As autoridades espanholas manifestaram disponibilidade em colaborar na clarificação do suposto envolvimento de três cidadãos espanhóis na alegada intentona para subverter a ordem constitucional, apurou a nossa reportagem.
O adido do Ministério do Interior, junto das embaixadas de Espanha para os países da África Central, visitou São Tomé e Príncipe, durante uma semana, com este objetivo, garantiram fontes bens informadas.
Durante a estadia, José Antonio Alonso teve encontros com os ministros da Defesa e da Justiça, Arlindo Ramos e Ilza Amado Vaz, respetivamente, responsáveis da Polícia Judiciária e de outras instituições de segurança para saber que tipo de colaboração concreta o país pretende para o esclarecimento do caso.
Nessas questões, há procedimentos próprios. Por exemplo, se o juiz de instrução necessitar de informações sobre os detidos, a diligência deverá ser feita através de uma carta rogatória, dirigida às autoridades judiciais espanholas.
O diplomata teve oportunidade de visitar Orlando Pérez López, José Manuel López Jiménez e Marco Martínez Méndez. A cônsul honorária de Espanha assim como o cônsul de Portugal, encarregues da assistência consular, estiveram igualmente em várias ocasiões na Cadeia Central para ver os detidos. Estas visitas têm acontecido com toda a normalidade.
Os familiares, assim como os governos locais de onde são oriundos estão preocupados, tendo contactado com o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol para obter informações que possam tranquilizar as famílias.
Fontes próximas dos familiares desmentiram algumas das informações publicadas recentemente pelo jornal El Mundo, tais como o envolvimento de Orlando em grupos militares especiais.
O UCP Group, empresa inglesa de segurança privada e instrução, também negou que ele tenha feito parte do seu quadro de pessoal.
Uma das irmãs do ex-militar asturiano, Marco Méndez, considera que a acusação feita pelo governo santomense é “um despropósito”.
Pelas informações disponíveis, nomeadamente na imprensa espanhola, nenhum dos três tem antecedentes criminais.
Alegadamente, o principal objetivo da viagem a São Tomé e Príncipe, através do contacto feito por Albertino Francisco, presidente da Ordem Liberal Democrata (OLD), um partido pouco conhecido, para colaborar na constituição de uma empresa de segurança. Com a mesma intenção teria sido recrutado o ex-Búfalo, Armando Bonfim.
As investigações, entretanto, continuam. Alguns santomenses foram chamados a prestar declarações no Ministério Público.
A data do julgamento do caso ainda não é conhecida.
Colaboração de JR