Zona chuvosa durante todo o ano, Caué, no sul de São Tomé, está a se transformar numa das regiões da África Central, de grande produção de óleo de palma, para daqui a alguns anos, mas também tem enormes potencialidades para produzir citrinos.
Aurélio Silva, que há vários anos gere a roça Vila Irene, garante que o país pode ser também um grande exportador de citrinos. «Nós em são Tomé, temos capacidade de produzir laranjas e limões para consumo interno e para a exportação. A nossa laranja é de clima tropical, por isso é mais doce e de melhor qualidade do que as importadas», declarou no meio da sua plantação de citrinos nas proximidades da Ribeira Peixe.
Na altura da colheira os 6 hectares de terra da Roça Vila Irene, preenchidos com citrinos, ficam pintados de cor amarela. Muita produção, que supera as necessidades do mercado nacional. O excedente acaba por estragar. «No ano passado vi estragar muito limão e muita laranja. Se tivéssemos formas de conservar, através da produção de sucos, faria reduzir também a importação de sumos» reclamou.
Um cenário de desperdício que se repete de ano em ano. «Para este ano tenho a previsão de colher 30 à 40 tonelada de laranja, sem falar de tangerinas e limão», acrescentou Aurélio Silva.
A produção de citrinos na roça Vila Irene, não aceita o uso de adubos. Produção biológica, garantida pela riqueza do solo, fertilizado organicamente pela natureza envolvente.
Abel Veiga
Edvaldo Cardoso
7 de Novembro de 2014 at 13:14
Realmente, é disso que o país precisa, começar a beneficiar a produção, agregar valor aos produtos agrícolas e/ou pára-agrícolas, diminuir a importação…
Só que infelizmente, ao invés de trabalharmos no que já temos, muitas vezes preferimos inventar outra coisa..
PITEU
7 de Novembro de 2014 at 15:05
Para apostarmos no mercado internacional era preciso mais 30 ou 50 agricultores com a mesma dimensão de cultura sem deixar de lado a questão do cumprimento dos requisitos tecnológicos e de qualidade que o mercado internacional exige.
filipe Samba
7 de Novembro de 2014 at 18:23
As empresas russas, estão interessadas na compra mas qual, é a capacidade de fornecimento constante (quantas toneladas), anuais e poderia, apresentar certificado fitosanitário de citrinos e composição quimica do solo,(pomar),
meios de contactos.
Gostaria, de lhe informar, que não preciso, ser indemnizado, ou compensado, pelo apoio.
Agradeço a Vossa boa compreensão, na celeridade do assunto
António Manuel Pinheiro
7 de Novembro de 2014 at 18:43
A produção de citrinos em São Tomé, não deve ultrapassar as quantidades necessárias ao mercado local. Será impossível competir com as extensas áreas brasileiras, seu grande potencial de produção e sobretudo com a tecnologia envolvida. São Tomé não tem áreas planas extensas e a chuva em demasia, sem um período relativamente longo de estiagem concorre para a incidência de doenças fúngicas. Por outro lado, há variedades de alta produção no mercado, mas São Tomé terá que evitar a importação de material vegetal, para não permitir a entrada do “crinipellis perniciosa”, que seria o maior desastre para a economia da nação.
Ralph
8 de Novembro de 2014 at 9:23
Gosto de ideia que São Tomé e Príncipe poderia ser um produtor significante de citrinos. Como já disseram outros respondentes, o problema será a escala de produção necessária para competir no mercado mundial, principalmente contra os países que produzem fruto em grandes quantidades. O custo de mão de obra provávelmente seja mais baixo em comparação a muitos países desenvolvidos, mas talvéz o melhor abordagem seja produção orgánica. Há muitas pessoas no mundo que irão pagar mais para comprar bens e serviços que estão certificados como orgánicos.
atento
10 de Novembro de 2014 at 12:10
Situação muito complicada esta da produção que não seja o Cacau e o côco e algum café.
Não me vou expandir em grande diálogo, somente uma observação.
Se alguém quiser derrubar alguma arvore velha de cacau, o Ministério da Agricultura e outros organismos do estado, estão logo prontos para cobrarem dinheiro por cada arvore velha e improdutiva derrubada.
Vamos acabar de vez com a hipocrisia.
É preciso menos intervenção do estado a mandar e a dispor e mais privados a trabalharem, mesmo que sejam os antigos donos das roças, os quais já deviam ter sido chamados para tomarem e investirem nas roças, e bem assim avançarem com o aparelho produtivo.
Eu sei que vou ser criticado, mas que seja com críticas construtivas, pois até lá, e pelo que vejo no meu pais STP, somente a iniciativa privada pode fazer avançar esta terra.