PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Órgão debateu situação na África Central; órgão deplora tráfico ilícito de animais selvagens e dos recursos naturais na região; área regista atuação do LRA e consequências do conflito na República Centro-Africana.
Aldeias atacadas pelo Boko Haram. Foto: IRIN/Aminu Abubakar
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Conselho de Segurança destacou a contínua ameaça das milícias nigerianas Boko Haram para a paz e a estabilidade na região da África Central.
Numa declaração presidencial, emitida esta quinta-feira, o órgão insta os países afetados a reforçarem a cooperação militar regional, a coordenarem ações de forma mais eficaz e a confrontar o grupo de acordo com o direito internacional.
Defensiva
O órgão acompanhou o informe semestral do representante especial do secretário-geral para a África Central. Abdoulaye Bathily disse que as operações militares colocaram as milícias na defensiva, mas depois de ataques recentes é preciso haver vigilância e engajamento dos Estados afetados.
Além da Nigéria, Bathily falou de centenas de milhares de civis deslocados nos Camarões e no Chade, onde a insegurança e a falta de recursos pressionam as já debilitadas capacidades de resposta de governos e de entidades da ONU.
Apesar da continuação dos combates contra o Boko Haram, Bathily pediu que se comece a olhar para uma fase de estabilização para garantir que os ganhos militares sejam consolidados.
Extremismo
Para ele, as medidas vão envolver o apoio internacional e o compromisso regional para analisar e abordar as causas profundas do extremismo.
O Conselho também sublinhou a necessidade de uma abordagem global para enfrentar com êxito a ameaça apresentada pelo grupo.
Raptos e LRA
O órgão manifestou a sua preocupação com a relação entre o tráfico ilícito de animais selvagens e dos recursos naturais aliados ao financiamento de grupos armados na sub-região que incluem o Exército de Resistência do Senhor, LRA.
Bathily disse que aumentou o número de raptos e mais de 200 mil pessoas continuam desalojadas devido às ações do grupo originário do Uganda, que atua em vários países.
Insegurança
O órgão apelou ao Escritório da ONU na África Central a continuar a apoiar o desenvolvimento de uma abordagem sub-regional coerente e concertada para enfrentar o fenómeno.
O Conselho reafirmou o apoio aos esforços regionais para combater a insegurança marítima e a pirataria no Golfo da Guiné, que continua a afetar a África Central e Ocidental.
Refugiados
O outro destaque do órgão foi a crise na República Centro-Africana e as várias consequências regionais. Bathily disse haver meio milhão de refugiados, graves violações dos direitos humanos, proliferação de armas ligeiras e de pequeno porte.
O país também é mencionado pela crescente criminalidade relacionada a gangues e a degradação ambiental nas áreas da região que acolhem refugiados.
*Apresentação: Denise Costa.
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