O secretário geral da central sindical, ONTSTP-CS, João Tavares, veio ao público manifestar a indignação para com o governo do Primeiro Ministro Rafael Branco(na foto). O líder sindical diz que o Chefe do Governo está a silenciar as centrais sindicais do país. A ONTSTP acusa também o governo de não se preocupar o suficiente com os problemas dos trabalhadores. João Tavares exige imediatamente a retoma dos trabalhos do conselho de concertação social.
São Tomé e Príncipe tem duas centrais sindicais, nomeadamente a ONTSTP – CS e a UGT – ST. A primeira é mais antiga, vem do periodo do monopartidarismo e a segunda nasceu com o multipartidarismo. João Tavares é o líder da ONTSTP a principal central sindical, que por sinal não está contente com o governo de Rafael Branco.
A ONTSTP considera que o executivo não está a preocupar-se com os problemas dos trabalhadores. Numa reunião do secretariado geral a organização sindical, considerou que os grandes problemas da classe trabalhadora estão a ser menosprezados pelo governo de Rafael Branco, uma vez que desde a sua ascenção ao cargo de Primeiro Ministro Rafael Branco, não se preocupou em reactivar o conselho de concertação social.
Através deste órgão representativo dos sindicatos, patronato(sector privado), e o Governo que lidera o conselho através do próprio Chefe do Governo, as duas centrais sindicais(ONTSTP e a UGT) estabeleceram no passado recente, uma relação de muita simpatia com o antigo Primeiro Ministro Patrice Trovoada, ao ponto de não terem tido qualquer reacção forte em relação a posição do anterior executivo em não aumentar os salários, apesar do partido que na altura governava o país o ter reclamado antes de subir ao palácio do governo. Alías as duas centraius sindicais também tinham lançado um ultimato a exigir aumento dos salários ou paralisação geral do país, caso o primeiro governo do ano não aumentasse os salários.
Num país onde as coisas mudam da noite para o dia, o sindicato da função pública, liderado por Aurélio Silva, que sempre exigiu o aumento dos salários durante a vigência do anterior governo, contrariando a posição das centrais sindicais UGT e ONTSTP, que preferiram estabelecer um namoro com o então primeiro ministro através do conselho de concertação social, está agora contenete com Rafael Branco, apesar do actrual Primeiro Ministro ter deixado bem claro que não é possível fazer-se aumentos na massa salarial, inscrito no orçamento geral do estado já aprovado.
Mas o sindicato de Aurélio Silva conseguiu convencer o actual governo a pagar as indeminizações dos antigos trabalhadores do estado que foram licenciados no quadro do processo de ajustamento estrutural. Uma vitória importante para o sindicato da função pública.
Agora é a ONTSTP, que não está contente com o Governo, porque não promove o conselho de concertação social, onde o sindicato da função pública de Aurélio Silva não tem assento.
Lutas pelos direitos dos trabalhadores, que se confundem também com as guerras inter-sindicais, muito comuns em São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga