Cultura

Guitarrista que deu ritmo especial à música de STP foi homenageado

Leonídio Barros é um dos nomes de São Tomé e Príncipe que marca o ritmo das músicas do arquipélago. Um músico que começou a despontar-se no ano 1978 através do agrupamento musical “ África Negra”.

«Iniciei no conjunto África Negra, mais concretamente numa festa de São João dos Angolares realizada na roça São João….Logo após algumas semanas, comecei a ganhar muita fama por causa de alguns ritmos escaldantes que fazia alegrar muitos corações na altura, principalmente aos militares das forças armadas angolanas que estavam destacados em São Tomé, as FAPLA», recordou o músico Leonidio Barros.

Segundo o guitarrista os seus ritmos contribuíram para o surgimento em São Tomé da dança “Cabetula”. Uma dança imposta nos terraços da altura pelos militares angolanos (FAPLA). «Foi assim que nos anos 80, o conjunto África Negra tornou-se famoso no estrangeiro ao ponto de recebermos vários convites. Pois, lembro-me de termos ido 9 vezes à Angola. Também fomos a Portugal no ano 1981,  Cabo Verde em 1987, e para o Gabão em 1992»,relatou Leonídio Barros.

Leonídio Barros não é apenas um guitarrista. Não é apenas um cantor. É sim, um músico. «No África Negra cantei temas musicais como “Alice” em 1983 que foi considerado como melhor música do ano, também cantei “Todo mundo tem um amor na vida…”, Fati muê,   Bassola, e muitos outros temas», pontuou.

Os ritmos produzidos pela sua guitarra conquistaram o mundo. Através do conjunto África Negra levou o nome de São Tomé e Príncipe aos quatro cantos do mundo. Alemanha, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Macua são alguns pontos do mundo, onde o ritmo de São Tomé e Príncipe marcou presença durante os 43 anos de actividade musical de Leonídio Barros.

Um expoente máximo da música são-tomense, que foi homenageado no passado sábado 18 de Dezembro em Lisboa. Emigrante em Portugal, Leonídio Barros marcou presença na sede da Associação das Comunidades São-tomenses em Portugal (ACOSP), localizada em Benfica-Lisboa. A comunidade são-tomense em Portugal, principalmente em Lisboa acompanhou a cerimónia de homenagem.

«Quando falamos da fama mundial da banda África Negra, daquelas batidas que não deixam ninguém indiferente, estamos a falar de um conjunto de artistas extremamente talentosos, e um deles é, claro, o nosso guitarrista Leonídio Barros», afirmou Jess Falnder, o promotor da homenagem ao guitarrista.

Jovem, no entanto admirador da música tradicional de São Tomé e Príncipe, Jess Flander, entregou ao guitarrista Leonídio Barros um conjunto de equipamentos para produção musical.

«É o primeiro passo, é o momento também  de desmistificar o conceito de que só o Estado pode e tem a obrigação de homenagear os ícones da música e da cultura do país. Nós também  podemos fazer valorizando assim a nossa cultura ….Pretendo também homenagear outros artistas nacionais », prometeu Jess Flander.

Note-se que o jovem que diz ser amante da música genuinamente são-tomense colaborou no passado recente, nos espectáculos  que o conjunto África Negra realizou nos vários palcos europeus.

Abel Veiga

4 Comments

4 Comments

  1. Carla Lopes

    21 de Dezembro de 2021 at 12:39

    Grande Jess Flander meus parabéns

  2. Obama+Desorientado

    21 de Dezembro de 2021 at 16:53

    Excelente, excelente, excelente, Leonildo Barros é do que de bom temos na musica Santomense e nos PALOP. Merecido.

  3. Ceita

    22 de Dezembro de 2021 at 7:58

    Tiro o chapéu tanto para o homenageado,que não vejo á muitos anos,bem como para o autor da homenagem. Os dois estão de parabéns.

  4. Madiba

    11 de Janeiro de 2022 at 10:06

    Os meus parabéns ao jovem autor da iniciativa, ao Leonildo Barros que pessoalmente, sempre admirei muito e ao seu/nosso África Negra! Muitos parabéns!

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top