Na última semana a embaixada da China em São Tomé e Príncipe entregou ao Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural cerca de 1400 pintos para produção de ovos. A nova entrega faz parte de um lote de 7 mil pintos que a equipa técnica chinesa para o sector da agricultura e pecuária deve produzir nos próximos tempos.
Até agora já foram produzidos e distribuídos mais de 20 mil pintos para produção de ovos. Os agricultores nacionais são os principais beneficiários. A ajuda da China pretende dinamizar a produção familiar de carne e ovos. O objectivo principal é garantir a segurança alimentar e nutricional das famílias santomenses.
«A nossa embaixada está disposta a fazer esforços junto com o governo e a população no quadro da iniciativa Cinturão e Rota para alcançar mais progresso e bem-estar do povo santomense», declarou Hu Bin, Secretário da embaixada da China em São Tomé e Príncipe.
O projecto de assistência agropecuária da China já está na quarta fase. Para além de fornecer pintos de carne e para produção de ovos, o projecto orienta os criadores, e promove formação sobre o cultivo em estufa. A equipa técnica chinesa introduziu em algumas comunidades agrícolas as técnicas de protecção da floresta, através da utilização de fogões económicos que evitam a utilização massiva da lenha.
Assistência veterinária aos animais que são distribuídos para as famílias dos agricultores é uma realidade, e o apoio técnico para processamento ou transformação da produção agrícola está bastante avançado. Exemplo prático dessas acções pode ser constatado na roça Caldeiras no distrito de Lobata, onde está a ser implementado o projecto-piloto de luta contra a pobreza.
O governo enalteceu as acções de cooperação chinesa no sector da agricultura e pecuária. O Ministro Abel Bom Jesus explicou aos beneficiários dos pintos, a importância da multiplicação ou da transformação do pouco em muito.
«Se as pessoas recebem três galinhas e um galo, elas têm que proteger isso, para que se multiplique. Eu comecei a criação de ovelhas com apenas 4 cabeças, 1 macho e três fêmeas. Hoje tenho 90 cabeças de ovelhas», afirmou o ministro Abel Bom Jesus.
Agricultor e criador de animais, o ministro da agricultura transmitiu para os beneficiários dos pintos, o princípio basilar da actividade agrícola, pelo menos na realidade santomense. Implica paciência, perseverança, muita determinação e espírito de trabalho. O rendimento e o sucesso vêm com o tempo. Agricultura e Pecuária em São Tomé e Príncipe não dão frutos hoje e já.
Abdulay das Neves, agricultor da roça Caldeira, um dos beneficiários confirmou que a ajuda vai elevar o rendimento familiar. «Eu vou vender ovos, e vai ajudar o rendimento da minha família. Mesmo também para quem vai comprar. Há momentos em que não há peixe no país, e os ovos dão grande ajuda», pontuou.
Cada agricultor da roça Caldeiras que produz ovos no seu quintal, entrega a colheita à Associação dos Agricultores, que posteriormente vende para empresas ou firmas comerciais que comercializam ou utilizam os ovos como matéria-prima em pastelaria.
Abel Veiga
Jorge Trabulo Marques
31 de Dezembro de 2023 at 21:33
Que necessidade é que, um pais, com tantos recursos no ramo da pecuária, tem necessidade de estender a mão à caridade à China ou a outro qualquer país? _ Diz-se na notícia, que, “há momentos em que não há peixe no país, e os ovos dão grande ajuda» – E porque razão escasseia o peixe?…
Porque permitiram a que frotas europeias e asiáticas, a troco de sacos de arroz ou de outras esmolas, de duvidosa qualidade ou de relativa importância, o varressem, dando uma fatia de pão para depois terem a liberdade de (levarem um salpicão) de venderem ou levarem o que quiserem: tanto em terra como no mar.
O atual PM, Patrice Trovoada, num dos seus discursos, em 2018, afirmou que “neste mundo ninguém da nada a ninguém sem esperar receber algo em troca. Vai ser necessário todo um trabalho, organização e empenho” – Sim, é uma pura verdade, a santidade na política não existe: faz-se diplomacia e jogos de negócios e de interesses. O importante é que um país promova a sua economia e se liberte da dependência de caprichos externos.
Numa terra onde não falta humidade e verdura, e temperaturas regulares todo o ano, a pecuária só não é incrementada se não houver vontade para e desenvolver. Não há região climática e geológica tão favorável como a oferecida por estas duas férteis e maravilhosas ilhas para que se auto-abasteça e até se afirme como país exportador em vários ramos da agricultura e da pecuária.
Quando fui militar no quartel do chamado Comando Territorial Independente de STP, cuja área edificada e rural, após a independência, passou a pertencer ao atual quartel do comando militar de STP, sim, no período em que ali fui encarregado de Agropecuária, logrei abastecer, com a intervenção de soldados são-tomenses e de outros soldados de uma companhia vinda da então chamada Metrópole, ao fim de escassos meses, as cantinas do quartel (de oficiais, sargentos e praça) de produtos hortícolas e aviários, tendo até sido distinguido com um louvor pelo meu trabalho, que consta na minha caderneta militar.
Em maio de 2015, o Governo de Patrice Trovoada, inaugurou um centro de produção de suinicultura para produzir entre 100 e 500 leitões num projeto financiado por Taiwan em mais de 900 mil dólares no âmbito da política da segurança alimentar e nutricional no arquipélago – E, de facto, tal como tive oportunidade de constatar, em pouco tempo, criaram-se porcos de uma corpulência e beleza, nunca vista e com assinável abundância
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Depois de, Pequim, em 2017, ter enviado uma equipa de técnicos agrícolas para introduzir em São Tomé e Príncipe o cultivo de milho transgénico para ração animal, projeto este que então gerou acesa polémica, em dezembro, de 2020, Pequim, ofertou a São Tomé, lotes aproximados de mil patos para carne e incentivar na localidade de Nova Olinda, a produção de carne suína para viabilizar a dieta alimentar.
Não têm faltado apoios – Em 2 de abril de 2019 … O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) anunciou um investimento de 25 milhões de dólares (22,3 milhões de euros) nos setores agropecuário, florestal e pesqueiro de São Tomé e Príncipe ao longo dos próximos seis anos. No entanto, o país continua ainda muito vulnerável a choques externos em vista da sua base de exportação limitada e forte dependência das importações e do financiamento externo.
E, assim vai a dependência externa, de STP, desde há vários anos, em vários sectores da sua economia, com cerimónias de pompa e circunstância, por mais anúncios de ofertas, que se façam, vindas da FAO, da China, de Portugal, do Brasil ou de outros países, sem que se se avance, significativamente, neste e noutros setores da agropecuária, onde ambas as ilhas, já poderiam ter mais a oferecer de que a receber.
Naturalmente, que, todos contributos externos, são de acolher, desde que não visem encapotar ou disfarçar outros interesses maiores que possam comprometer o futuro da sua população, tal como já está a suceder nos seus recursos piscatórios, cuja zona económica marítima, ascende a mais de 200 milhas náuticas, bastante superior aos 162 Kim de área terrestre
Lucas Martins
1 de Janeiro de 2024 at 9:48
Muito bom