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Caprichos da população podem facilitar o ressurgimento do Paludismo

Duas semanas após o lançamento da XIII campanha de pulverização das casas, principal estratégia do país para atingir a eliminação do Paludismo, aumenta a resistência da população em aceitar a pulverização das suas casas.

Hamilton Nascimento, Director do Programa de Luta contra o Paludismo, denunciou que «há comunidades onde a recusa é bastante significativa».

As equipas de pulverização estão a ser expulsas de muitos quintais, em que os moradores justificam a recusa em aceitar a pulverização, com o facto de o processo provocar muito trabalho, na arrumação dos móveis em casa.

«A luta contra o paludismo e a eliminação é um processo longo. Nesta altura estamos na fase final, e não podemos recuar», avisou o Director do Programa de Luta contra o Paludismo.

Exactamente numa altura em que São Tomé e Príncipe, se prepara para atingir a meta no combate contra o paludismo, que é a sua eliminação, parte significativa da população decide travar a marcha nacional rumo a meta. «A população deve lembrar que há alguns anos havia muitas mortes pelo paludismo. E a pulverização fez recuar para a situação actual que é de zero mortes por paludismo. Temos que avançar em direcção a eliminação», frisou Hamilton Nascimento.

Paludismo provocou muito sofrimento ao povo de São Tomé e Príncipe. Centenas de mortes eram registadas anualmente no país, sobretudo crianças menores de 5 anos. Muitas crianças sofrem até hoje as consequências do paludismo, com problemas de forro psiquiátrico.

Milhares de são-tomenses, tinham perdido a capacidade de trabalho, porque os ataques do paludismo eram semanais.

Uma doença que provocou baixa drástica na produção e na produtividade no país. Ao ponto de algumas empresas que exploravam a produção do cacau em São Tomé, durante a década de 90 do século passado, terem justificado a suspenso das suas actividades pelo facto dos trabalhadores estarem sempre com paludismo.

As autoridades nacionais, têm que confrontar a população que resiste a pulverização das casas, com o cenário de hecatombe social que poderá acontecer com o ressurgimento do paludismo.

Abel Veiga

 

 

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4 Comments

4 Comments

  1. Fernando Simão

    4 de Outubro de 2017 at 11:48

    As Autoridades competentes devem deixar de constatações e lamentações que nesses últimos tempos tem sido recorrentes, por ocasião das campanhas de pulverização e tomar as medidas punitivas previstas na Lei com vista a que esses prevaricadores cumpram com o seu dever de deixar as equipas aplicarem o produto nas suas casas, porque está em causa a saúde pública, ou seja, a saúde de toda a população.

    • Ralph

      6 de Outubro de 2017 at 4:33

      Concordo muito com isto.

      A resistência na parte dos residentes referida no artigo não me faz nenhum sentido. A pulverização de todas as moradias deveria ser feito obrigatória e qualquer não cumplicidade deveria ser punida pelas autoridades. É um assunto de saúde pública que afeta toda a sociedade. Talvez os moradores que se recusassem ter as suas casas pulverizadas poderiam ser servidos com multas sevéras como uma força dissuadora. Os indivíduos não deveriam ter qualquer escolha.

      Na Austrália, foram introduzidas recentemente leis que punirão os pais que escolham não imunizar os seus filhos e aqueles pais não receberão os seus pagamentos de segurança social. Estas medidas são bem-vindas porque qualquer aumento do nível de crianças não imunizadas põe em risco a saúde de toda a população austráliana pela contração doenças que hoje em dia estão maioritariamente extinguidas. Acho que algo semelhate deveria ser introduzida em STP em relação a prevenção do Paludismo.

  2. fala verdade

    4 de Outubro de 2017 at 14:28

    A saúde publica já esta em risco, deve é fazer uma pulverização em todos os matos e valas de STP em vez de se preocuparem com casa, porque pulverizam casa e não pulverizam matos e valas é mesmo que nada, o mosquito sai de casa vai para rua fazer sua cria onde não esta pulverizado e assim vai picando as pessoas e no fundo o paludismo continua. Não há motivação para população abrir portas das suas casas porque é mesma coisa dando ou não não tem nenhum efeito porque pessoa fica parada no quintal mosquito de paludismo chupa o sangue da pessoa e mais há patrões neste STP que desconta o salario da pessoa este dia que faltou para dar pulverização em sua casa então as pessoas começam a deixar de dar para não ser descontado o seu salario. Acho que governo tem que tomar medidas com esses tipos de patrões porque ele próprio não da em sua casa como é que ele vai deixar empregada dar, deveriam pensar num outro sistema de pulverização como por exemplo ter em toda farmácia o produto como aquele tipo de ambientador que se põe no carro ou mesmo que ele seja elétrico ou seja funciona com energia, porque hoje em dia há muita tecnologia bem avançada. Assim ficaria melhor sem chatice de ter pessoas estranhas há entrar casa do outro. Fui
    Força STP

  3. João Barbosa

    7 de Outubro de 2017 at 16:42

    A Culpa de tudo isto tem as autoridades nacionais
    Uma atividade tão importante que joga com o proprio futuro do país está a ser feita de forma voluntária. Quem quiser abrir as portas que abra, quem não quiser não abra.
    Onde estão os deputados da Assembleia Nacional para prepararem uma lei que obriga a toda a gente a residir em STP a abrir as suas portas. A equipa de pulverização deve fazer-se acompanhar de um agente do tribunal ou da policia que deve forçar a abertura das portas das casas fechadas para pulverização.
    Onde está o Governo para preparar um Decreto que obriga a prlverização nas casas.
    Onde está o tribunal e Ministério Público para promover ações que obrigam a pulverização.
    Eu pulverizo a minha casa. O meu vizinho não pulveriza a sua. Mas os mosquitos que ele está a criar em sua casa irá me atacar e atacar os meus filhos. Quém é que eu devo levar a tribunal. Ele? O Governo? Autoridades Judiciais? A Assembleia?
    Por tanto, vamos deixar de lamentar e começar a agir. Eu e a minha familia conhecemos nos anos 70, 80, 90 e 2000 as atrocidades do paludismo. Hoje rezamos para Deus para que este passado nunca mais volte para o presente. No entanto existem alguns gatinhos pingados, ignorantes que junto com as autoridades irresponsáveis nacionais estão a jogar tudo para o chão. Talvez o Governo não tome medidas porque é oo dinheiro dos parceiros que está a ser gasto. Mas não se esqueçam que os parceiros tem o limite na sua paciência.
    Bem haja STP
    Abaixo as autoridades e os gatinhos pingados irresponsáveis
    JB

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