Crise de saúde começou há quase dois anos; no total, foram confirmados 3.470 casos; uma vacina e tratamentos eficazes foram desenvolvidos e podem agora ser usados em novos surtos; nação africana ainda tem segundo surto ativo na província de Equatória, no noroeste.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta quinta-feira o fim do décimo surto de ebola no leste da República Democrática do Congo.
Declarado em agosto de 2018, o surto foi considerado o segundo maior do mundo. No total, foram confirmados 3.470 casos, com 2.287 mortes.
Trabalho
A OMS felicitou todos os envolvidos nesse trabalho, dizendo que foi “difícil e muitas vezes perigoso.”
Além da dimensão do surto, o vírus estava se espalhando pelas províncias de Kivu Norte e Ituri, que são áreas de conflito. Por várias vezes, os trabalhadores humanitários foram atacados e a resposta teve de ser suspensa.
A OMS explicou que líderes das comunidades afetadas participaram das ações contra o surto. E, graças aos 16 mil trabalhadores locais e mais de 1,5 mil pessoas destacadas pela agência, a onda de contaminações pôde ser contida.
No total, milhares de voluntários foram treinados e realizaram mais de 250 mil contatos com moradores. Cerca de 220 mil amostras foram recolhidas e mais de 303 mil pessoas vacinadas.
Ao longo de dois anos, foram distribuídas mais de mil toneladas de suprimentos e 1.171 sobreviventes receberam atendimento.
Futuro
Em sua conta oficial no Twitter, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “o surto tirou muito de todo o mundo, mas acabou com lições e ferramentas valiosas.”
Segundo ele, “o mundo está agora mais bem equipado para responder ao ebola” com a chegada da vacina e de tratamentos eficazes.
A OMS afirma, no entanto, que a resposta ainda não terminou. Sistemas de vigilância e apoio devem permanecer no local para responder a possíveis surtos nos próximos meses.
Além disso, em 1 de junho, foi declarado um novo surto no país, mas agora na província de Equatória, no noroeste do país. Até terça-feira, tinham sido confirmados 23 casos. A OMS tem pessoal no terreno para auxiliar nessa resposta.
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