Política

Intersindical e o governo retomam as negociações para tentar travar a greve na educação

A greve desencadeada pelos sindicatos do sector da educação, começou no dia 1 de março e prossegue por tempo indeterminado. Enquanto isso as negociações também prosseguem. Esta terça-feira 5 de março as duas partes voltam a reunir-se em busca do entendimento em torno do aumento do salário dos mais de 8 mil professores, educadores de infância, guardas e serventes das escolas.

Em declarações a imprensa na segunda – feira a intersindical da educação garantiu que apresentou uma contraproposta ao governo para que sejam tomadas medidas no sentido de numa primeira fase compensar a perda do poder de compra dos funcionários da educação, e posteriormente executar o aumento real e efectivo dos salários.

Tendo em conta a posição do governo de que não há capacidade financeira para subir os salários a nível da cesta básica, ou seja, 10 mil dobras mensais, cerca de 400 euros, a intersindical põe uma luz no fundo do túnel para as negociações desta terça-feira.

Clemente Boa Morte – Na foto à esquerda

Clemente Boa Morte, membro da intersindical disse que «não podendo aumentar os salários pode-se melhorar o valor dos subsídios, tomar outras medidas de compensação da perda de salário por um período, até que haja condições para aumentar o salário de base. Nós estamos abertos…», declarou. Segundo o membro da intersindical a proposta foi apresentada à ministra da educação, cultura e ciência Isabel de Abreu.

A intersindical explicou que o salário de base do sector da educação é de 2135 dobras cerca de 87 euros e 15 cêntimos. Muito inferior ao valor da cesta básica que é de 10 mil dobras, 400 euros.  Números que revelam a agudização da carestia de vida em São Tomé e Príncipe.

«É um valor irrisório que não dá para se manter nem uma semana», reclamou Clemente Boa Morte.

Vera Lombá, também membro da intersindical avisou que os pais e encarregados de educação têm manifestado solidariedade para com a greve dos professores. Mais ainda, alertou que os professores, educadores de infância, guardas e serventes das escolas não aceitam abrior as mãos do valor da cesta básica.

«Os nossos associados não querem abrir as mãos do valor da cesta básica. Estamos todos sufocados. O aperto é enorme. Agora não há dinheiro… podemos não chegar as 10 mil dobras. Mas temos de chegar próximo deste valor. Não podemos ficar nas 2 mil ou 3 mil dobras. Está comprovado que 2 mil não chegam, e 3 mil não chegam», frisou.

Vera Lombá

A possibilidade do governo recorrer a requisição civil, não é boa ideia, adverte a intersindical. Segundo a representação dos professores, a própria ministra da educação anunciou que existem muitos professores mal preparados no sistema.

«Os pais e encarregados de educação têm de ter este aspecto em atenção. Vai haver requisição civil, então que haja uma requisição civil com professores de qualidade, para que o ensino seja de qualidade. Dizemos que a greve é por tempo indeterminado porque enquanto não houver um resultado das negociações não podemos sair da greve», pontuou. A 

No país com cerca de 200 mil habitantes, quase 90 mil crianças e jovens deixaram de ter acesso ao ensino, por causa da greve geral. A intersindical avisa que é o futuro do país que está em causa.

Abel Veiga

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