O país mais populoso do mundo, com mais de 1 bilhão e 400 mil habitantes tornou-se independente em 1947, mas só 3 anos depois entrou em vigor a nova constituição democrática.
«Desde então, em cada Dia da República, a Índia celebra a atribuição de poderes aos seus cidadãos para escolherem o seu próprio governo, para defender os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade e a celebração da sua imensa diversidade cultural», declarou Deepak Miglani, embaixador da índia em São Tomé e Príncipe.

Foi no dia 27 de janeiro de 1950 que a Índia adoptou a nova constituição política. É a maior democracia do mundo, onde mais de 640 milhões de eleitores exercem nas urnas, o poder político, aliás como aconteceu nas eleições legislativas do ano passado.
País emergente, a evolução científica e aeroespacial marca a actualidade da República que nasceu em 1950. «Recentemente, a Organização de Investigação Espacial Indiana demonstrou com êxito a acoplagem espacial entre dois satélites. A Índia tornou-se agora o quarto país do mundo a dominar esta tecnologia e este feito notável abrirá caminho a missões espaciais ambiciosas», detalhou o embaixador da Índia.
No sector da saúde, o país asiático é considerado como a maior farmácia do mundo. Um elemento que sustenta o estatuto de ser o país mais populoso do mundo. «A Índia produz mais de 25 % da procura global de todos os tipos de medicamentos a baixo custo. A Índia já é o maior produtor de vacinas do mundo e o seu ponto de venda único na produção de vacinas tem sido o elevado volume e a eficácia, combinados com o baixo custo», pontuou Deepak Miglani.
Na cerimónia de celebração do Dia da República da Índia, e diante dos convidados, o embaixador realçou a pujança da cultura indiana. «O maior evento religioso do mundo, conhecido como Maha Kumbh, está a decorrer na Índia. Mais de 450 milhões de peregrinos religiosos participam neste festival de 45 dias que se prolongará até 26 de fevereiro. Esta maior congregação humana no planeta Terra é visível até mesmo no espaço e demonstra, com razão, a rica herança cultural do meu país».
A nível político a maior democracia do mundo tem sido um dos principais protagonistas na promoção da mudança da ordem mundial. Membro fundador dos BRICS, a Índia tem sido activa na defesa dos ideais do Sul-Global. «A Cimeira Voz do Sul Global é uma das plataformas mais singulares da ordem mundial em mudança do século XXI. No ano passado, a Índia organizou com sucesso a 3ª Cimeira do Sul Global, na qual Sua Excelência o Sr. Gareth Guadalupe, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades participou e apresentou os pontos de vista do Governo de São Tomé e Príncipe», frisou.

As relações diplomáticas com São Tomé e Príncipe foram estabelecidas logo depois da independência do arquipélago em 1975. Em 2020 Índia abriu embaixada em São Tomé. O diplomata indiano defendeu o reforço da cooperação bilateral que já está a evoluir nos sectores da saúde, da agricultura, da educação e do reforço das capacidades.
Na semana que celebrou 75 anos sobre o Dia da República da Índia, São Tomé e Príncipe recebeu a quinta assistência indiana para salvar vidas nos centros de saúde do país. Trata-se dos medicamentos essenciais para colmatar a cíclica rotura de stock que se regista nas farmácias dos hospitais.
A Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Ilza Amado Vaz identificou vários valores que unem São Tomé e Príncipe à Índia, como a paz, o diálogo, a educação, e as tecnologias.
«Gostaria de relembrar o lema da recente presidência da República da Índia no G-20, uma terra, uma família, o futuro. Para exaltar a força das tradições e da cultura indiana no processo de desenvolvimento harmonioso entre os homens, entre esses e a natureza, elementos que devem nortear a caminhada de todos os povos rumo ao desenvolvimento sustentável», sublinhou a chefe da diplomacia de São Tomé e Príncipe.
Potência nos domínios económico, financeiro, e comercial, o governo de São Tomé e Príncipe disse que conta com a colaboração da Índia no desenvolvimento do mundo e de São Tomé e Príncipe.
O leitor tem acesso ao discurso do embaixador da Índia na cerimónia de celebração do dia da República indiana.
Abel Veiga