Política

Governo condena a greve geral e admite medidas para evitar que seja por tempo indeterminado

 A Ministra da Educação Isabel de Abreu responsabilizou os sindicatos da educação pelas consequências da greve, e o ministro das finanças Ginésio da Mata reforçou que o governo não tem capacidade financeira para aumentar os salários.

Perto de 90 mil crianças e jovens de São Tomé e Príncipe, quase a metade da população do país deixaram de ter acesso ao ensino a partir de 1 de Março.

A ministra da educação foi a primeira a intervir na conferência de imprensa. «Eu tenho que ver para a situação das nossas crianças neste momento. Porque podia-se continuar a negociar. Pois a negociação não esgotou», afirmou a ministra da educação.

 A greve geral na educação foi definida como um caos. «Deixarmos essas crianças sem aulas é um caos», frisou Isabel de Abreu.

 O Governo diz que atendeu mais de 80% das reivindicações dos professores, educadores de infância e serventes das escolas. O destaque vai para a progressão na carreira dos professores.

A Ministra da Educação deixou entender que apesar de muitos professores serem incompetentes o executivo permitiu a progressão na carreira. Uma progressão que implica também a melhoria das condições salariais.

«O nível de aprendizagem das crianças é baixo, e o tipo de professores que temos no sistema, constituem para mim uma preocupação. No início do ano lectivo na aplicação do teste para candidatura de novos professores deparamos com professores vindos das universidades, mas com muitas dificuldades», denunciou a ministra da educação.

Tais professores cerca de 3 centenas têm sido segundo Isabel Abreu, submetidos a formação pedagógica uma vez por semana.

 O Ministro das Finanças também participou na conferência de imprensa. Ginésio da Mata, realçou a decisão do governo de incluir a progressão da carreira docente no orçamento geral do Estado para 2024.

No entanto, explicou que São Tomé e Príncipe tem compromissos macroeconómicos assumidos nomeadamente com o FMI, que obrigam a fixação de limites em termos da massa salarial.

«No conselho de concertação social isso foi explicado aos sindicatos, ou seja, que neste ano 2024 não era possível fazer-se qualquer aumento salarial», garantiu o ministro das finanças.

Ginésio da Mata já tem todas as contas feitas. Perguntou para a imprensa onde é que o país pode encontrar recursos para suportar o aumento salarial de 10 mil dobras (400 euros). A imprensa não soube responder porque não geri as finanças públicas. O próprio ministro deu a resposta.

«Primeiro tem-se que criar riqueza para depois distribuir. Portanto não se pode assumir custos quando não se tem a receita para cobrir», pontuou o ministro das finanças.  

A Imprensa perguntou ao ministro se não era aconselhável diminuir também algumas despesas consideradas fúteis para atender as necessidades de sobrevivência das famílias mais pobres. O ministro pediu a imprensa para indicar as despesas fúteis. Viagens são uma delas. O ministro discordou.

Segundo Ginésio da Mata o governo deverá agir em conformidade com as leis, para evitar que a greve da educação prossiga por tempo indeterminado. Admitiu a requisição civil.

Abel Veiga

5 Comments

5 Comments

  1. Célio Afonso

    2 de Março de 2024 at 14:38

    Poupar nas despesas com viagens de todos os membros do governo.
    A situação é tão grave que um deputado do ADI sugeriu em plena sessão parlamentar que os loliticos têm que reduzir o n de viagens porque as mesmas não estão trazendo nenhum benefício para o país.

  2. Sem assunto

    2 de Março de 2024 at 18:10

    Estão preocupados com os alunos, porque isto e aquilo, e não com os professores?
    As reenvindicações dos mesmos não são coerentes? Porquê de tanta má fé? Facto, o que está em causa é somente a possibilidade de comprar a cesta básica. É pedir de mais?
    Vocês viveriam um mês com o salário mísero que atribuem a classe docente?
    Beleninha tu mesma até bem pouco tempo foste professora no ISEC, passavas a vida a resmungar pelos corredores e hoje por estares do outro lado a luta dos teus colegas para si é fútil e descabida?
    Claro que os novos ingressados no sistema não devem ter qualidade, afinal eles nas universidades têm maioria dos professores ora licenciados, ora desatualizados que nada sabem, nada entendem, nada propõem. Os programas, os planos curriculares são copiados e colados da internet. Não há nestas ditas universidades ninguém com mente capaz de criar e transformar, por não ter entrado ali ninguém brilhante logo não pode sair ninguém brilhante…. simples exercício lógico.
    Vão recorrer a requisição civil só para não admitir que a classe precisa de maior atenção. Até podem ter êxito nesta manobra diabólica, afinal a classe sempre caracterizou se por ter conspiradores e sabotadorrs, porém cabe ao sindicato o braço de ferro até o fim.
    Não menos importante, peça ao seu chefe, burro, o Pigmeu do Patrice Trovoada, para vadiar menos pelo mundo, que certamente poupará nas finanças públicas e será um avanço para a causa dos professores.

  3. Renato Cardoso

    3 de Março de 2024 at 15:08

    Vamos todos sem excepção pagar o preço elevado a curto prazo devido a incapacidade total daqueles que estiveram e os que estão a frente dos destinos destas nossas micro Ilhas;convertidas num estado falido há muito tempo!
    A ministra que não tem traquejo para desempenhar às funções chamando os professores de incompetentes!
    Tudo foi e encontra-se invertido e disfuncional e os burros assumiram os desafios que não são capazes de resolver.
    Motivo para encerrar tudo e irem todos trabalhar no campo!

  4. Madiba

    4 de Março de 2024 at 10:16

    professores incompetentes? Como é possível? Não será distração da senhora Ministra? Talvez a senhora quis dizer «inexperientes». Quem faz admissão dos funcionários públicos não são os Ministros da tutela? Como pode haver professores incompetentes? Pode ser que os sucessivos staffs dos Ministros da Educação, esses sim são incompetentes. Mas quem escolheu os staffs são os Ministros. Então qual a origem da incompetência? E quem é o verdadeiro incompetente? Onde está a política educativa? Como é que se pode admitir que um aluno termine uma licenciatura com grandes lacunas? E hoje vem uma Ministra reclamar publicamente a situação? Afinal de contas, onde é que está o problema?
    Deus, acuda S. Tomé e Príncipe.

  5. EX

    4 de Março de 2024 at 17:08

    Enfim, essa Ministra que foi Quadro da tal Universidade dos Professores, ao chama-los de Incompetentes, ela visa a ela mesma.
    Ser formado por incompetente so pode gerar incompetentes.

    Mas o Problema de Salario em STP existe e nesse caso dos Professores e demais, pura maldade Governativa. Basta rever todo mapa salarial da função publica, dar uma chocalhada e fazer reajuste.
    Ha sectores de estado com indivíduos a ganharem três ou quatro vezes mais que os professores e nada fazem.

    sejam justo e sensatos. FORCA AOS PROFESSORES, MANTENHAM FIRMES

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