Política

Central Sindical denuncia OGE e avisa que “2024 ficará marcado por muitas convulsões sociais”

Depois da última reunião do conselho de concertação social convocada pelo Primeiro-ministro Patrice Trovoada, as centrais sindicais chegaram a conclusão de que 2024 será o ano das convulsões sociais.

Costa Carlos, secretário geral da União Geral dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe(UGT-STP), uma das principais centrais sindicais do país falou sobre o tema debatido na última reunião do conselho de concertação social. Foi apenas um e único ponto, o Orçamento geral do Estado para 2024, precisou o líder sindical.

 «O que o governo nos apresentou não é um orçamento. …Não é possível fazer-se um, orçamento que tem apenas uma direcção. É um orçamento que apenas vai pagar as despesas correntes do Estado, isto não é um orçamento», denunciou Costa Carlos.

A UGT-STP, considera que Patrice Trovoada convocou a terceira reunião de concertação social do ano 2023 apenas para fazer inglês ver.

«O governo nos chamou para dizer ao mundo que o conselho de concertação social está a funcionar. O que nos foi apresentado não fala nem da revisão e muito menos do aumento salarial», reforçou.

A UGT que em Outubro escreveu uma carta de contestação ao Primeiro-ministro, desafiou o chefe do governo a actualizar o salário de base na função pública no primeiro trimestre de 2024. Um desafio ou exigência que o orçamento geral do Estado não dá qualquer resposta.

No entanto do bolo orçamental avaliado em 178 milhões de euros, o governo diz que 60% do valor servem apenas para pagar os salários na função pública. As centrais sindicais discordam. Segundo a UGT durante a reunião do conselho de concertação social, o Primeiro-ministro foi questionado sobre a massa salarial prevista para 2024, e que atende apenas os compromissos que o executivo assumiu com as forças militares e paramilitares.

«Desses 60%, 77 % deles são para satisfazer os compromissos que foram assinados com as forças militares e paramilitares», garantiu Costa Carlos.

Nos últimos meses o governo promoveu dezenas de militares e paramilitares a patente de oficiais das forças armadas. A súbita das patentes implica salários correspondentes.

«Não podemos ter uma função pública em que uns são enteados, outros são filhos e outros nem por isso. A máquina não funciona só com as forças militares e paramilitares», avisou o líder sindical.

A situação para 2024 fica mais complicada quando as organizações sindicais não acreditam que o país não tem recursos financeiros para actualizar o salário de base.

«Eu não posso acreditar que o país não tem dinheiro, quando vemos dirigentes a esbanjarem felicidade. Dirigentes que assinam um documento esta manhã, e a noite dorme fora do país e volta no dia seguinte. Eu pergunto há ou não há esse recurso?», interrogou.

2024 está assim condenado a ser um ano de convulsões sociais. «Um ano incerto e marcado por muitas convulsões sociais. Vai haver muitas convulsões sociais, porque não vamos ter como convencer os trabalhadores de que não há dinheiro», concluiu Costa Carlos.

Abel Veiga

1 Comment

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  1. Martelo da Justiça

    31 de Dezembro de 2023 at 22:33

    Enquanto o Sindicato andar constantemente com paninhos quentes com este Governo fora de Lei, as condições dos professores vão degradando cada vez mais com prejuízo para o ensino das nossas crianças.

    Não há duvidas que este é o pior Governo que já tivemos em São Tomé e Príncipe e Patrice Trovoada pior Primeiro Ministro.

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