Em março de 2024 os intelectuais de 50 países africanos reuniram-se na capital da Tanzânia, Dar-Es Salaam, com os seus colegas da China. Tratou-se da realização da 13ª reunião do Fórum de Think Tanks China – África.
O grupo de reflexão de quadros seniores africanos e chineses, produziu o Consenso de Dar-Es Salaam. Um documento que definiu a reforma do sistema de ensino herdado do colonialismo, como uma das prioridades da cooperação China-África. As duas partes definiram a educação como um dos principais alicerces para a construção de um futuro compartilhado entre China e África.
O Consenso de Dar-Es Salaam apelou também que a China e África se concentrassem na construção de um mundo multipolar para facilitar o desenvolvimento comum.
Os intelectuais da China e de África exigiram, por outro lado, que os chefes de Estado e de Governos ao se reunirem na Cimeira em Beijing decidissem pela promoção activa da reforma do sistema financeiro internacional para colmatar o déficit do desenvolvimento.
Nas vésperas da realização do Fórum de Cooperação China – África, em Pequim ( de 4 a 6 de Setembro) o Consenso obtido pelos Intelectuais da China e de África em Dar-Es Salaam já teve aprovação do Presidente Xi Jinping.
Numa comunicação on line, Gert Grobler, professor honorário do Instituto de Estudos Africanos da Universidade Normal de Zhejiang-China, disse que em nome dos Think Tanks africanos e chineses escreveu uma carta ao Presidente da China, Xi Jinping, onde apelou «a uma maior cooperação entre a África e a China em projetos academicos e de pesquisa em vários domínios, incluindo ciência, educação, ciências humanas e sociais, engenharia e tecnologia».
Segundo o professor honorário do Instituto de Estudos Africanos na Universidade de Normal de Zhejiang a resposta do Presidente Xi Jinping foi mais rápida do que esperava.
«Na carta, o Presidente Xi disse esperar que os intelectuais africanos possam com base no Consenso China-África de Dar es Salaam, aumentar a pesquisa e exploração do caminho de desenvolvimento, para os países do Sul Global, e fornecer um importante apoio intelectual para a construção de uma comunidade China-África de alto nível, com futuro compartilhado e a salvaguarda dos interesses comuns do Sul Global», citação do embaixador Gert Grobler, professor honorário da Universidade Normal de Zhejiang- China.
Segundo a nota do Instituto chinês de Estudos Africanos a aprovação pelo Presidente Xi Jinping das ideias defendidas pelos professores universitários de África em Dar Es Salaam, no sentido da reforma do sistema de ensino no continente negro acabou por ser notícia no jornal “China Daily”.
«Gostaria de compartilhar com vocês esta notícia emocionante que recebemos ontem(30 de agosto) à noite», referiu o embaixador Gert Grobler professor honorário na Universidade de Normal de Zhejiang- China.
Gert Grobler é diplomata sul africano, foi embaixador da África do Sul na Espanha e no Japão.
Abel Veiga