1 de outubro de 1949, é uma data histórica para a República Popular da China. Celebra-se os 75 anos sobre a consumação da Revolução protagonizada pelo Partido Comunista Chinês, que dentre outras decisões impôs a propriedade estatal sobre os meios de produção.
Na altura país essencialmente agrícola, a China definiu o seu próprio modelo de desenvolvimento sem desviar-se do princípio comunista. A estrutura administrativa do meio rural dominada pela pobreza sofreu mudanças adaptáveis a realidade sócio – cultural do país, e a pobreza extrema foi derrotada. 75 anos depois da revolução comunista, China é o único país do mundo que eliminou a pobreza absoluta, antes da meta de 2030 definida pelas Nações Unidas no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Na vila rural de Ankang, na província de Shaanxi, noroeste da China, o Téla Nón constatou o exemplo do sucesso da revolução comunista, que segue o princípio de pôr em primeiro lugar e acima de tudo, a realização das necessidades do povo.
Cercada por montanhas, Ankang não vive isolada. O programa do partido comunista chinês para eliminação da pobreza perfurou a base das montanhas, e construiu estradas e caminhos de ferro. Comboios de alta velocidade ligam Angank à capital da província, Xi´An, numa distância de mais de 200 quilómetros.
Sem terra plana, os agricultores da região de Ankang cultivam nas encostas das montanhas. A técnica de socalcos permite a cultura de tubérculos e legumes no cimo das montanhas. No meio, hortaliças e frutas, e o sopé da montanha é coberto com cereais, principalmente milho e arroz.
Langao, aldeia agrícola localizada mais no interior, a cerca de 100 quilómetros da vila de Ankang, prova que o desenvolvimento da China é inclusivo. A modernização da agricultura levou novas tecnologias. Sistemas de irrigação gota a gota trepam as montanhas e garantem a produção alimentar. Adubos orgânicos fertilizam o solo, tecnologias de ponta asseguram a vigilância meteorológica e previnem as pragas que possam comprometer a colheita.
A economia verde floresce no interior da China. Kiwi é a mais recente cultura introduzida nos cerca de 200 hectares de terra da comunidade agrícola de Langao. Um fruto de grande valor económico que é exportado para os países do sudeste asiático nomeadamente a Austrália. O rendimento da cooperativa de agricultores atinge cerca de 30 milhões de dólares por ano.
Para dar valor acrescentado, uma unidade de processamento do Kiwi foi instalada na vila de Ankang. As unidades de transformação dos produtos agrícolas abriram mais oportunidades de emprego para os habitantes das zonas rurais.
Kanjac, é o nome de um tubérculo cultivado nas montanhas de Langao. Também é transformado e exportado. Este ano os agricultores produziram 150 mil toneladas de Kanjac. A fábrica de processamento não para de funcionar. Wei Xiaolin secretário do comité do partido comunista chinês em Langao, disse ao Téla Nón que são muitas as encomendas feitas tanto na China como no estrangeiro. Kanjac representa 2/3 da produção agrícola de Langao, e dá à região receitas na ordem de 50 milhões de dólares por ano.
Também as folhas comestíveis produzidas no campo são aproveitadas para alimentar a economia local. São transformadas em gelatina, e outras iguarias. São empacotadas e comercializadas dentro e fora da República Popular da China. Uma inovação que fez o Téla Nón recordar das diversas folhas de São Tomé e Príncipe ricas em ferro e proteínas, algumas vezes utilizadas nos pratos típicos do arquipélago, mas quase sempre subaproveitadas como produto transformado e com valor acrescentado para estimular o rendimento das famílias de agricultores.
O certo é que a segurança alimentar está garantida, e a pobreza foi eliminada no vale das montanhas da região de Ankang, que em 2010 foi visitado pelo Presidente Xi Jinping, o arquitecto do programa de eliminação da pobreza absoluta na China.
A estrutura económica e social tecida pelo partido comunista da China na região montanhosa, é sustentada também pelo turismo. Gente acolhedora e afável, a população da região de Ankang transmite para o visitante a alegria de viver, a alegria de ter conquistado o direito ao desenvolvimento.
Nas margens do rio Lan que atravessa a vila, mulheres, homens e crianças mostram que nunca desviaram das suas raízes, e dos seus princípios. Confirmam que a China é uma civilização milenar, que sabe de onde vem, e para onde vai.
África e São Tomé e Príncipe foram convidados pela China na recente Cimeira da FOCAC para a modernização agrícola. O gigante asiático quer partilhar experiência e tecnologia com os países africanos, para vencer a pobreza no meio rural, e fomentar o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Caldeiras e Nova Moca são duas comunidades agrícolas da ilha de São Tomé, onde a China já deu início ao projecto piloto de luta contra a pobreza.
Abel Veiga
Joao Batepa
1 de Outubro de 2024 at 16:03
Eu gosto do artigo mas nao acredito na China.
China é ruim para o ambiente Africano. Pior que os europeus.
Precisamos de uma liderança coesa que se adapte o ecossistema económico global atual e que faça parcerias dinâmicas inteligentes com todos ou de uma firme aliança isolada com Portugal.
Zé de Neves
2 de Outubro de 2024 at 8:48
Chineses são Sugadores…
Vejam o caso de Angola na penúria pela dívida que contraiu na China…
Mecongo
2 de Outubro de 2024 at 10:58
Isso é o que faz países(com recursos viver acima das suas possibilidades).
São Tomé e Príncipe igual
Países de África