Economia

Taxas aeroportuárias do XVIII governo estavam a matar o turismo em São Tomé e Príncipe

A Associação de Turismo que agrupa os hotéis, os guias turísticos e demais serviços, nomeadamente a restauração considera que a taxa implementada pelo anterior governo no dia 1 de dezembro de 2024 provocou uma redução de reservas de serviços turísticos na ordem de 80%.

Por isso mesmo, a decisão do XIX governo da ADI liderado por Américo Ramos de anular as novas taxas aeroportuárias criadas pelo anterior executivo de Patrice Trovoada, foi recebida pelos operadores turísticos como uma medida de salvação da indústria do turismo santomense.

«Para nós é uma resposta muito positiva porque de facto estamos numa situação muito preocupante. Já tínhamos sinais de uma redução drástica do número de reservas nos hotéis a partir dos mês de março para frente», afirmou Tiziano Pisoni administrador do Hotel Mucumbli.

Tiziano Pisoni – Coordenador da Associação de Turismo de São Tomé e Príncipe

Membro da Direcção Interina da Associação de Turismo de São Tomé e Príncipe, Tiziano Pisoni explicou que o impacto das taxas aeroportuárias seria mais desastroso a partir do mês de março, tendo em conta que os turistas que visitam São Tomé e Príncipe até fevereiro tinham adquirido os bilhetes de passagem, antes da entrada em vigor das novas taxas no dia 1 de dezembro de 2024.

«Tivemos muitos cancelamentos tanto a nível das agências de viagens, como nos hotéis, e também os grupos de guias turísticos receberam vários cancelamentos de reservas desde a entrada em vigor das novas taxas. Portanto é uma situação muito preocupante, e temos que saudar com muita felicidade esta decisão do novo governo, e que prova, que este governo tem uma preocupação com o Turismo, ao ponto de criar um ministério para o Turismo», reforçou a direcção interina da Associação de Turismo de São Tomé e Príncipe.

As autoridades governamentais de São Tomé e Príncipe definiram o turismo como o sector prioritário para o fomento da economia nacional. Mas, as taxas de desenvolvimento aeroportuário implementadas pelo governo de Patrice Trovoada deram um sinal contrário.

«As reservas de hotéis e de serviços turísticos que se registam neste momento para os meses de março e abril são muito inferiores às do mesmo período do ano passado. Registamos uma redução de reservas na ordem de 70 a 80%. Acreditamos que a causa desta redução de reservas tem a ver com a introdução dessas taxas», reclamou.  

A atracção de turistas da região da África Ocidental estava em alta, mas segundo Tiziano Pisoni, as taxas implementadas pelo anterior governo abalaram o turismo regional.

«Com os novos voos de ligação sub-regional, estávamos a receber turistas de Angola, Gana, Benin, do Togo e também do Gabão. Com a entrada dessas taxas o preço do bilhete de passagem duplicou, e os últimos voos provenientes desses países tinham sempre um número muito reduzido de turistas. Esperamos que com a anulação dessas taxas possamos retomar o fluxo turístico com a sub-região», pontuou o coordenador da Associação de Turismo.

O novo governo da ADI anulou as taxas aeroportuárias no dia 24 de janeiro. No entanto, elas continuam a ser aplicadas pelas companhias aéreas. Segundo as companhias aéreas a anulação da tarifa de mais de 220 euros sobre os bilhetes de passagem só poderá ser efectiva dentro de 15 dias.

O Instituto Nacional de Avião Civil, que tem a competência de comunicar às agências de viagens sobre a actualização das taxas disse ao Téla Nón na segunda-feira, que ainda não tinha sido notificado oficialmente pelo governo sobre a anulação das polémicas taxas aeroportuárias.

Abel Veiga 

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