O governo diz que está a avaliar a proposta da Fitch Advisory, que pretende incluir o arquipélago do golfo da Guiné, numa plataforma de prestação de serviços no domínio financeiro.
«É algo que se decidirmos avançar, deve trazer vantagens para o país», afirmou o ministro do Estado, da Economia e Finanças, Gareth Guadalupe.
Õ ministro que tutela o sector das finanças, deu o exemplo das ilhas Seychelles e Maurícias que há vários anos evoluíram como centro financeiro, e hoje registam um acelerado crescimento económico.
As Seychelles e Maurícias situam-se no oceano Índico. O grupo internacional quer estender as suas acções para o arquipélago africano do atlântico sul, São Tomé e Príncipe.
«Temos segurança relativa, a transição do poder é pacífica, um país que se dá bem com todos os vizinhos, ter uma plataforma financeira aqui seria deveras interessante», sublinhou Gareth Guadalupe.
A posição estratégica do país, coloca o centro financeiro off – shore a disposição de um mercado de mais de 300 milhões de consumidores. «Estamos próximos de grandes países consumidores, como a Nigéria e os Camarões», frisou.
A visão estratégica de transformação de São Tomé e Príncipe numa placa de prestação de serviços no golfo da Guiné, parece ser a principal via para dinamizar a economia nacional, a um nível robusto. O arquipélago está condenado a virar-se e integrar-se na sua raiz africana para atingir de facto a independência económica.
Até o factor língua dominante nos países vizinhos, acaba por ser determinante para o país se transformar na placa de prestação de serviços.
«A nossa desvantagem é a língua, comparativamente a Seychelles e as Maurícias. Temos de trabalhar para introduzir o inglês desde o ensino primário. A língua de comunicação financeira é o inglês», precisou o ministro do Estado da Economia e Finanças.
O inglês é a língua de comunicação não só financeira como tecnológica. À semelhança do centro financeiro off-shore, São Tomé e Príncipe tem potencialidades únicas para prestar serviços no domínio das inovações tecnológicas, com destaque para a digitalização.
«São Tomé e Príncipe tem uma vantagem de ser o lugar que faz a amarração de dois cabos submarinos», alertou o ministro Gareth Guadalupe.
Dispondo desta infra-estrutura digital, o país pode se transformar um centro de serviços digitais. Por exemplo a criação de Data Center. Uma infra-estrutura fundamental para a comunicação mundial. A paz, que ainda reina no arquipélago poderia estimular muitas empresas do continente a instalar os seus servidores nas ilhas verdes.
Mais importante ainda, o próprio país, República Democrática de São Tomé e Príncipe, poderia fazer jus a uma estrofe do seu hino nacional, que diz “País Soberano de São Tomé e Príncipe…”, transferindo a sua base de dados de comunicações que está actualmente instalada num país estrangeiro, e fixá-la no seu território. Seria um acto de soberania e de desenvolvimento.
Abel Veiga
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ANCA
10 de Abril de 2025 at 22:36
O fortalecimento do sector dos serviços, serviços de excelência( a justiça, a educação, a saúde, os transportes, as energias renováveis, o turismo, a cultura, o desporto, a economia verde circular, a economia azul, o comércio, o comercio digital, a auditoria consultadoria, contabilidade apoios a empresas, a empresas de telecomunicações, audiovisuais na prestação de esclarecimentos a clientes, os call center, as tecnologias de comunicação e informação, as startpus, a banca, as finanças internas, a fiscalidade, os seguros, as poupanças, o sector da administração publica, etc, etc),sendo país ilhas, de dupla insularidade só trará, mais investimentos, procura, dinamização económica,desenvolvimento sustentável.
O trabalho, o rigor, a organização, a justiça, a segurança, protecção, a responsabilidade, a responsabilização para a sustentabilidade, tudo isto dentro da transparência.
Infraestruturas, fortalecimento institucional, fortalecimento familiar, a educação, a formação profissional, a formação superior, a formação contínua interna são essenciais.
Neste sentido, a modernização da agricultura, a medicina, a educação, os transportes, a segurança e proteção, a administração publica, são fulcrais
A criação de zonas industriais distritais e regionais
A captura de investimento na área de processamento de pescados ou a criação de empresas para este efeito a nivel interno, a criação de gados, e processamento dos seus derivados, a evolução garantia, estabilização e robustez do sector da transformação nacional, apoios administrativos e financeiros, empoderamento das empresas, empoderamento da classe feminina, a preservação da natureza, o ordenamento do território, infraestruturas etc,. são essenciais
É preciso fortalecimento da gastronomia nacional, mais intercambio e formação neste sector, por exemplo da banana, hoje já se produz farinha e pão, assim como a fruta pão, do milho e pode fazer muitas coisas, assim do café, por aí
em diante, a transformação essenciais para a gastronomia nacional, a Ásia média, a Indonésia, as Filipinas, a China, dentre outros países da Ásia possuem um conhecimento transcendental, nestas aéreas, para nossa culinaria seria essencial, pois têm algo em comum connosco clima e productos, primordial para criação de empregos, logo empresas.
Se és de São Tomé e do Príncipe, ajuda a desenvolver o teu país, as tuas gentes, o teu território.
Pratiquemos o bem
Pois o bem
Fica-nos bem
Deus abençoe São Tomé e Príncipe
ANCA
11 de Abril de 2025 at 3:38
Sem esquecer a atração de empresas farmacêuticas, produção de medicamentos, estamos numa localização geo-estratégica, para servir a região e o mundo.
Pratiquemos o bem
Pois o bem
Fica-nos bem
Deus abençoe São Tomé e Príncipe
wilson veiga
23 de Abril de 2025 at 12:58
O que a Fitch não está a dizer, mas deviamos nos preocupar:
1. Centro financeiro off-shore = paraíso fiscal disfarçado
Seychelles, Maurícias… todos entraram nesse jogo. E sim, ganharam dinheiro, mas também atraíram lavagem de capitais, tráfico disfarçado de investimentos, e empresas-fantasma registadas com 1 euro e um P.O. box. É um jogo perigoso, especialmente se o país não tiver instituições sólidas, regulação apertada e um sistema judicial que funcione. São Tomé está longe de poder dizer que tem isso tudo.
2. Vêm pelos cabos, não pelo povo
O facto de o país ter amarração de dois cabos submarinos é ouro digital. Mas atenção: essas infraestruturas são mais valiosas para quem vem de fora instalar servidores, minerar dados e fugir a impostos — do que para os cidadãos comuns. Não confundam interesse geoestratégico de multinacionais com desenvolvimento nacional inclusivo. Não é a mesma coisa.
3. Quando o FMI e a Fitch aparecem com flores, é porque já têm a pá atrás das costas
Estes organismos nunca dão ponto sem nó. O tal “centro financeiro” pode significar abrir a porta a práticas de contabilidade criativa, onde o país vira um escudo fiscal para capital especulativo, com risco de entrar para listas negras de branqueamento de capitais no futuro. E aí, perdes mais do que ganhas.
São Tomé e Príncipe pode e deve ser um polo de serviços financeiros e digitais no Golfo da Guiné. Mas não como colónia fiscal com praia e diplomatas sorridentes. Tem de ser com soberania, regulação dura, dados próprios e visão de longo prazo. Se vendermos barato agora, o que vamos ganhar em cinco anos perdemos em dignidade e independência para as próximas três gerações.