Em São Tomé e Príncipe, o setor da energia lidera as emissões de gases com efeito de estufa, tornando a transição energética num pilar fundamental da estratégia de desenvolvimento sustentável. Esta transição é considerada uma alavanca crucial para impulsionar tanto a economia verde como a azul.
“Transformar desafios em soluções e aproveitar nossos recursos é parte essencial da nossa visão. Isso inclui o uso de biocombustíveis, que podem gerar novas oportunidades econômicas e fortalecer setores vitais como a agricultura. Além disso, o aproveitamento do metano, proveniente de resíduos sólidos urbanos, águas residuais e atividades agropecuárias, possui grande potencial. Esse recurso pode ser convertido em eletricidade e calor, fomentando um ciclo virtuoso de economia circular e promovendo a proteção ambiental”, afirmou Nilda da Mata, Ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável.
Segundo ainda a governante, chegou o momento de explorar o mar territorial santomense como fonte de soluções sustentáveis.
“A produção de biocombustíveis a partir de algas já é uma realidade em outras regiões e tem o potencial de se tornar uma alternativa viável também aqui. Essa iniciativa pode agregar valor à nossa economia azul, reduzir a pegada de carbono e impulsionar a inovação e a criação de empregos verdes em nossas ilhas.”
Nilda da Mata destacou estes pontos na abertura do 4.º Seminário de Energia e Clima da CPLP.
Luís da Silva, Embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, afirmou que “um dos objetivos deste seminário é desenvolver um roteiro de cooperação 2030 em energia e clima na CPLP.”
Nelson Cardoso, Ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais de São Tomé e Príncipe, destacou que “o sucesso desse roteiro dependerá da vontade política, da mobilização de recursos financeiros e humanos, bem como da colaboração entre os setores público e privado de todos os Estados-membros, sem negligenciar o envolvimento de parceiros internacionais e multilaterais.”
Na qualidade de presidente pro tempore da CPLP, São Tomé e Príncipe reafirma o compromisso com uma transição energética que valorize as suas riquezas naturais e humanas, impulsione as economias verde e azul e contribua para a construção de um futuro próspero e partilhado para os povos da comunidade lusófona.
José Bouças