Realmente, Patrice Trovoada é um político estranho. Recuso em designa-lo ´´Líder“ como ouço por aí, de forma errónea. Resumidamente e, com base no que aprendi nos manuais de ciência política, ser Líder é ter a capacidade de influenciar, inspirar e motivar pessoas, agir em conjunto para alcançar um objetivo em comum. Portanto, referindo-me concretamente a um Líder Político, ele deve ser exemplar, cumpridor das normas e as leis do País, congregar a população, não fomentar ódio, criar e motivar um ambiente de concórdia. Não deve ser prepotente, arrogante e autoritário. Estando no governo ou na oposição, deve ser humilde, honesto, impoluto e combater todos os atos de corrupção e todas ações que concorrem para prejudicar o desenvolvimento do Pais.
Dito isto, com toda a franqueza, não vislumbro essas nobres qualidades no Patrice Trovoada que merecesse a honra de ser designado como Líder de um Partido Político.
Talvez por falta desses atributos, durante sua trajetória política até hoje, não se deu bem em todos os cargos que ocupou no País, principalmente o de Primeiro Ministro que esteve lá quatro vezes, tendo sido demitido três por diferentes Presidentes da República, sendo o último Carlos Vila Nova, curiosamente, da sua mesma cor política. Portanto, qualquer coisa vai muito mal com este político. Lembro-me que quando ele foi demitido pelo Presidente da República, Pinto da Costa andou a vitimizar-se por todo o lado, dizendo que foi demitido por perseguição política com base em diferença ideológica e partidária, o que levou muita gente a acreditar nessa falácia. O grande problema deste senhor é que ninguém tem o direito de discordar do que ele pensa. Alias, a política de vitimização, o seu comportamento autoritário e prepotente, para alem de outras, tem sido a sua marca e sempre utilizada para esconder a sua incompetência governativa.
Outra atitude estranha que não consigo entender deste político é o facto de que o mesmo aparece no Pais apenas no período das campanhas eleitorais. Se perder ou ganhar e não conseguir formar o Governo, foge do Pais e vai viver em Portugal onde tem o seu domicílio. Se ganhar com a maioria absoluta, como aconteceu desta última vez, permanece no Pais, mas de forma intermitente, pois, viaja constantemente para o exterior. Calcula-se que durante os últimos dois anos que governou o Pais, esteve mais no estrangeiro do que no território nacional, apesar das críticas vindas de todos os quadrantes. Até dá impressão que ele tem alergia de viver em São Tomé e Príncipe e só governa o Pais para resolver os seus problemas pessoais.
O mais anedótico de tudo isto é que, em alguns momentos presidiu Conselhos de Ministros a partir do exterior, via vídeo conferencia sob estranho consentimento dos outros membros de Conselho de Ministros. A sua capacidade de impor a sua vontade e achar que está acima de todos e que ninguém pode levantar a voz ou discordar, são as suas características. Quem o fizer vai logo para uma lista de os indesejáveis. O mesmo acontece quando dirige o seu partido a partir do exterior, como tem acontecido atualmente.
Costumo dizer que em termos políticos, já se experimentou tudo aqui em São Tomé e Príncipe. Estamos neste momento a viver uma situação atípica em que existe um governo proveniente de um Partido Político que não tem apoio do seu Chefe. Ou seja, uma parte do Partido faz a oposição ao seu próprio Governo. Não sei como é que os membros do ADI vão restabelecer a unidade no seio desse Partido ou conviver com esta situação sem afastar Patrice Trovoada da direção do mesmo. A ver vamos!

O Chefe do ADI que criticou duramente a formação deste Governo chefiado pelo Primeiro Ministro Américo Ramos, por ocasião de aprovação do Orçamento Geral do Estado, talvez porque se apercebeu que está a perder protagonismo e o controlo da situação, porque todos os deputados do ADI decidiram votar a favor do Orçamento, Patrice Trovoada apressou-se a vir ao publico dizer que ele é que ordenou aos deputados a votar a favor do OGE. Que contradição!
Outra situação anómala recente é a que tem a ver com o aproveitamento político do escândalo de abuso sexual de menores em que existe uma denúncia feita através das redes sociais contra o Presidente de Supremo Tribunal de Justiça, Silva Cravid. Numa primeira fase o ADI através do seu Secretário Geral, o deputado Elísio Teixeira assinou e introduziu na Assembleia Nacional um pedido de destituição do referido juiz, pedido esse que foi retirado horas depois sem quaisquer explicações.
Dias depois foi publicado nas redes sociais outra carta do ADI, datada de 20 de abril de 2025, desta vez assinada pelo Patrice Trovoada, em que dá ultimato ao Presidente do STJ para abandonar o cargo dentro de 24 horas. De forma estranha, quase na mesma altura aparece nas redes sociais uma outra carta de Dr. Silva Cravid com a data de 15 de abril a colocar o seu cargo a disposição.
No meio de toda essa trapalhada, mais uma vez, a cervejeira ROSEMA, que tem sido a desgraça deste Pais há algum tempo a essa parte, aparece nesta balbúrdia porque segundo as declarações feitas pelo Dr. Silva Cravid, numa conferencia de imprensa, a verdadeira motivação do ultimato de ADI tem a ver com a carta por ele recebida da REDUX, solicitando ao Conselho Superior da Magistratura Judicial a instauração de processo disciplinar contra alguns membros do Tribunal Constitucional pela forma como conduziram o processo ROSEMA a favor de um grupo são-tomense que exploram a fabrica neste momento.
A conclusão que se chega é que a maior motivação do pedido de demissão do Presidente do Supremo Tribunal da Justiça por parte do ADI, se deve mais ao caso ROSEMA do que propriamente a questão relacionada com o crime de abuso sexual de menores que ainda vai ser investigado pelos órgãos competente da justiça. Depreende-se então que, o ADI aproveitou a oportunidade deste caso para remover o Dr. Silva Cravid da função que ocupava antes do inquérito do CSMJ. É o caso para se perguntar: por que não o fez antes, sendo um caso que já se propalava há muitos anos? Neste sentido, tanto o MLSTP como o BASTA fizeram muito bem em demarcar-se das pretensões do ADI do Patrice Trovoada.
Contrariamente ao que o ADI diz na sua carta, a maior indignação e revolta social que houve aqui em São Tomé e Príncipe que atingiram níveis de unanimidade nunca dantes registados foi o massacre de 25 de novembro de 2022 em que foram torturados até a morte quatro cidadãos nacionais. O ADI e seu chefe tudo tem feito para inviabilizar esse processo de modo a colocar os culpados e os mandantes na barra dos tribunais. Já lá vão quase três anos!
Portanto, o pronunciamento do ADI neste caso de abuso sexual de menores não passa de oportunismo vergonhoso e pura hipocrisia. Esperemos todos que, aproveitando deste ´´ fervor e nova dinâmica“ do ADI, Patrice Trovoada tenha o mesmo empenho em relação ao caso de 25 de novembro de 2022, este sim, considerado a maior vergonha, depois da proclamação da nossa independência nacional.
Enquanto isto, não consigo entender como é que, sem nenhuma razão plausível nem quaisquer explicações, o Chefe do maior Partido Político do Pais, dirige essa formação política a partir do exterior sob a indiferença dos seus membros, do maior Partido da Oposição MLSTP e de toda a sociedade. Como disse atrás, não é a primeira vez que isso acontece, mas sim, em todo momento em que Patrice Trovoada esta fora do poder.
Até quando os são-tomenses vão continuar a conviver com essa aberração? Será que é um privilégio do político Patrice Trovoada? Pelo o que sei, todas as individualidades que exerceram funções de alto nível no País (PR e PM) tem o seu domicílio em São Tomé e Príncipe. Espero bem que a propalada revisão constitucional tenha em atenção este facto.
Há bem pouco tempo, no calor da sua justa demissão pelo Presidente da República Carlos Vila Nova, decisão esta que o abalou profundamente, Patrice Trovoada teria afirmado que vai afastar-se da política e dedicar-se a outras atividades. Pelos vistos, tratou-se de mais uma mentira em que ele já nos habituou.
São Tomé, 23 de abril de 2025
Fernando Simão

Pumbu
24 de Abril de 2025 at 11:44
As autoridades competentes devem travar uma luta séria contra a criminalidade existente no país. Na passada Terça feira dia 22 de Abril , um jovem foi cruelmente assassinado na cidade das Neves e ainda ninguém se pronunciou sobre este caso. Sera que a vangloriosa PJ irá investigar este Caso?
JuvencioAO
24 de Abril de 2025 at 12:46
Bem falado .
Mas, observando bem para a política de STP, parece ser sensato pensar que o ADI é, hoje, o principal partido político do país porque o Patríce Trovoada é assim como é.
Penso que se o Patrice Trovoada fosse diferente o ADI não seria assim tão forte.
Muitos podem não gostar desta análise. Mas é a verdade.
Vejamos que a diferença entre o ADI e o MLSTP é que:
– Enquanto o MLSTP parece ser democrático, o ADI parece ser ditatorial.
– No MLSTP, os líderes internos não respeitam a liderança do partido. Enquanto isso, no ADI os líderes internos são obrigados a respeitar o líder do partido. Aquele líder interno que não quiser respeitar a liderança do partido, deve sair. E assim tem acontecido com o ADI e tem mantido o partido vencendo sempre as eleições.
Parece nunca haver um único líder do MLSTP que não tenha sido removido com severos insultos. Mas isso nunca aconteceu com o ADI, porque o Patríce Trovoada é assim como é.
Podem crer que há muitos interessados em fazer o mesmo que a liderança do ADI. Mas simplesmente não conseguem.
Quando Patríce Trovoada deixar de ser líder do ADI, podem crer que o ADI poderá ter graves problemas.
Saibam que não milito em partido político nenhum. Mas está é simplesmente uma realidade. A minha.
Miúcha Adok
24 de Abril de 2025 at 13:32
Este texto-documento, devia e deve ser lido para todos os são-tomenses, especialmente, pelos mais perdidos, pelos menos esclarecidos, pelos confusos e incapazes de analisarem,de refletirem sózinhos, pois que o texto em questão sobre o pior inimigo, o maior desgraçado, o corrupto,o ditador,o larápio, o criminoso- assassino,o mafioso…aquele que assumiu cargos políticos importantes em STP sem nunca viver consecutivamente no país,o Patrice
Trovoada, o mesmo que instaurou o regime TOTALITÁRIO e autoritário, que criou DISCÔRDIA na sociedade são-tomense,instalando nas famílias,nos ministérios e nos ministros o ÔDIO, o RANCOR, a VINGANÇA,resultando dos seus numerosos anos de asilo em França, devido a tentativa de assassinato montado pelo seu pai Miguel Trovoada para a eliminação física do 1° presidente após a colonização portuguêsa, Manuel Pinto da Costa, pois que o ambicioso e já mafioso Miguel Trovoada(na época) queria recuperar o título de presidente ( tal pai, tal filho). A família TROVOADA sempre funcionou como uma MÁFIA política organizada, tal como descreve o texto publicado, eles querem manipular, ter o PODER de DOMINAÇÃO sobre todos e tudo…ai de quem ousar dizer ou pensar diferentemente deles,é tiro e queda logo. Esta família Trovoada tem um espírito muito perigoso, uma mentalidade extrêmamente criminosa que perturba e destrói a sociedade.
Mas deve-se reconhecer e admitir que não agiram sózinhos para instalar à podridão ambiente em STP, a família Trovoada sempre usou e serviu-se de outras pessoas, também com ambição desmedida,para chegarem aos seus fins. Todos os são-tomenses devem tomar consciência e aceitar esta verdade verdadeira, que problemática para uns e para outros da equipa Trovoada e que foram expulsos…esta família teve enorme apoio logístico, material, intelectual, moral e por aí fora de muitos são-tomenses inclusive aqueles que eram pro Pinto da Costa, militantes da JOTA-MLSTP, que implicaram corpo e alma ao lado dos Trovoada para fazerem campanha a favor do Miguel Trovoada fazendo-lhe passar por vítima, traíndo o MLSTP- PINTO da Costa e todos os privilégios de que beneficiaram de bolsas de estudos( apesar de muitos terem reprovado várias vezes, mas conseguiram sempre obter novas bolsas),aqui segue o nome do principal de entre eles, é o GABRIEL ARCANJO ALAMÃO FERREIRA DA COSTA( ex 1o ministro e embaixador de STP em Portugal). Este senhor Gabriel Costa,entrou em contacto com o Miguel Trovoada,em França, através de um jurista(já falecido, razão pela qual não citaremos o nome), e daí o mesmo Gabriel Costa engajou-se junto do Miguel Trovoada no seu projeto político,contactou o seu sobrinho Arlécio Costa pedindo-lhe que regressasse para STP em apoio a causa Trovoada, caso houvesse problemas para que ele e alguns dos seus camaradas pudessem intervir a favor ou seja em defesa da causa Miguel Trovoada( o Arlécio Costa no momento encontrava-se na África do Sul como mercenário). Gabriel Costa, decidiu acompanha o Trovoada em outubro de 1990.
E há muito, mas muito mais mesmo a dizer sobre este assunto…o povo são-tomense tem a memória curta, bastante curta, o que agrava a situação política, social etc do país,porque tem-se a tendência de atribuir o MAL, o ÊRRADO a uma só pessoa ou a um pequeno grupinho, ora que os TUBARÕES do problema ficam fora e até esquecidos.
Se STP quer avançar, quer desenvolver de maneira apropriada, HONESTA, justa, SÃ e harmoniosamente, as coisas, as pessoas tudo tem que encontrar o lugar certo para melhor ARRANCAR…com boas bases.
Não é verdade e tão pouco justo de querer atribuir as falhas, os êrros, os abusos, os crimes a um só responsável, ora que houve outros que fizeram parte em tudo que levou o país estar mal atualmente…eles são muitos que fizeram parte pelo que se vive ( políticamente +++) em STP, hoje citei este senhor GABRIEL ARCANJO FERREIRA DA COSTA, porque ele teve um papel importante e o seu falecido sobrinho Arlécio Costa( paz a sua alma), também participou neste sentido, mas infelizmente saiu-se mal.
A HISTÓRIA faz-se com verdades e com pessoas que foram testemunhas oculares, que ouviram, que podem avançar provas do que dizem.
Tudo que aqui vai escrito é a VERDADE VERDADEIRA a 100%, sem tirar, nem acrescentar,podendo ser provado a qualquer momento.
António Das Neves Cardoso
24 de Abril de 2025 at 17:22
Li o artigo sobre Patrice Trovoada e concordo com várias observações feitas pelo autor. É realmente questionável a forma como ele opera politicamente, aparecendo apenas em períodos eleitorais e dirigindo o partido à distância quando não está no poder.
O texto levanta pontos importantes sobre o que define um verdadeiro líder político – alguém que deve ser exemplar, cumpridor das leis, capaz de unir a população e não fomentar divisões. A questão de Trovoada ter sido demitido por diferentes presidentes, inclusive um de sua própria cor política, realmente sugere problemas em sua forma de governar.
Achei particularmente interessante a análise sobre a situação atual atípica: um governo proveniente de um partido que não tem apoio de seu próprio chefe. Isso demonstra uma clara divisão no ADI que parece insustentável a longo prazo.
A conexão feita entre o caso do Presidente do STJ e o caso ROSEMA também é reveladora – parece haver motivações não declaradas por trás das ações do partido. A comparação com o massacre de novembro de 2022, onde o ADI não demonstrou o mesmo “fervor” por justiça, expõe uma possível hipocrisia.
Concordo que é uma situação política anômala ter um líder partidário que dirige o partido à distância, sem explicações, e que parece ter “alergia” de viver no próprio país. A sugestão de que a revisão constitucional deveria abordar essa questão faz muito sentido.
São reflexões importantes para todos nós são-tomenses que desejamos uma política mais transparente e líderes verdadeiramente comprometidos com o país.
Célio Afonso
25 de Abril de 2025 at 7:48
Excelente artigo.
Subscrevo o seu conteúdo na integra.
Pena é que povo é “tapado” e conforma-se com migalhas e falácias desse sr. Patrice.
Mas tenho fé e esperança que um dia o povo acordará para ver que esse sr. é a maior desgraça que que já aconteceu na política são-tomense.
Jorge Cruz
25 de Abril de 2025 at 17:05
O sistema Patricista é corrupto e desleal. Ao longo do tempo, o Patrice Trovoada ambientalizou-se e notabilizou-se na máfia e pouco santomense conseguiu descobrir a magnitude do crime organizado por Patrice Trovoada, ou finge-se.
Precisamos de antídoto para neutralizar o Patrice Trovoada, considerado um veneno incurável.
Desde que apareceu no Quartel ao lado de 4 cidadãos que o mesmo sacrificou, promoveu os responsáveis que o ajudaram nesse genocídio para altos cargos da Nação, grande hipocrisia.
Pretendia hipotecar São Tomé aos estrangeiros, parcelando terras e patrimonios. Os seus seguidores foram instruídos para matar, delapidar e lançar ódio entre famílias são-tomenses. Se a memómoria não vos falhe, Patrice Trovoada demonstrou grande incapacidade de gestão de coisa pública, endividou o país desrespeitando as leis, utilizou Catamarãs que o país adquiriu para seu proveito próprio e levou à Gabão, outro foi destruído em Neves, o segurança que conseguiu abrir-lhe a burra que guardava recursos financeiros foi espancado brutalmente pelo Arlindo “BAlA”, os recursos financeiros eram originários de elementos do partido ADI e amigos que tinham conseguido tacho pela função atribuída na Administração Pública de São Tomé para os cargos de ministros e direções, em vez do deposito ser efectuado na conta do Estado, fazia-se o contrario e o povo andava distraído.
Convivi e vivi com Patrice Trovoada, sei que o homem mata e pergunta notícia. Muito cuidado.