Os dados são da embaixada de angola em S. Tomé e Príncipe. São mais de 1700 famílias angolanas a residir no arquipélago. Muitas trabalharam nas antigas roças coloniais e alguns enfrentam hoje pobreza extrema.
«Estamos aqui praticamente atirados, muitos embaixadores já vieram e nunca fizeram nada por nós» – lamentou João Manuel.
«Trabalhei muito na era colonial. O colono foi-se embora e fiquei aqui atirado. Ninguém olha para mim» – desabafou em lágrimas, António Carvalho.
Os angolanos em idade de reforma que se encontram em São Tomé e Príncipe reclamam das autoridades angolanas uma pensão social à semelhança do que é praticado por Cabo-Verde.
«Há angolanos velhos que nem reforma recebem. Têm que ver se encontram um apoio para os angolanos aqui em S. Tomé e Príncipe, porque eles estão muito mal. Até fica feio, os cabo-verdianos têm apoio enquanto os angolanos não têm nada. Isso não é justo» – disse desapontada Domingas Manuela.
Preocupações que foram ouvidas por uma delegação parlamentar angolana da terceira comissão especializada, virada para as relações exteriores e comunidades angolanas no estrangeiro que está em São Tomé e Príncipe.
«Dizem que a comunidade cabo-verdiana aqui em S. Tomé e Príncipe tem um subsídio mensal concedido pelo governo de Cabo-Verde. Perguntaram-nos por que razão é que Angola, sendo um país com maiores potencialidades, com maiores possibilidades que Cabo-Verde não faz o mesmo. Tomamos boa nota e vamos levar às autoridades competentes. Vamos advogar que o governo faça um esforço no sentido de atender na medida do possível estas questões» – disse José Semedo, deputado e vice-presidente da terceira comissão especializada angolana.
Apesar das dificuldades, em algumas comunidades, a delegação foi recebida com animação cultural.
Em missão oficial de quatro dias a delegação parlamentar angolana foi também recebida pela Presidente da Assembleia Nacional, Celmira Sacramento.
José Bouças
Cas. fr.
9 de Maio de 2024 at 15:46
Isto para dizer que a riqueza está distante do respeito, da felicidade e, pior, da justiça. É preciso coragem para respeitar, para ser feliz e, mais, para fazer justiça. O Governo Angolano é rico, mas está desprovido de coragem para ser feliz, para respeitar o povo e para fazer justiça.