A Puíta e a Tafua são as duas manifestações culturais de São Tomé e Príncipe originárias de Angola.
Fidelino de Jesus, embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe intensificou nas últimas semanas o contacto directo com a comunidade angolana na ilha de São Tomé. As marcas da identidade cultural angolana, foram destacadas no último fim de semana na comunidade de Riboque-Santana.
«Considero uma dádiva vocês aqui distantes de Angola, poderem preservar a nossa cultura, que foi trazida pelos escravos, e pelos contratados», declarou o embaixador Fidelino de Jesus.
A exibição da Puíta de Riboque Santana, despertou a atenção do corpo diplomático angolano para o facto de os descendentes de angolanos preservarem valores identitários que estão a ser esquecidos na terra mãe, ou seja, Angola. «São particularidades que mesmo em Angola já estão a ser esquecidas», reforçou o embaixador de Angola.
Factor que enche de orgulho a representação diplomática. «E nos dá a vontade de prestar atenção e investir nesses valores para serem divulgados e preservados, e que aconteça a transmissão para os mais novos. Esta é a nossa cultura», frisou Fidelino de Jesus.
Tanto a Puíta como a Tafua, são manifestações de canto e dança acompanhadas por um batuque vibrante. Com uma fogueira no centro do terreiro para aquecer a muçumba, a Puíta caracteriza-se por duas filas de dança. Uma para homens e outra para as mulheres. O batuque, e sobretudo o canto antigamente em língua Kimbundu guiavam as duas filas. O cruzamento do homem e da mulher implicava a dança do par até o fim da pista.
Na Tafua o canto e a o batuque animam a dança em roda.
«Vamos dar apoio para se organizarem, para terem um espaço onde possam ensaiar e fazer as apresentações», prometeu o embaixador.
Segundo o diplomata angolano, as manifestações culturais que os escravos angolanos trouxeram para São Tomé e Príncipe, vão ser «divulgadas a nível de São Tomé e também em Angola. Em determinados momentos podemos mostrar em Angola os valores culturais que foram preservados em São Tomé e Príncipe», acrescentou.
O consulado da embaixada de Angola pretende estar mais próximo das comunidades em São Tomé, sobretudo para apoiar os idosos.
«Vamos melhorar as condições para que vocês possam ter maior vontade de viver, sobretudos os idosos. Pois, os jovens têm de trabalhar e estudar, para buscar sustento», concluiu Fidelino de Jesus.
No bairro de Riboque – Santana, distrito de Cantagalo na ilha de São Tomé, cerca de 200 descendentes de angolanos confraternizaram com o corpo diplomático angolano acreditado em São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga
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Manuel Samba
25 de Março de 2024 at 19:46
Boa iniciativa valorizar a cultura deixada pelo seus antepassados . Estou lhe muito grato pelo reconhecimento