Economia

Agências usam ciência nuclear para combater doença da banana na América do Sul

Foto: FAO/Fazil Dusunceli

O TR4 danifica as raízes e os caules da planta e, embora não seja prejudicial à saúde humana, pode levar a 100% de perdas da produtividade

PARCERIA -Téla Nón / Rádio ONU 

Mais de 84% das bananas são produzidas por pequenos agricultores e fornecidas para os mercados domésticos, enquanto 16% da safra são destinadas para exportação; fungo afeta produção de plátanos e banana; parceria de países andinos com Aiea e FAO já rende frutos.

Uma doença considerada a mais letal para plantações de bananas no mundo está se espalhando rapidamente pela América Latina e afetando exportações da banana Cavendish, uma das mais vendidas no globo.

A doença é causada pelo fungo, Fusarium, e afeta a produção de diversas variedades de plátanos e bananas. As perdas podem chegar a 100% após danos nas raízes e nos caules da planta.

Foto: Kate Bacungco/Banco Mundial

A parceria da Aiea com a FAO e os países ajuda a detectar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema

Mercados domésticos

Para tentar reverter o quadro, a Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, estão utilizando ciência nuclear no combate e na prevenção da doença.

O chefe da Aiea, Rafael Mariano Grossi, disse que a agência já sabia dos problemas quando a comunidade andina pediu ajuda.

A banana é a base alimentar de muitas regiões, especialmente nas camadas mais pobres. Os produtores contam com as colheitas para sobreviver. Mais de 84% das bananas são cultivadas por pequenos agricultores que abastecem os mercados domésticos. Já 16% da safra vão para exportação.

Desemprego

A FAO lembra que a banana Cavendish representa 47% de toda a produção global e quase metade de toda a exportação da fruta. A ameaça às plantações é também um risco de desemprego para muitas pessoas.

Na Indonésia, as perdas calculadas com a doença somam US$ 121 milhões. Já a Colômbia, o quinto maior exportador de banana do mundo, pode ver desaparecer 30 mil postos de trabalho e US$ 800 milhões em exportações por ano, se a doença não for controlada.

Em agosto, uma reunião de países andinos como Bolívia, Equador, Peru e Colômbia, chamou a atenção para a persistência da propagação do Tropical Race 4, a última variante da doença, que foi detectada no Peru, no início deste ano. Ali, 80 hectares de terra foram afetados, já na Colômbia, o número chega a 250. Com as técnicas nucleares é possível neutralizar a área da contaminação.

Foto: Irin/David Gough

Doença preocupa países e comunidades onde a produção de banana é uma fonte crítica de alimentos, renda familiar e receitas de exportação.

Sequenciamento de DNA

O TR4 é um patógeno que nasce no solo e pode sobreviver por décadas destruindo plantações saudáveis e espalhando a doença. Este patógeno foi encontrado em 20 países durante a década passada.

A parceria da Aiea com a FAO e os países ajuda a detectar e vigiar a resistência genética do patógeno e a formular maneiras de gerenciar o problema.

A especialista da Aiea, Najat Mokhtar, explica que através da irradiação é possível modificar o material da planta e desenvolver as variedades resistentes à doença usando uma técnica de PCR ou sequenciamento do DNA.

A Aiea segue com estudos da célula e da composição do tecido para acelerar a resistência genética na banana, que é a base da resposta rápida para o gerenciamento do fungo.

1 Comment

1 Comment

  1. Vamos ver

    6 de Janeiro de 2022 at 13:55

    E s.tome deveria ir atras destas experiência, ja nos tambem somos grandes produtores de banana, mas o ministros estao ainda a dormir. Politicos santomense sao muito parados e crueis , sem o sentido patriotico. Enfim .

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