Mário Lopes, é um dos líderes da juventude de São Tomé e Príncipe, que participa nos diversos fóruns de debate, de troca de experiência, e de negociações, na 5ª conferência das Nações Unidas sobre os países menos desenvolvidos.
«O plano de acção de Doha, aconselha os decisores políticos a colocarem os jovens nas suas prioridades», revelou Mário Lopes.
Juventude representa mais de metade da população do continente africano. Exactamente o continente que alberga 33 dos 46 países menos desenvolvidos.
«Estamos aqui a construir várias agendas sobre as mudanças climáticas, e o empoderamento dos jovens», acrescentou.
A troca de experiência com jovens de Angola, Moçambique, Guiné Bissau, e de outros países africanos, tem criado sinergias para juntos ajudarem os decisores políticos na resolução dos problemas que impedem os mais pobres avançarem na direcção do desenvolvimento.
«Os jovens não são só o futuro. São o presente, e sabemos o que queremos», declarou.
Presente no painel de debate geracional, Mário Lopes, apontou a revolução digital como uma das ferramentas que os jovens africanos pretendem garantir para estimular o desenvolvimento.
«Os jovens são os que mais usam os meios digitais. É um instrumento que os jovens usam para pressionar os decisores, e também para criar soluções», pontuou.
Reconheceu que em São Tomé e Príncipe, o acesso a internet ainda é caro, o que faz com que a maioria da população ainda não tem acesso a esta ferramenta.
«Os jovens são um activo importante para a solução dos problemas. É preciso que os decisores vejam para os jovens», alertou Mário Lopes.
A voz da juventude dos países menos desenvolvidos, está a ser ouvida em Doha. O governo do Qatar já reagiu. Segundo Mário Lopes Qatar vai criar um fundo para financiar os projectos da juventude e da sociedade civil dos países menos desenvolvidos, nos domínios da digitalização e de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
«Existem vários encontros bilaterais. Estão a ser criados mecanismos para que o sector privado e a sociedade civil possam ter acesso aos financiamentos, mas também a troca de experiências», assegurou.
São Tomé e Príncipe poderá colher melhores frutos do plano de acção de Doha, se os decisores políticos se aliarem à diplomacia juvenil. «A diplomacia juvenil eExiste e veio para ficar. É importante que haja sincronia entre os decisores políticos e jovens», pontuou.
Jovens e membros da sociedade civil de São Tomé e Príncipe participam na conferência de Doha, a convite das Nações Unidas.
Abel Veiga – Téla Nón em DOHA / Qatar