Política

A modernização de África com a China não põe em causa os interesses económicos de outras potências mundiais 

A garantia foi dada por Du Xiaohui (na foto ao centro), chefe do departamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, que se ocupa da cooperação com os países do continente africano, numa conferência de imprensa esta quinta- feira.

Após reunião com os embaixadores dos países africanos acreditados na China, para fazer o balanço dos resultados do Fórum de Cooperação China – África (FOCAC) que decorreu na semana passada em Beijing, Du Xiohui, falou aos jornalistas.

Disse que o crescimento que África vai conhecer a partir de 2027, e em consequência da execução do plano estratégico e pragmático de modernização definido com a China na cimeira da FOCAC, (2025-2027) contribuirá para estimular a economia mundial.

O director do departamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China para África, fez alusão ao facto, do mundo estar dividido em blocos económicos e políticos antagónicos. Mas tranquilizou os outros blocos.

Garantiu que os interesses económicos em África não serão postos em causa. Pelo contrário, segundo Du Xiohui, «o crescimento de África vai estimular o investimento dos países que integram os outros blocos».

A extensão da iniciativa chinesa “Cinturão e Rota” em África, foi um exemplo apresentado como estimulador do investimento de outros blocos económicos em África. Durante a FOCAC a iniciativa Cinturão e Rota (construção de estradas, caminhos de ferro e portos) ganhou maior vigor para o continente africano, com a assinatura de um memorandum entre a Tanzânia, a Zâmbia e a China.

Segundo o ministério dos negócios estrangeiros chinês, o acordo vai permitir a revitalização das obras de construção do caminho de ferro que vai ligar a Tanzânia e a Zâmbia numa distância de 1800 quilómetros.

O projecto ferroviário permitirá a circulação de pessoas e de mercadorias, e fomentará o comércio em toda a África Austral. As conexões com outras linhas férreas africanas já construídas pela China, ou portos a serem construídos noutros pontos de África, vão pôr todo o continente em mobilidade para o desenvolvimento de negócios e do comércio.

Um projecto em que segundo Du Xiohui, todos ganharão. Tanto África e a China, como os países do os dos outros blocos económicos mundiais que exercem influência no continente negro.

Para demonstrar que o plano de modernização de África para os próximos 3 anos é uma prioridade da China, o Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou que foi criado um comité de seguimento do plano apresentado pelo Presidente Xi Jinping na 9ª edição da FOCAC. O Comité é liderado pelo vice-Primeiro Ministro Ding Xuexiang.

China considera que está aberto o melhor período nas relações bilaterais com África. O Director do departamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros para África, fez questão de desmistificar a ideia muito transmitida, de que apenas a China busca e por interesses económicos cultivar boas relações com África.

Segundo Du Xiohui o relacionamento e a amizade África – China são recíprocos. Deu o exemplo do terramoto que destruiu a província de Qinghai no ano 2023. Revelou para os jornalistas que várias escolas daquela região foram reconstruídas com o apoio financeiro e material doado pela Guiné Equatorial. Uma acção de solidariedade do país vizinho de São Tomé e Príncipe, para com o povo chinês, que simboliza a irmandade entre os povos.

Denis Sassou Nguesso, Presidente da República do Congo, é o novo co-Presidente do Fórum de Cooperação China – África, e representa a África Central. Nos últimos anos a FOCAC foi co-presidida pelo Senegal em representação da África Ocidental.

Abel Veiga  

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