Economia

FMI diz que a economia de STP depara-se com grandes desequilíbrios, um crescimento lento e uma inflação elevada

Num comunicado com data de 2 de Março enviado ao Téla Nón, o corpo técnico do FMI que trabalhou em São Tomé de 9 à 23 de Fevereiro emitiu um relatório preliminar que define a situação macro-económica do país, como sendo de grandes desequilíbrios, um crescimento lento e uma inflação elevada.

«São Tomé e Príncipe enfrenta um contexto económico difícil. As vulnerabilidades socioeconómicas de longa data foram ainda mais agravadas pela pandemia da Covid-19, persistentes faltas de energia, as enxurradas no final de 2021 e no início de 2022, e uma forte subida dos preços dos produtos alimentares e dos combustíveis a nível mundial», refere o comunicado.

O documento cita Slavi Slavov chefe da missão, como tendo apresentado da situação macro-económica no ano 2022.

« Como resultado, em 2022, o crescimento abrandou, de acordo com as estimativas, para 0,9%, por comparação com uma média de cerca de 4% nos últimos anos. A inflação homóloga situou-se em 25,6% em janeiro de 2023. As reservas internacionais registaram uma queda significativa».

No entanto a equipa técnica do FMI diz que registou também progressos consideráveis durante a visita no que toca as medidas de política para corrigir os desequilíbrios internos e externos. «As autoridades comprometeram-se a implementar um ajustamento orçamental ambicioso e imediato, que é o instrumento essencial para resolver o problema da elevada dívida pública do país e restabelecer o equilíbrio da economia no quadro do regime de paridade cambial. Assumiram ainda o compromisso de por fim ao financiamento monetário do orçamento e adotar uma política monetária mais restritiva», precisa o chefe da missão.

O FMI saudou o compromisso do governo em implementar políticas que permitam o restabelecimento da situação macro-económica.

«A implementação atempada e decisiva destas políticas, juntamente com o apoio financeiro dos parceiros oficiais, será essencial para São Tomé e Príncipe recuperar a estabilidade macroeconómica e impulsionar o seu desenvolvimento sustentável. Nas próximas semanas, irão prosseguir as conversações virtuais sobre o pacote de políticas adequado», pontuou Slavi Slavov.

Abel Veiga

2 Comments

2 Comments

  1. Zagaia

    5 de Março de 2023 at 5:41

    Banco Mundial,não veio dar nenhuma novidade,queremos é soluções…..

  2. Wilson Bonaparte

    5 de Março de 2023 at 15:24

    Em relação ao posicionamento do FMI e da política do Banco Mundial em relação a STP, existem algumas críticas que podem ser feitas. Em primeiro lugar, algumas pessoas argumentam que essas instituições financeiras internacionais tendem a favorecer políticas de austeridade e de livre mercado, que podem não ser adequadas ou apropriadas para as condições específicas de cada país. Em vez disso, algumas pessoas argumentam que é importante implementar políticas que sejam adaptadas às necessidades e características de cada economia, levando em consideração suas particularidades.

    Além disso, algumas críticas foram feitas às políticas de empréstimo do FMI e do Banco Mundial, que podem impor condições rigorosas aos países em troca de empréstimos, o que pode ter um impacto negativo na economia e na população do país. Essas condições podem incluir a implementação de políticas de austeridade e reformas estruturais, que podem levar a um aumento do desemprego e da pobreza.

    No entanto, é importante reconhecer que o FMI e o Banco Mundial desempenham um papel importante no financiamento e desenvolvimento de políticas econômicas em todo o mundo. Essas instituições podem fornecer financiamento e assistência técnica para ajudar a promover o crescimento econômico e reduzir a pobreza em países como São Tomé e Príncipe. No entanto, é importante garantir que essas políticas sejam implementadas de maneira justa e equilibrada, levando em consideração as necessidades e características específicas de cada país.

    salazar cruz
    acrescentar como maior beneficiários as redes de consultores dos países ricos que nada trazem de valor acrescentado para as economias menos desenvolvidas e muitas vezes os modelos que trazem são completamente alienados
    Sim, é importante destacar que muitas vezes as políticas e programas econômicos implementados pelos consultores do FMI e do Banco Mundial, que muitas vezes são contratados pelos governos dos países menos desenvolvidos, nem sempre levam em consideração as necessidades específicas desses países. Muitas vezes, essas políticas são baseadas em modelos econômicos ocidentais e podem não ser adequadas para as economias menos desenvolvidas, levando a consequências negativas como aumento do desemprego e pobreza.

    Além disso, as empresas de consultoria dos países ricos podem se beneficiar significativamente dos empréstimos concedidos pelos órgãos financeiros internacionais, recebendo contratos para prestar serviços de consultoria e outros serviços relacionados aos projetos financiados pelos órgãos financeiros internacionais. Essas empresas muitas vezes não têm conhecimento suficiente das realidades econômicas e sociais dos países menos desenvolvidos e podem não trazer um valor acrescentado significativo para essas economias.

    Portanto, é importante garantir que as políticas econômicas implementadas pelos consultores do FMI e do Banco Mundial sejam adaptadas às necessidades e características específicas de cada país, levando em consideração sua realidade econômica e social. Isso pode incluir a incorporação de modelos e práticas econômicas locais e a participação de consultores e empresas locais para garantir que as políticas implementadas atendam aos interesses e necessidades das economias menos desenvolvidas.

    É também importante destacar que muitas vezes as políticas e programas econômicos implementados pelos consultores do FMI e do Banco Mundial, que muitas vezes são contratados pelos governos dos países menos desenvolvidos, nem sempre levam em consideração as necessidades específicas desses países. Muitas vezes, essas políticas são baseadas em modelos econômicos ocidentais e podem não ser adequadas para as economias menos desenvolvidas, levando a consequências negativas como aumento do desemprego e pobreza.

    Além disso, as empresas de consultoria dos países ricos podem se beneficiar significativamente dos empréstimos concedidos pelos órgãos financeiros internacionais, recebendo contratos para prestar serviços de consultoria e outros serviços relacionados aos projetos financiados pelos órgãos financeiros internacionais. Essas empresas muitas vezes não têm conhecimento suficiente das realidades econômicas e sociais dos países menos desenvolvidos e podem não trazer um valor acrescentado significativo para essas economias.

    Portanto, é importante garantir que as políticas econômicas implementadas pelos consultores do FMI e do Banco Mundial sejam adaptadas às necessidades e características específicas de cada país, levando em consideração sua realidade econômica e social. Isso pode incluir a incorporação de modelos e práticas econômicas locais e a participação de consultores e empresas locais para garantir que as políticas implementadas atendam aos interesses e necessidades das economias menos desenvolvidas.

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