Cultura

Silêncio e lágrimas marcam festa da poesia

Muitas lágrimas, emoções, músicas e revelações dos futuros poetas, marcaram o 1º Festival de Poesia, celebrado no pretérito sábado, nas terras maravilhosas.

O auditório do Arquivo Histórico, na capital santomense, foi pequeno para acolher quase duas centenas dos amantes de poesia, que quiseram dizer sim ao 1º Festival da arte que vem ganhando terreno no arquipélago, no seioda camada juvenil, como revelou o festival, que teve como o público-alvo, os alunos do segundo ciclo do Ensino Secundário e dos níveis iniciais da graduação, 1º e 2º ano.

A expectativa quanto ao desenrolar da actividade era grande, mas, a maior era quanto ao vencedor do concurso “Os Novíssimos”.

As condições estavam criadas, e o apresentador (Wildiley Barroca) subiu ao palco, chamando em seguida o Director da Cultura, Nelson Campos, que começou por felicitar a comissão que arquitectou o evento, com profundo agradecimento ao Centro Cultural Brasil- São Tomé e Príncipe, não tirando mérito aos outros parceiros, que estiveram envolvidos na materialização desta festa.

Nelson Camposfrisou a importância do género para as nossas vidas, enaltecendo o facto de elegerem os alunos como o público-alvo da cerimónia.

“A poesia tem uma particular importância nas nossas vidas, ela está em tudo. Ela está num piscar dos olhos, ela está no caminhar, nos nossos passos e também está no nosso íntimo. Eu penso que a importância que devemos atribuir a este evento é o facto de nós temos feito aposta na camada juvenil, que por conseguinte, são alunos, que também têm este género que é a poesia, como sendo uma das unidades curriculares”.

Campos enfatizou dizendo que, se começamos a trabalhar agora na mudança de paradigma dos jovens, no sentido de incentivar a produção, leitura e a escrita, a médio prazo teremos uma geração de gente com sólidos conhecimentos linguísticos.

“Eu penso que por este caminho, futuramente nós teremos uma geraçãode escritores, de pessoas com sólidos conhecimentos linguísticos, que é afinal aquilo que queremos. Teremos também uma geração que consiga exprimir, contribuindo de forma significativa para resolução dos problemas da nossa terra”.

Essas palavras foram agraciadas com enormes aplausos dos presentes, antevendo a forma como iriam viver e reagir aos determinados momentos da actividade.

A medida que a noite ia avançando, os amantes da arteiam vivendo as apresentações que antecediam o clímax da actividade (momento da divulgação do vencedor do “Os Novíssimos”), com aplausos, sorrisos e ansiedade.

Angústia era grande no seio dos concorrentes, subia a temporada, e o mestre da cerimónia, anunciava o nome do trabalho e do autor vencedor do primeiro concurso “Os Novíssimos”.

Era nada mais e nada menos quea Dolginete Tebús, com trabalho ‘Tudo é Poesia’.

Amesma já tinha sido premiada com 4º e 6º lugar, com os textos, ‘Gritos de Encontros’e ‘África, respectivamente’.

Nesta altura faltavam palavras, e em determinados momentos o ar a Tebús, para expressar o que lhe vinha na alma, após a coroação, que não estava nos seus planos.

“[Silêncio e lágrimas]. Eu sinceramente não esperava ter algum êxito neste concurso. Eu só me escrevi para participar. [silêncio]. Eu só tenho que agradecer primeiro a Deus, segundo a minha mãe, a minha guerreira e batalhadora, e obrigada a vocês, obrigada Alda do Espírito Santo. Obrigada…Obrigada…Obrigada”- concluiu a vencedora.

O festival continuou com recital de poesia de alguns jovens e actuação de vários cantores convidados, que coloriram a noite que já cobria o sábado.

BRASIL- CENTRO CULTURAL (2)Neste sentido foi chamada ao palco, para fechar com a chave de ouro o 1º Festival dePoesia, a Directora do Centro Cultural Brasil-STP, Leila Quaresma, para proferir o discurso do encerramento, onde começou por agradecer todos que prestigiaram o evento, com devido realce para os participantes do concurso ‘Os Novíssimos’.

“É com muita alegria que nós fazemos este evento hoje, em particular nós do Centro Cultural, que idealizamos e de repente as parceiras foram surgindo uma atrás da outra e interlaçando, cada uma da sua forma. Este evento foi concebido para celebrar o dia da poesia, que foi comemorado no dia 21 de Março, esta data declarada pela XXX Conferência Geral da UNESCO em 1999, e teve como objectivo principal de difundir a produção poética, bem como de revelar e valorizar talentos no campo da poesia”.

Entre tanto, Leila Quaresma relembrou que o festival não resumiu somente neste dia, o mesmo teve o seu início com diversas oficinas, concursos e cine-brasil (especial).

Este festival está sendo realizado hoje sim, mas não somente hoje e sim já vem ocorrendo durante o mês de Fevereiro e Março, com o concurso de poesia, oficina de produção escrita, com a poetisa Conceição de Deus Lima e a professora Maria Fernanda Pontífice, esta segunda fase também para nós foi muito importante. Em seguida veio a oficina de declamação com Wildiley Barroca, a oficina de ritmo e poesia com o Ivanick Lopandza e uma secção especial do cinema. Também temos aqui um varal de poesia”. 

Falando já a pensar no futuro, Quaresma lançou o apelo as outras entidades, de modo a contribuírem para a concretização da segunda edição, onde espera poder contar com a participação de todos.

Antes de deixar o palco, a mesma prestou uma homenagem aos poetas, recitando o texto do Rogério Martinelli.

Com estas palavras, a cortina caiu sobre o 1º Festival de Poesia-2017, que foi organizado por Centro Cultural Brasil-STP, ULAJE Clube UNESCO, Biblioteca Nacional e CNJ, com parceria doSEP, Socogesta, UNITEL e CFAO-Motors.

Gil Vaz

1 Comment

1 Comment

  1. Amigo da poesia

    26 de Abril de 2017 at 14:55

    Foi muito lindo. Só visto.

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