O aumento do número de casos aumenta a responsabilidade e exige maior atenção no acompanhamento das vítimas.
O abuso sexual de menores e a violência doméstica em São Tomé e Príncipe é uma preocupação que o ministério público está a levar muito a sério.
«O acréscimo é na ordem de 20% em relação ao período de 2018 que temos como referência. É muito para uma população de 200 mil habitantes» – disse Kelve Nobre de Carvalho, Procurador-geral da República.
A recolha qualificada de elementos de prova é fundamental para que o processo possa chegar até ao fim.
A inauguração de uma sala preparada com os padrões técnicos de audição de crianças vítimas de crimes sexuais e de violência doméstica, no ministério público, é mais um passo no processo para melhorar o caminho da justiça.
«Para proteger aquelas crianças vítimas de violência, de forma a se sentirem mais confortáveis para poderem falar sobre o que aconteceu, com as ferramentas necessárias e atendimento profissionalizado. Isso vai fazer uma grande diferença tanto para a reabilitação da própria vítima e também, na obtenção de provas que levam à punição do agressor» – destacou Eva Millas, representante adjunta da organização das nações unidas para a infância (UNICEF).
Com apoio da UNICEF os magistrados passam a contar com o auxílio de uma psicóloga.
‘A sala tem brinquedos com cores diferentes. Vamos usar também elementos de avaliação, nomeadamente, as provas e, dependendo da idade da criança, podemos fazer várias dinâmicas de intervenção psicológica» -assegurou Raquel Moreno, psicóloga.
Alguns problemas sociais como a pobreza, associada a mudanças de mentalidade, ou o alcoolismo, concorrem para o aumento de crimes de abuso sexual e de violência doméstica em São Tomé e Príncipe.
José Bouças .