivas de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, assumam consequências políticas do ato macabro e demitam-se, de imediato, do XVIII Governo constitucional. 

De acreditar que Jorge Amado, o ministro da Defesa e Administração Interna, já tem a carta de auto-demissão, na mesa do 1o ministro. Pelo contrário, será posto na rua, pelo chefe, devido a incapacidade dos seus militares terem deixado apenas, quatro miúdos, civis, acederem o quartel general das Forças Armadas para brincadeiras de mau gosto e sacrifício de vidas humanas, em mancha ao bom nome das ilhas.

Manter no governo, é ser cúmplice e responsabilizado pela barbárie de matança dos filhos do povo cristão. O momento chocante e contrário aos ideais democráticos, é mais uma empreitada e espelha o desafio de saber quem é quem, em São Tomé Príncipe, daí aguardar a reação do governo regional, instituições democráticas e cidadania, em especial, habituada a identificar fantasmas.

Para quem a decência mental permite despir-se de camisola e extremismo partidário, a encruzilhada do Primeiro-ministro de orquestração da sublevação civil, detenção e audição dos forjados infratores, a salvaguarda de todas vidas e, posteriormente, tortura com mãos amarradas e fuzilamento de quatro cidadãos, encaminha viagem obscura ao plano de seleção, fechar bicos e chacina de são-tomenses.

O MLSTP/PSD, induzido na manipulação executiva, no espírito de regra democrática, apressou-se no mesmo dia, a condenar a tentativa de sublevação da ordem constitucional e do Estado de Direito Democrático. Ao seu tempo, ontem o partido na oposição, reuniu a estrutura dirigente, condenou a tortura e matança de cidadãos civis às mãos de militares.

Foi uma falsa, sangrenta e criminosa invenção, devidamente encomendada pelo chefe do executivo, em que, acredito, os jovens militares, sem olhos encardidos, haverão de confiar os pormenores aos magistrados do Ministério Público e peritos internacionais, pelo que voltei a dar olhos no cheque em branco, em milhões de dólares, no livro “A Verdade da História” de Delfim Neves. De semblante carregado ao Arzemiro Prazeres “Bano”, em 2008, o PCD caiu no “cambalacho” para elevar pela primeira vez, ao poleiro, o 1o ministro, adversário político, aquando do derrube de Tomé Vera Cruz.

Apesar da minha declaração pública,(não trair Primeiro-ministro do XI Governo, Tomé Vera Cruz) Fradique instruiu Patrice para me convencer a manter no cargo, mas este recusou a dar esses expedientes…(enviou-lhe flores com Júlio Silva, posto de lado pelo novo governo)… Até porque o meu convívio no Governo com um Primeiro-ministro que era especializado a dar golpes, não daria bons resultados. Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. Pág. 235/239

Visualizei o vídeo de Alércio Costa, em que o antigo homem dos Búfalos de África do Sul, recusava qualquer “complôt” nas ridículas estórias de presumível agenda de assassinato do general no estrangeiro que ele, sem ler o destino, exigia o regresso para fazer campanha eleitoral, nas últimas legislativas, junto às tropas e reaver maioria absoluta, oferecida dias depois, 25 de Setembro, pelo povo ao partido.

Gratificante saber que os prisioneiros, estão debaixo de olhos das Nações Unidas. Nenhum são-tomense, nem a comunidade internacional, pessoas dignas de razoabilidade e inteligência, adivinhava que Arlécio Costa, assinava com o convite de regresso do líder de ADI, ao país, o contrato do seu próprio, hediondo assassinato e demais são-tomenses.

Descansem em Paz!  

José Maria Cardoso

27.11.2022

5 Comments

5 Comments

  1. Budu lapa

    27 de Novembro de 2022 at 18:02

    Ator do texto devia ir tomar banho. Excesso de emoção

    • Diasporano CV

      30 de Novembro de 2022 at 23:01

      Um burro , neste caso, de duas patas, so sabe ver palhas e, sobretudo com oculos verdes convencendo -se de que o castanho é verde. E assim está a felicidade feita.
      Será que você consegue enquadrar o tipo de texto que tal senhor te apresentou? Como o cego não vês, não podes ver e seria uma injustiça exigir que visses.
      Estás perdoado, seu vazio!

  2. Sem assunto

    27 de Novembro de 2022 at 20:32

    “O plano de execução da sangrenta madrugada, 25 de Novembro, à queima do arquivo humano, até prova especializada, foi devidamente estruturado e comandado pelo próprio chefe do governo que se apressou, em introduzir pernas entre mãos suspeitas. Usurpou funções ao Estado Maior e ministro da Defesa, aquando da comunicação de uma suposta tentativa de golpe de Estado, porque se acha hábil a distrair os são-tomenses para ao todo custo, na foto sagrada, granjear simpatia e apoio financeiro da comunidade internacional”.
    Homem de coragem e postura, disse tudo ou não é gente de Mé-Zóchi.
    Obvio que o Gabonês orquestrou toda esta chacina, foi a guiné bissau aprender com o seu compadre Sissoko Embaló, como torturar, matar e criar pânico no povo. Deixa me te dizer algo ,ó Pinta Cabra, nós os santomenses não somos gaboneses, lá da tua terra, nem tampouco guinienses, rejeitamos sem exitar a ditadura, derramamento de sangue e outras selvajarias que queres trazer para aqui.
    Não esqueceremos 25 de Novembro de 2022, no tempo certo terás uma resposta a altura, na urna saberemos tratar de te, sanguiário.

  3. Fernando Ceita

    27 de Novembro de 2022 at 22:31

    Escreves muito mas ñ se entente nada. Resume o conteùdo e simplique a escrita. Obrigado

  4. AMILTON GUADALUPE AFONSO PIRES

    28 de Novembro de 2022 at 11:48

    Disseste tudo e mais alguma verdade.
    Não pode alguém fazer campanha para um candidato e pouco menos de 2 semanas do apoiado tomar de posse planear um golpe de estado ao seu próprio apoiado.
    Prova disso é realmente a pressa das declarações do próprio autor.
    Não devia ser o Chefe de Estado Maior ou Ministro de Defesa fazer essas declarações?
    Não precisa ser inteligente para se fazer a real leitura desses acontecimentos.

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