Política

Empresários de STP e da Índia reuniram-se em conferência sobre cooperação económica

“Cooperação Económica entre a Índia e São Tomé e Príncipe: Tendências e Perspectivas”, foi o tema da conferência que reuniu 25 empresários dos dois países.

Raghu Gururaj, embaixador da Índia em São Tomé e Príncipe destacou as relações calorosas e amigáveis que sustentam a cooperação bilateral. Relações que nasceram com a independência de São Tomé e Príncipe no ano 1975, mas que segundo o diplomata indiano, não permitiu o crescimento da actividade comercial entre os dois países.

«Embora o comércio bilateral seja limitado no momento, o potencial de desenvolvimento é enorme», afirmou Raghu Gururaj.

Os comerciantes dos dois países enfrentam enormes dificuldades para implementar o negócio. A difícil conexão de transportes aéreos e marítimos é um dos graves problemas.

Embaixador da Índia – Raghu Gururaj

«Actualmente, os produtos da Índia chegam a São Tomé através dos portos aéreos ou marítimos de Adis Abeba(Etiópia), Gana, da Guiné Equatorial, Togo ou Camarões. Consequentemente, o custo de transbordo de produtos e mercadorias é bastante elevado», precisou o embaixador da Índia.

A este constrangimento junta-se outro também importante, trata-se da pequenez do mercado nacional. Segundo o embaixador da Índia mesmo que os dois países evoluíssem para um acordo de Livre Comércio, os dois países estariam sujeitos a essas limitações.

No entanto, a Índia aproveitou a conferência de cooperação económica, para realçar as vantagens que São Tomé e Príncipe oferece ao sector privado da Índia e do mundo.

«São Tomé e Príncipe é uma jóia turística escondida na região(golfo daGuiné), e que as possibilidades de aumentar o turismo são imensas», confirmou.

A estabilidade política e social que marca o país contribui cria, segundo o embaixador da índia, condições propícias para o investimento e o comércio. A maioria da população é jovem e representa importante força de trabalho.

A localização marítima do arquipélago é considerada como uma vantagem estratégica que pode transformar o país, num centro comercial e logístico para atender também aos países da região do Golfo da Guiné.

«Estas vantagens têm potencial para fazer de São Tomé e Príncipe, um pólo de educação, saúde, de investimentos e de exportações para países terceiros», sublinhou o embaixador, Raghu Gururaj

Por outro lado a Índia que se afirma como sendo a  “Farmácia do Mundo”, diz que pode ajudar São Tomé e Príncipe «na formação e desenvolvimento dos profissionais de saúde».

Como grande potência no domínio das tecnologias de informação o país asiático promete ajudar o arquipélago africano a desenvolver habilidades em termos de tecnologias de informação, e mais ainda «introduzir a educação digital em todos os sectores da educação são-tomense».

Sessão da Conferência entre empresários de São Tomé e Príncipe e da Índia

Na conferência com os empresários, a Índia manifestou também disponível para «digitalizar a infra-estrutura bancária de São Tomé e Príncipe e fornecer a formação e o know-how necessários».

O embaixador, deixou claro que o seu país tem interesses em «implementar projetos sociais, de saúde, agricultura e educação em São Tomé e Príncipe, com o envolvimento de profissionais são-tomenses».

Por sua vez Jorge Correia Presidente da Câmara do Comércio de São Tomé e Príncipe, definiu Índia como parceiro comercial do país.

O secretário de Estado do Comércio e Indústria Eugénio da Graça, também destacou que a Índia é um país importante para o arquipélago, que deve procurar aproveitar as vantagens comparativas para forjar uma relação económica mais forte.

Note-se que do período 2020 – 2021 as trocas comerciais entre os dois países atingiram 1,51 milhões de dólares.

 Bens exportados da Índia para o mercado são-tomense atingiram os 1,51 milhões de dólares, contra nenhuma exportação feita por São Tomé e Príncipe para o mercado da Índia.

Produtos farmacêuticos, químicos, orgânicos, algodão, instrumentos fotográficos, médicos etc, figuram na lista dos produtos que a Índia exportou para São Tomé e Príncipe.

Abel Veiga

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