Política

Técnicos do Príncipe fora da formação no Gana e clima azeda na ENASA

O ambiente entre os técnicos da ENASA na Região Autónoma do Príncipe azedou, esta quarta-feira, após ser tornada pública a lista dos participantes numa ação de formação técnica internacional que decorrerá no Gana. Nenhum dos quadros da ilha foi incluído na missão formativa, o que está a ser interpretado como uma exclusão grave e injustificada.

A ação, destinada a capacitar técnicos nacionais no setor aeroportuário, foi recebida com entusiasmo por profissionais de várias áreas operacionais. No entanto, esse entusiasmo rapidamente se transformou em desapontamento no Príncipe, quando os trabalhadores da região perceberam que ficaram totalmente fora da iniciativa.

A indignação manifesta-se de forma coletiva e espontânea. Entre os funcionários, cresce o sentimento de abandono por parte da administração central, numa altura em que se exige mais coesão e investimento nas regiões. A decisão é vista como um reflexo de práticas centralizadoras que continuam a comprometer o desenvolvimento equilibrado e equitativo das competências técnicas no setor da aviação em São Tomé e Príncipe.

A ausência de qualquer técnico do Príncipe num programa de formação desta dimensão é tida como uma falha estratégica grave, especialmente quando se reconhece que o aeroporto regional enfrenta desafios próprios que exigem mão de obra altamente treinada. A não inclusão dos quadros da ilha levanta dúvidas sobre a visão institucional da ENASA em relação ao papel do Príncipe no futuro da aviação nacional.

Até ao momento, não há qualquer explicação oficial sobre os critérios que nortearam a escolha dos participantes. A insatisfação generalizada entre os trabalhadores do Príncipe poderá forçar a administração a rever a sua posição e dar sinais claros de que valoriza, de forma igual, todos os seus técnicos, independentemente da localização geográfica.

Waley Quaresma

1 Comment

1 Comment

  1. edy

    5 de Junho de 2025 at 15:35

    Uma autêntica vergonha de direção!!
    Se o filho do comandante, o diretor geral da ENASA
    Fosse um dos técnicos controladores afeto a ilha do Príncipe, será que ele o iria também o excluir da referida formação?

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