Os serviços centrais dos registos e notariado de São Tomé e Príncipe e os serviços de identificação civil funcionam no rés de chão do edifício do Palácio da Justiça. O edifício colonial alberga no primeiro piso os vários juízos do Tribunal da Primeira Instância, e as respectivas salas de julgamento.
Há exactamente 1 ano, mais concretamente no dia 21 de Janeiro do ano 2021, o Supremo Tribunal de Justiça chamou a imprensa para apresentar o projecto de requalificação e restauro do edifício designado Palácio da Justiça.
Na apresentação do projecto de requalificação e restauro do edifício, o grupo de arquitectos contratado pelo Supremo Tribunal de Justiça, avisou que «as patologias que identificamos requerem mesmo, uma intervenção de fundo a partir da cobertura, para garantir a estabilidade da estrutura existente…», declaração do arquitecto Higino Pinheiro no dia 21 de Janeiro de 2021, na sala de reunião do Supremo Tribunal de Justiça.
As obras de requalificação e restauro avaliadas em 600 mil euros, iniciaram-se em Dezembro do ano 2021. Conforme definiu o arquitecto, a cobertura do Palácio da Justiça, era o principal alvo da intervenção.
Desde Dezembro de 2021 que o tecto do Palácio da Justiça começou a ser removido. Aliás em Janeiro de 2021, o Supremo Tribunal de Justiça tinha justificado as obras de requalificação e restauro, pelo facto também do tecto deixar muita água da chuva penetrar para o interior do edifício.
No entanto, foi com quase todo tecto do Palácio da Justiça removido, que a cidade de São Tomé recebeu chuva de “graças” no passado fim-de-semana. Uma chuva serôdia que irrigou São Tome, e molhou calmamente todos os cantos do Palácio da Justiça.
No rés de chão do edifício, a maioria dos livros dos registos centrais de São Tomé e Príncipe ficou ensopado. O Téla Nón percorreu as instalações do registo central, e viu muitos arquivos de registos de propriedade urbana irremediavelmente danificados.
O mesmo acontece com os registos automóvel e de terrenos. Os livros de registo civil, (assentos de nascimento), principalmente os mais antigos escritos a caneta, simplesmente desbotaram, as letras foram lavadas pela água da chuva.
O tecto falso da sala onde funciona a Identificação Civil, (bilhete de identidade), também está ensopado. Pode desabar a qualquer momento.
Os móveis da sala estão protegidos por sacos de plástico. A única máquina de fotocópias que funcionava na Identificação Civil está inoperante.
Segundo relatos colhidos pelo Téla Nón o equipamento bebeu muita água da chuva no passado fim-de-semana.
Para além da fotocopiadora, os serviços centrais de registos e notariado perderam a maior parte dos seus equipamentos informáticos. Instalados com ajuda dos parceiros internacionais, para promover a digitalização dos arquivos e registos, a base de dados dos computadores ou seja o chamado “PC” das máquinas, estava no chão ao lado das mesas de trabalho.
Segundo explicações dadas ao Téla Nón, a chuva serôdia do passado fim-de-semana entrou pelo edifício sem tecto, penetrou nas bases de dados, e inutilizou todos os equipamentos informáticos que estavam nas salas inundadas.
Pessoal experiente dos serviços revelou para o Téla Nón, que a identidade de muitos são-tomenses, e também dos seus patrimónios foi apagada, “deletada” pela chuva serôdia de 23 de Janeiro de 2022.
Uma verdadeira calamidade que se abate sobre a alma são-tomense. Perder identidade, e todos os arquivos identitários em pleno século XXI.
O Téla Nón viu alguns funcionários dos serviços de registos e notariado a colocar os livros de registos ao sol. É a única alternativa para tentar salvar algum arquivo, alguma identidade que a chuva não apagou.
Note-se que o Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus visitou o edifício do Palácio da Justiça na manhã da passada segunda feira.
O Chefe do Governo tomou contacto com a realidade e ordenou a suspensão de todas as actividades nos serviços de registos e notariado.
Para resolver mais esta calamidade o chefe do Governo orientou os ministros das finanças e da Justiça respectivamente Engrácio da Graça e Ivete Lima para fazerem o levantamento dos prejuízos, e rapidamente agirem no sentido de criação de condições para o normal funcionamento dos serviços de registos e notariado.
Abel Veiga
EX
28 de Janeiro de 2022 at 11:09
Ohm Credo Pais de um de Junho, tudo parece brincadeira ou piada.
Se já sabiam que estavam em Obras, o pessoal não poderiam deslocar durante as chuvas no sentido de protegerem os documentos e tais registo?
Mas que falta de zelo e de interesse.
Pedro Costa 2
28 de Janeiro de 2022 at 11:14
Neste palácio de Injustiça acontece de tudo um pouco. De certeza que estes equipamentos informáticos agora vão precisar de intervenção e uma fotocopiadora desta que vejo nas imagens, não é nada barata. Uma vez que os responsáveis gostam de gastar o mínimo possível para ficarem com o resto nas suas contas pessoais, se a chuva inutilizou todos os equipamentos informáticos que estavam nas salas inundadas, agora que vai ser.
Por outro lado se a identidade de muitos santomenses e também dos seus patrimónios foi apagada, “deletada” pela chuva serôdia de 23 de Janeiro de 2022, mais uma razão que neste país só existirão nomes tais como: Katiusca, Guitton Managem, Leroy, Pressley, Sandoval, Gabdulo, Fredson, Yasser, Lenine, Jess, Brany, JAMA Pedriatics, Wadirluchtter, Negesse, Mamadou, Emery, Arafat e muitos tantos que existem por aí que em nada nos identificam. É pena que assim seja e espero que esta chuva possa fazer uma lavagem neste registo, tal como no edifício e nas mentes das pessoas que lá trabalham.
SANTOMÉ+CU+PLIXIMPE
28 de Janeiro de 2022 at 11:48
Tudo já está informatizado.
Vanplega
28 de Janeiro de 2022 at 12:22
Coisas que os maladros da justiça e do registo querem.
Mais bandidagem, em nome da chova, vai chover dinheiro com aldrabice
Ana
28 de Janeiro de 2022 at 12:46
Tecto falso do pinta cabra. Então eu pensei que quando fizeram obras no registo, colorem Betão ou alguma coisa boa. Esse pinta cabra tb. Fogo é triste. Agora vão dizer que culpa é de Dr Jorge bom jesus. Enfim, pinta cabra do raio.
Andorinha
29 de Janeiro de 2022 at 12:40
Você mazé diz onde vai parar contentores de medicamentos vocês vão mazé reparar pontes e casas destruídas em Lemba produtos alimentares estão caríssimo povo não aguenta mais.
Tira nome de Patrice Trovoada na boca não é ele que esta a governar é Jorge bom Jesus que esta a governar, faz sai.
Gentino Plama
28 de Janeiro de 2022 at 12:48
Haja sapiência. Não é em vão que os pescadores vão a Chada mês de Junho. Desprovido de meios meteorológicos que lhes antecipasse o estado do tempo, a experiência passado de mais velho para a mais novo, era tido em conta pois, o prejuízo seria de certa forma, incalculável. Não quero aqui descrever o ato em si, mas é sabido que os pescadores de todos os pontos do País junto com as suas famílias concentram-se na zona Norte, com o objetivo de tirarem o maior proveito daquilo que a natureza oferece referente ao mar. Destelhar um edifício desse, com o Leve-Leve, numa altura como esta, é sem dúvida acabar com o mesmo, e os serviços que neles são efetuados.
Não se esqueçam que o período de chuva em São-Tomé e Príncipe são de 9 meses. A inconstância, resultante da alteração climática não dita em definitivo aquilo que já se sabe desde comum que é a regulação do clima em São-Tomé
Timoteo dos santos
28 de Janeiro de 2022 at 14:54
Também.Tanto tempo e nenhum dos Governos fez algo pensado. corjas de Mediucres.
Não sei o porquê que os Tibunais ainda estão nesta casa. Esta casa não é património dos Tribunais. Foi e é dos Registos e Notariado desde dos tempos idos. Os tribunais estão lá de BOLEIA.
Amélia rita
28 de Janeiro de 2022 at 16:20
Alguma vez este país merece independência?
Nem as instituições conseguem funcionar em pleno. Depois queixam se de chuva. O senhor chuva é a culpa de toda a incompetência.
Quem mandou abrir o tecto do edifício nessa altura não sabia que ia chover?
É triste ver o meu país a caminhar para trás por causa da petulância e incompetencia de algumas pessoas que estão a frente do país e das instituições.
Só com cristo
Rumualdo ceita
28 de Janeiro de 2022 at 22:55
Meu Deus como é que se faz obras de tecto sem pensar em quem está no rés do chão?
Só mesmo neste fim do mundo.
Neste país, cada um faz o quer e ninguém aparece para pedir responsabilidades.
Depois pedem mais dinheiro aos doadores para cobrir os erros do desleixo e incompetencia.
Já que o culpado é da chuva mandem a chuva para Cabo Verde que lá sabem fazer uso dela.
Josias santos
28 de Janeiro de 2022 at 23:00
Ops 600.000 euros para reparar um edifício desses!
Não percebo de obras mas acho que é muito dinheiro que dava para fazer um prédio novinho em folha.
O ministério público com muito menos dinheiro está a fazer novo edifício.
Ao continuar assim esse país não vai a lado nenhum.
Silvio alexandre
29 de Janeiro de 2022 at 2:51
Já que para muitos a chuva é uma maldição em São Tomé, então que a mandem para Cabo Verde que eles lá farão bom uso dela. kkkkkkkkkkkk
Isto aqui é uma terra de dirigentes com atrasos mentais que não têm noção de gestão de um país.
SEMPRE AMIGO
29 de Janeiro de 2022 at 23:04
Pelos vistos já não vale a pena perder tempo com “emitir opiniões e muito menos aconselhar.”Ningeum te liga.A sabedoria popular nos alerta:”Não aconselhes o tolo:em qualquer caso te culpará depois.”Em todo caso nenhum cidadão nacional, com o risco de passar por conivente, pode assistir, impávido e sereno, a caravana a passar.Nenhuma eleição agora ou no futuro, com o país mergulhado num tsunami de crises económica, social política e de identidade, salvará o nosso STP de um precipício anunciado.Um pequeno país insular com muitos comandantes.Com tantos comandantes o navio só tem um destino:AFUNDA.