O projecto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação financiado pela união europeia e a cooperação portuguesa é um dos parceiros do país no processo de transição da produção convencional para a biológica.
A segunda Edição da Feira Agrícola Biológica realizada no último fim de semana foi um dos exemplos do processo de transição de São Tomé e Príncipe, para atingir o objectivo definido pelo Governo de ter uma agricultura 100% biológica.
40% da produção agrícola do país tem certificado biológico, e é exportada para o mundo. Para chegar a 100% é fundamental transformar a horticultura marcada por grande uso de produtos químicos, numa produção orgânica.

Geraldo Cravid, técnico do projecto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação, garantiu que «São Tomé e Príncipe tem sim capacidade para produzir produtos sem que haja presença de agro-tóxicos».
Os horticultores da região de Monte Café são os pioneiros na promoção da horticultura biológica em São Tomé e Príncipe. Hortaliças e uma grande diversidade de tubérculos, foram expostos ao público na segunda edição da feira dos produtos biológicos para a saúde humana.

No parque popular da cidade de São Tomé onde se realizou a feira, uma das pessoas que comprava os produtos, realçou a importância dos produtos biológicos para a saúde humana.
«As pessoas estão a ter muitos problemas de tensão arterial, diabete e outras doenças que não existiam no país. É preciso comermos produtos naturais que fazem bem ao organismo», precisou Yola e Silva.
Vasth Santos, é outra mulher que fez as compras na feira. Considera que os produtos biológicos fazem bem a saúde. «Os preços são mais altos, por terem mais qualidade. Vou levar para casa, conservar e confeccionar os pratos. A partir daí é que vou comprovar se são mesmo biológicos», declarou.

O projecto de apoio às fileiras agrícolas de exportação, e o PNUD são os parceiros de São Tomé e Príncipe, no processo de transformação da agricultura 100% biológica. Produção biológica é o sinónimo de protecção do ambiente e da sustentabilidade.
O carvão ecológico foi outro produto exposto na feira biológica. Elvis Santos da empresa que produz o carvão a base de casca de Côco e cola vegetal disse que o público está a aderir em massa,
«Nós não abatemos nenhuma árvore para fazer o carvão ecológico. O carvão ecológico dura 2 horas para desfazer-se, não faz fumo, e não sujo a panela», afirmou, Elvis Santos.
Maria Trindade, uma das mulheres que comprou o carvão ecológico destacou o impacto ambiental. «Uso sempre este carvão. O nosso carvão convencional salpica e o fogo pode provocar incêndio. Este carvão ecológico demora mais tempo, e não suja a panela», frisou.

O primeiro grupo de horticultores integrado no projecto de produção biológica deverá receber o certificado internacional ainda neste ano. A produção biológica passa por regras muito rígidas cuja implementação deve ser fiscalizada. O processo está em curso, e segundo Geraldo Cravid a certificação vai acontecer.
São Tomé e Príncipe, na transição da produção agrícola convencional, para 100% biológica.
Abel Veiga
