PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Secretário-geral foi um dos participantes na Cúpula “Um Planeta para a Biodiversidade”; presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou mais de US$ 14 bilhões para projeto de Muralha Verde no Sahel; chefe da ONU tem reuniões com secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, presidente da COP 26 e primeiro-ministro durante este segundo dia de visita virtual ao país.
A Cúpula Um Planeta para a Biodiversidade reuniu esta segunda-feira dezenas de chefes de Estado e Governo, líderes de organizações internacionais e empresários para tratar da emergência climática.
O evento, organizado pela França, em cooperação com as Nações Unidas e o Banco Mundial, quer intensificar o combate à mudança climática e discutir os novos desafios criados pela pandemia de Covid-19.
Planeta
O secretário-geral, António Guterres, disse que a humanidade está abusando do planeta “como se tivesse um sobressalente.” Segundo ele, o uso atual de recursos requer quase dois planetas, mas só existe um.
Para ele, “agora, a natureza está contra-atacando.”
As temperaturas estão atingindo níveis recordes, a biodiversidade entra em colapso, os desertos crescem e incêndios, inundações e furacões são mais frequentes e extremos.
Ao mesmo tempo, a Covid-19 causou mais de 1,8 milhão de mortes e arrasou economias. Pela primeira vez neste século, a pobreza está aumentando e as desigualdades se aprofundando.
Para Guterres, “a recuperação da pandemia é a chance de mudar o curso.”
Ele diz que “com políticas inteligentes e os investimentos certos, pode se traçar um caminho que traga saúde para todos, reviva as economias, crie resiliência e resgate a biodiversidade.”
Economia
Preservar a biodiversidade mundial também gera empregos. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as oportunidades de negócios emergentes em toda a natureza podem criar 191 milhões de empregos até 2030.
Apesar disso, o secretário-geral lembrou que o mundo não atingiu nenhuma das metas globais de biodiversidade definidas para 2020. Nesse momento, a biodiversidade enfrenta um déficit de financiamento de US$ 711 bilhões por ano até 2030.
Guterres disse que a Conferência da ONU sobre Biodiversidade, que acontece em Kunming, na China, entre 17 e 30 de maio, “será um passo vital para estabelecer uma estrutura global pós-2020 para a biodiversidade e parar a crise de extinção.”
Esperança
Segundo o chefe da ONU, “um novo impulso está surgindo.” Para ele, o principal objetivo das Nações Unidas, em 2021, é construir uma coalizão verdadeiramente global pela neutralidade de carbono.
Guterres afirmou que chegou a hora de colocar um preço no carbono, parar a construção de usinas de carvão, acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e transferir a carga fiscal dos contribuintes para os poluidores.
Ele disse ainda que a COP26, que acontece no final do ano em Glasgow, no Reino Unido, “não pode ser mais uma oportunidade perdida.”
Muralha verde
Durante o evento, o presidente da Franca, Emmanuel Macron, anunciou que a iniciativa Grande Muralha Verde para o Sahel e Saara recebeu US$ 14,2 bilhões em novo financiamento.
Os fundos devem acelerar os esforços para restaurar terras degradadas, salvar a diversidade biológica, bem como criar empregos verdes e aumentar a resiliência do povo do Sahel.
O projeto está sendo criado ao longo da margem sul do Deserto do Saara na África, desde a costa do Atlântico até o Mar Vermelho. Os novos fundos representam mais de 40% do US$ 33 bilhões de dólares necessários para cumprir os objetivos traçados até 2030.
Visita
Esta segunda-feira, o secretário-geral continua sua visita virtual ao Reino Unido.
Além da Cúpula Um Planeta para a Biodiversidade, Guterres participa na “Mesa Redonda COP26 sobre Transição para Formas de Energia Limpa.”
Ele tem ainda reuniões com o secretário de Relações Exteriores do país, Dominic Raab, com o presidente da COP 26, Alok Sharma, e o primeiro-ministro, Boris Johnson.