Política

Mudanças climáticas põem em causa todos os esforços de STP para eliminar o paludismo

 O impacto das mudanças climáticas está a pôr em causa todos os esforços consentidos por São Tomé e Príncipe nos últimos anos para eliminar o paludismo. Revelação feita por Annie Ancia representante da OMS no país na cerimónia de celebração do dia mundial da saúde, 7 de Abril.

“Nosso Planeta …Nossa Saúde”, foi o Lema da celebração do dia 7 de Abril, dia mundial da saúde. Um lema que liga a protecção do ambiente à saúde. Um lema que se enquadra na situação actual do distrito de Lembá, região escolhida para acolher o acto central do dia mundial da saúde.

 Em Dezembro de 2021 Lembá foi o epicentro de fenómenos naturais extremos, enxurradas que atingiram a ilha de São Tomé.

«Essas cheias aumentaram o número de casos de diarreia especialmente nas crianças menores de 5 anos», afirmou a representante da OMS.

Lembá representa hoje o impacto das mudanças climáticas na vida e na saúde das populações. Infra-estruturas sanitárias destruídas, e a população sem água potável. As mudanças climáticas provocaram também o aumento do paludismo em Lembá.

Annie Ancia – Representante da OMS em STP

«Aumentaram os casos de malária, num distrito que no ano passado tínhamos citado como exemplo da eliminação da malária em São Tomé e Príncipe», sublinhou Annie Ancia.

Segundo a OMS o fenómeno das mudanças climáticas, está a por em causa todos os esforços do país e da comunidade internacional, para eliminação do paludismo no ano 2025.

«A história de Lembá é a história do país. Por causa das cheias dos últimos meses o país sofreu as mesmas perdas. Posso dizer que estamos agora a lutar com um aumento preocupante do número de casos da malária que está acima do limiar de alerta, e que põe em causa todos os esforços feitos para eliminar a malária no país durante os últimos anos», concluiu a representante da OMS em São Tomé e Príncipe.

As autoridades nacionais reconhecem que a agressão do homem sobre o ambiente do país, destrói a saúde e tem consequências mortais. Jorge Bom Jesus Primeiro ministro e chefe do governo, destacou o abate de árvores, a poluição do ar e da água como acções que contribuem para degradar a saúde humana.

Representante da OMS e o Primeiro Ministro Jorge Bom Jesus – Acto central do dia mundial da saúde

Os fenómenos naturais extremos que têm assolado a ilha de São Tomé, destruíram também grande parte da produção agrícola. A OMS prevê para os próximos tempos um aumento da taxa de desnutrição no arquipélago.

Na análise da situação mundial, OMS estima que mais de 13 milhões de mortes anuais em todo o mundo são atribuídas as causas ambientais evitáveis.

Os dados da OMS indicam que mais de 90% das pessoas respiram ar poluído resultante da queima de combustíveis fósseis.

«As repercussões são evidentes em termos das doenças cardíacas, pulmonares, do acidente vascular cerebral, do cancro…», revelou a representante da OMS.

 Abel Veiga

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