Promoção do empreendedorismo é uma das novidades da cooperação bilateral com São Tomé e Príncipe. Luís Campos Ferreira(na foto), Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, que se reuniu quarta – feira, com o Presidente Pinto da Costa, promete elevar a cooperação bilateral de mera ajuda para uma cooperação de desenvolvimento.
A nível bilateral, o programa indicativo de cooperação entre São Tomé e Príncipe e Portugal, para o período 2012 à 2015, está avaliado em 45 milhões de euros.
Para além da Saúde, Educação, justiça, e defesa e segurança duas novas áreas se juntam ao pacote financeiro. As novas tecnologias, o empreendedorismo e a inovação.
O Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, que está a visitar São Tomé e Príncipe, reuniu-se esta quarta-feira com o Presidente da República Manuel Pinto da Costa no Morro da Trindade.
Portugal pretende através da ciência e tecnologia, elevar a cooperação bilateral de mera ajuda para uma cooperação de desenvolvimento. Luís Campos Ferreira deu o exemplo do cacau e do chocolate de São Tomé e Príncipe, que tem sido marcas de sucesso no mercado internacional. «Pois claro se temos este dom da natureza, se temos essa possibilidade que o país nos oferece vamos então juntar à essas indústrias tradicionais conhecimento, saber, e tecnologia de forma a que possamos internacionaliza-las e dar São Tomé e Príncipe, outra capacidade de se afirmar no mundo económico», declarou o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, após encontro com Pinto da Costa.
A actualidade internacional e da região do Golfo da Guiné foi passada em revista pelo secretário de Estado português e o Presidente Manuel Pinto da Costa.
Segundo Luís Campos Ferreira, a questão da pirataria marítima foi tema da conversa. Desde o ano passado que Portugal assumiu compromisso com São Tomé e Príncipe para à solicitação do arquipélago, intervir com forças navais e aéreas para enfrentar casos de pirataria marítima na zona económica exclusiva são-tomense.
Mas face ao aumento da pirataria marítima na região, Portugal vai sensibilizar a União Europeia no sentido intervir. «Nós próprios com a influência que temos junto a União Europeia enquanto membro da União Europeia vamos fazer um trabalho mais aguerrido mais determinado, para que esta situação insustentável tenha soluções que passem pelo apoio de entidades internacionais que têm meios para poderem resolver, atacar esta situação», precisou Luís Campos Ferreira.
Abel Veiga
verdade
23 de Janeiro de 2014 at 14:49
No passado, os colonos Portugueses deram um grande exemplo a São Tomé e Príncipe edificando numa pequena ilha alguns dos mais importantes empreendimentos jamais construídos em todo o mundo relacionados com a cultura do cacau, do café, etc.
Hoje Portugal já não envia colonos, mas sim cooperantes e, não sei porquê, sempre que ouço falar de programas de cooperação, associo isso á compra de Jipes Toyotas e pick-ups Ford Ranger novos e de último modelo e não propriamente a trabalho, com muito poucas honrosas excepções. Pelo que se vê nas notícias, os Portugueses de Portugal começam a ficar impacientes com o dinheiro que as suas instituições governamentais continuam a esbanjar dentro do país e por esse mundo fora.
Acho que é um modelo que não produz grandes resultados, razão pela qual esse devia ser mudado
atento ao dossier
24 de Janeiro de 2014 at 19:38
Os Portugueses não foram colonos,foram donos de S.Tomé e Principe,depois como acharam que estavam muito ricos deram-nos,estas magnificas ilhas para nós as destruirmos nos ultimos 40 anos,esta é que é a verdade nua e crua.
Barão de Água Izé
24 de Janeiro de 2014 at 23:58
Caro Verdade: Você tem toda a razão. A cooperação permanente como forma do País subsistir só agrava cada vez a pobreza em STP, pois essa cooperação muito raramente tem criado raízes permanentes que levem a que a Economia do nosso País crie riqueza na agricultura para exportação ou turismo em crescimento.
E é verdade, STP já teve a melhor estrutura hospitalar da África sub-sariana que estava bem distribuida pelo País.
Mria Madre Deus
24 de Janeiro de 2014 at 8:19
Que pirataria se barcos da união europeia que pescam no nosso mar excedem o acordado e por questão de estandardização muitos peixes são deitados ao mar sem dó dos santomenses? amenos que nos dessem essa sobra. Piratas são os europeus e seus aliados. Os africanos que descordam e tentam patrulhar o seu mar é pirata. Tem que ser mesmo esses africanos de meia tijela.
Maria de Lemos
24 de Janeiro de 2014 at 11:21
Angola, Guine Bissau, Moçambique(guerra), de facto resta verbas para STP.
Portugal está perdendo terreno, influencia em Angola, razão pela qual nos vê como a menina dos olhos azuis. Temos de saber aproveitar e bem desta nossa posição, que é transitória.
Diaspora
24 de Janeiro de 2014 at 17:35
Não me acredito que Portugal veja São Tomé com olhos azuis, na medida em que somos demasiado pequenos
Temos que ter consciência que, para além da nossa dimensão fisica e populacional, a nossa dimensão económica é inferior á de uma cidade Portuguesa de pequena e média dimensão, ao passo que Angola e Moçambique são países cuja perspectiva de crescimento económico e populacional é muito grande, logo são grandes mercados de exportação para os produtos Portugueses, ou para estes abrirem filiais das suas empresas.
luisó
24 de Janeiro de 2014 at 23:25
Eu acredito nestas ilhas e no seu futuro.
Agora o que é preciso é de governos fortes e responsáveis no meio internacional para que os países e investidores saibam que podem confiar e não é o que temos visto.
Numa legislatura de 4 anos quantos governos e ministros entram e saem?
Estabilidade e competência precisa-se.
Dou o exemplo de Cabo Verde: 10 ilhas, 10 portos, 10 aeroportos (7 internacionais), ligações marítimas entre ilhas, governos estáveis e responsáveis. É isto que os investidores querem.
STP pode ter isto tudo é só os políticos quererem.
Rio de Janeiro - RJ
27 de Janeiro de 2014 at 3:44
Só fazendo uma leve correção: Cabo Verde tem 9 ilhas habitadas, 2 portos de limitada operacionalidade internacional (Mindelo e Praia), 3 aeroportos internacionais (Mindelo, Sal e Praia) e 4 pequenos aeroportos regionais nas outras ilhas.
Eterno Madiba
27 de Janeiro de 2014 at 14:14
Boa Vista tem aeroporto internacional. E Cabo Verde não tem região autónoma.
Eterno Madiba
27 de Janeiro de 2014 at 14:31
Sinceramente falando temos muitos homens habeis aqui no nosso S. Tomé. Só que são tão habilidosos na diplocia para resolver problemas com as esposas e os irmãos que consequência só pode ser aumento de pobreza generalizada para a população santomense!
Rio de Janeiro - RJ
25 de Janeiro de 2014 at 17:35
O eixo do mundo Lusófono mudou, da Europa para a América. Seguem as economias, em dólares americanos.
Portugal: 252.000.000.000 (252 bilhões)
Brasil: 2.324.000.000.000 (2 trilhões e 324 bilhões)
O minha cidade, que é uma cidade média no Brasil, sozinha tem 350.000 habitantes. É mais do que a população de STP. O Brasil não ajuda por absoluta falta de boa vontade. Com uma canetada Lula/Dilma faria 5.000 casas populares e reconstruíria o Porto e Aeroporto de São Tomé.
O Brasil gastou somente na Bolívia 400 milhões de dólares em ajuda em 2013. No Haiti mais 50 milhões liderando as tropas de paz na ONU no país. É uma pena a desconsideração de Brasília com nossos irmãos são-tomenses. Mas ainda acho que isso pode mudar com uma ofensiva diplomática são-tomense, o que vem faltando por falta de visão do MLSTP.
verdade
26 de Janeiro de 2014 at 0:51
Caro Rio de Janeiro,
Acho que primeiro te devias com os milhões de Brasileiros que não têm casas decentes, que não têm escolas decentes, que não têm hospitais decentes, etc, etc, etc
Rio de Janeiro - RJ
27 de Janeiro de 2014 at 3:33
Sim, essa é uma discussão eterna em qualquer país que mantém programas de cooperação externa. Devemos financiar tais programas ao mesmo tempo em que tentamos resolver nossas questões internas?
Bem, a maioria dos brasileiros acha que sim, e não contestam o orçamento de cooperação externa todo ano aprovado no Congresso. Ter problemas para resolver não impede a solidariedade, até porque o Brasil também recebe benefícios de alguns programas internacionais.
Enfim, o orçamento é um fato, e considerando que o Brasil auxilia mais o Haiti, Níger, Senegal, Gana, Quênia…do que Palops como STP, o discurso da “Cooperação entre parceiros de Língua Comum” não corresponde aos números.
É provável que a ausência de um lobby diplomático são-tomense em Brasília agrave tal panorama.
Exemplo: O programa de cooperação português, no limite de suas possibilidades como Estado em crise aguda, é de 45 milhões de Euros de 2012 a 2015 conforme a notícia. Em Brasília, um hábil diplomata queniano obteve do governo Brasileiro cerca de 90 milhões de Euros para consertar as estradas da capital Nairóbi…enfim, parece haver potencialidades mal aproveitadas no quadro da Cooperação STP-Brasil.
ferpenapandopo
27 de Janeiro de 2014 at 15:26
O Brasil faz cooperação segundo os seus interesses económicos,como todos os outros estados,vamos-nos deixar de hipocrisias.
Rio de Janeiro - RJ
28 de Janeiro de 2014 at 17:05
Dizer isso é desprezar finalidades políticas evidentes nos programas de Cooperação, reduzindo-as somente a um viés econômico. A Política de Taiwan em STP e do Brasil num país destruído como o Haiti são eminentemente políticas.
Uma equipe diplomática mais hábil pode ver oportunidades onde outras mentes veem dificuldades e “hipocrisias”. O Diplomata Queniano citado que obteve 90 milhões de Euros de Brasília enxergou tal potencialidade. Parece que STP sequer tem Embaixada no Brasil. Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor Leste as tem….