Política

Ex-ministro da agricultura garante que a entrega da roça Uba Budo Praia aos russos foi legal e justa

Abel Bom Jesus ex-ministro da agricultura confirmou que visitou a média empresa agrícola San Uba Budo, e constatou que as terras não estavam abandonadas.

«Essas terras na sua maioria não estavam abandonadas. Mas o gestor não tinha capacidade de continuar a trabalhar os cerca de 150 hectares», afirmou o ex-ministro.

Agricultor de profissão, e também beneficiário de terras concedidas pelo Estado santomense para desenvolvimento da agricultura, Abel Bom Jesus, enquanto ministro sempre defendeu a retirada das terras a aqueles que não trabalham.

No entanto, no caso da média empresa agrícola San Uba Budo, com 23 anos de actividade na produção e exportação do cacau, o ex-ministro disse, que a causa para a retirada das terras foi o não pagamento dos impostos de exploração das terras agrícolas.

Abel Bom Jesus ficou a saber que a San Uba Budo tinha dívidas, pela exploração dos 156 hectares de terra, após ter tido o primeiro contacto com um cidadão nacional que é sócio dos russos. «Ele não tinha a sua situação regularizada. Não só ele como muitos outros médios empresários. Há uma contribuição anual que se paga pela exploração agrícola», frisou Abel Bom Jesus.

Segundo o ex-ministro, as terras da empresa nacional San Uba Budo foram o alvo preferencial do referido cidadão santomense que apresentou ao ministério da agricultura, uma proposta de investimento do grupo privado russo.

«É uma média empresa que tem um espaço considerável e cabia no projecto. Os russos têm um sócio santomense que trabalha com eles. Foi ao ministério apresentar o projecto e vimos que aquelas terras atendiam ao projecto que tinham, então decidi junto ao governo introduzir o projecto deles e foi aprovado no conselho de ministros e procedeu-se de forma normal a retirada das terras. Foi retirada a terra de acordo com o volume de investimentos que os russos pretendiam fazer», explicou.

O ex-Ministro da agricultura reconheceu que foi a primeira vez na história do processo de reforma fundiária, iniciado em São Tomé e Príncipe nos finais de década de 80 do século XX, que o governo santomense retira a posse de terra agrícola, a uma empresa ou cidadão nacional, para entregar a um grupo estrangeiro.

«Simples, simples, eu não tomei nenhum valor nas mãos dos russos. Se o senhor se sentir prejudicado ele que vá ao Tribunal questionar», pontuou.

 O ex-ministro da agricultura garantiu que deixou para o novo executivo, uma lista de outros médios empresários agrícolas santomenses, a que deve ser retirada a posse de terra.

O caso da empresa nacional SAN UBA BUDO, que perdeu a terra agrícola para o grupo privado russo Gutta, aguarda agora pela decisão do supremo tribunal de Justiça.

Abel Veiga

4 Comments

4 Comments

  1. Leão do norte

    27 de Fevereiro de 2025 at 18:36

    O nome da empresa nao é “Guta”. Ou querem brincar ou querem nos enganar. Convém ao senhor embaixador da Federação Rússia ser claro na comunicação. A empresa chama se: Nova Produção de Cacau S.L.
    Informe se bem Telanon!
    Curioso é terem tirado do nacional por não ter A,B, C e vemos os soviéticos por lá mais de 6 meses e nada alteraram.
    O Abel Bom Jesus fala de tornelada de cacau exportado por eles, porém deveria saber de que boa parte é devido a compra nas mãos de terceiros e não de produção.

  2. Ribuo

    28 de Fevereiro de 2025 at 6:39

    Só a cara de corrupto desde ministro assusta

  3. Curiosidade

    28 de Fevereiro de 2025 at 14:49

    Sr ex-ministro, gostaria de saber quanto é que o sr paga mensalmente de impostos. Da venda dos ananases do restaurante que fez e do hotel. Ja agora como sempre se diz um jovem empreendedor de sucesso, quanto paga de imposto todos os anos? Ou paga o mínimo porque passa o ano a não declarar as vendas porquenãopassa factura.
    Quantos ananases produz o seu campo e quantos vende sem dizer ao estado?
    Esses impostos que o sr não paga também dava para desenvolver qualquer coisa no pais nem que seja para comprar umas caixas de paracetamol para o hospital. Também comunica as vendas as finanças todos os meses como é obrigatorio?

  4. Jorge Costa

    4 de Março de 2025 at 15:22

    Alguma vez os negócios dos Russos tem alguma coisa haver com cacau?????

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