A realização de 20 a 22 de agosto na capital da China- Pequim do 6º Fórum de cooperação entre órgãos de comunicação social da China e de África, serviu para os membros de governos, e jornalistas africanos projectarem com os seus colegas da China, novas parcerias para a modernização.
A transição digital foi apresentada como a principal ferramenta para promover a autonomização dos órgãos de comunicação social e assim promover o desenvolvimento tanto na China como em África.
A autonomização foi aliás um dos subtemas do debate que juntou membros de governos africanos, empresas chinesas de comunicação social e de produção das novas tecnologias de comunicação.
China decidiu ampliar a rede de plataformas digitais inteligentes em África. Tais plataformas que já permitem as populações de regiões mais isoladas de África ter acesso por exemplo a emissões de televisão e outros serviços digitais, deverão nos próximos anos oferecer ao povo africano a nova tecnologia de inteligência artificial. Zu Yijing apresentadora da Rádio e Televisão de Beijing(Pequim), realçou as vantagens da inteligência artificial no desenvolvimento dos media.
Zimbabwe é um dos países africanos que já beneficia das plataformas digitais inteligentes. Omphile Marupi, vice-ministro da informação do Zimbabwe, disse na conferência, que através do apoio tecnológico da China, o seu país tem 4 estações digitais de televisão comunitária que produzem conteúdos importantes para o combate às mudanças climáticas, promovem a igualdade de género, e protege os direitos das crianças.
«É o exemplo da transição digital feita pela China no meu país», referiu Omphile Marupi
Angola é outro país da África Austral que está envolvido na nova estratégia sino-africana de transição digital para promover o desenvolvimento da comunicação através das novas tecnologias.
«É a nossa primeira participação no fórum de cooperação sino- africano de comunicação e dos Think-Tanks de alto nível. Está a ser uma experiência positiva sobretudo no nível de relações que Angola mantém com a China, e a integração de Angola nas várias comissões regionais africanas, quer da SADC, a CEDEAO, e a CEEAC. Penso que há uma preocupação comum com as novas tecnologias de informação», declarou Nuno dos Anjos Caldas Albino, Secretário de Estado da Comunicação Social de Angola.
O alargamento da rede das plataformas digitais inteligentes no continente africano, é uma oportunidade abraçada pelos países africanos. Mas, o combate à desinformação e ao discurso de ódio, ou a promoção de sublevações e revoltas deve ser prevenido.
«Vai ser revolucionária, o mundo caminha para aí. Mas também que seja uma disponibilização de meios e tecnologias que protejam os nossos cidadãos e as nossas sociedades», precisou o dirigente angolano.
A experiência chinesa deve ser absorvida por África. «Tal como acontece na China. A China é o principal potenciador destas tecnologias, mas que protege naturalmente os seus cidadãos. É nessa perspectiva, e com esta experiência que queremos a transição para o continente africano», pontuou o secretário de Estado da Comunicação Social de Angola.
O Fórum de Cooperação dos órgãos de comunicação social da China e de África, foi criado no ano 2012. Reúne-se de dois em dois anos. Já produziu mais de 60 acordos de parceria entre empresas e instituições de comunicação social da China e de África.
O Fórum que ajudou a reforçar a parceria estratégica global sino-africana mereceu em 2022 felicitações do Presidente da China Xi Jinping e do então co- Presidente do Fórum o ex-Presidente do Senegal Macky Sall. É organizado pela Rádio e Televisão da China e pela União Africana de Radiodifusão.
Através da tecnologia de ponta que vai disponibilizar cada vez mais ao continente africano, China pretende munir os jornalistas, escritores e toda a intelectualidade africana de ferramentas, para que sejam os africanos a contarem a história, relatarem os factos da realidade do continente, e serem também autores da vasta história da civilização africana.
O projecto de transição digital sino-africana pretende que a história e a realidade africana deixem de ser contadas aos africanos, por actores de outras civilizações.
Abel Veiga