Representantes da sociedade civil da ilha do Príncipe, reuniram-se na quinta-feira com o Presidente do Governo da Região Autónoma, Filipe Nascimento, para entregarem cartas abertas e de protesto.
Foram no total 5 cartas. Três delas foram entregues a Filipe Nascimento, mas endereçadas às autoridades do Estado santomense, nomeadamente o Presidente da República, o Presidente da Assembleia Nacional, e o Primeiro-ministro e Chefe do Governo. Outras duas, foram endereçadas ao Presidente do Governo regional e ao Presidente da Assembleia Regional.
5 cartas com questões claras, e que exigem respostas curtas e rápidas. «Há tempos atrás tivemos o caso do naufrágio do navio Amfitrit em que veio todo elenco de São Tomé, aqui para o Príncipe. Houve muitas propostas e até agora não surtiu em nada, tudo piorou aqui no Príncipe…», afirmou António Carvalho(na foto em baixo) porta-voz da sociedade civil do Príncipe.
Segundo o movimento da sociedade civil, «quando não é combustível, é a central eléctrica, quando vem o barco com mercadoria, a grua avaria, o hospital é uma calamidade».
O movimento de sociedade civil do Príncipe diz que a ilha está paralisada. O preço dos produtos de base é proibitivo. Em São Tomé um litro de gasolina custa 30 dobras, pouco mais de 1 euro. Na ilha do Príncipe a gasolina está a ser vendida por 100 dobras o litro, equivalente a 4 euros.
«Estamos a comprar gasolina a 100 dobras o litro», pontuou o porta-voz. A rotura do stock de combustíveis é cíclica. Não há navio para transportar com regularidade, combustível para a ilha do Príncipe.
«Passagem aérea é uma calamidade. Se você não tiver 200 euros não vai a São Tomé. 200 euros não são brincadeira para nós aqui no Príncipe..», acrescentou António Carvalho.
A sociedade civil do Príncipe diz que está cansada. «Ninguém faz nada …ninguém diz nada...».
A carta aberta endereçada aos titulares dos órgãos de soberania do Estado, deve produzir resposta num período de 8 dias. «Num prazo de 8 dias esperamos receber algum sinal que venha a nos convencer. Nós não somos colónia de São Tomé. Somos parte integrante de São Tomé», concluiu.
População do Príncipe, espera solução urgente para a situação de bloqueio comercial, económico e social que vive há várias décadas. Caso contrário promete sair as ruas da cidade de Santo António.
Abel Veiga
O Téla Nón coloca a disposição do leitor alguns pontos contidos na carta que a sociedade civil do Príncipe endereçou às autoridades nacionais :
- Dupla insularidade e falta de cooperação e vontade política do Governo da República em prestar uma atenção especial à Região Autónoma do Príncipe.
- Rotura completa do stock de combustível na bomba de combustível no Príncipe, (gasolina, gasóleo e petróleo) chegando os motoqueiros e pescadores a comprarem cada litro de gasolina por 100 dobras.
- Falta de combustível (Gasóleo) e manutenção dos geradores na Central da EM.A.E. para garantir o eficiente fornecimento de energia a população, que já conheceu energia 24 sobre 24 horas.
- Geradores avariados na Central da EM.A.E. e na Empresa CIEM, aguardando por reparação já a longo tempo.
- 1 Grua já fora do tempo de vida útil na Delegação da ENAPOR, sem manutenção e avarias constantes, o que tem dificultado a descarga dos navios, associada a péssimas condições do pontão (porto do príncipe)
- Falta de barcos com condições eficientes de segurança para assegurar a ligação entre as duas Ilhas, de forma que já não se venha assistira ceifagens de vidas humanas por naufrágios de navios sem mínimas condições.
- Falta de um barco de cabotagem com total segurança para transporte de mercadorias para o Príncipe e vice-versa.
- Hospital Regional do Príncipe sem mínimas condições de um atendimento eficiente aos utentes, assistência medica e medicamentosa altamente deficiente, falta de equipamentos e formação permanente e atualização dos quadros da saúde no Príncipe e obras por concluir a vários anos.
- Exorbitante preço de passagem de avião de meia hora e com um valor de 6 mil a 7 mil dobras, por desinteresse e falta de vontade política do Governo Central em aceitar a concorrência, autorizando a entrada de outras Companhias Aéreas para assegurarem também a ligação entre as duas Ilhas.
- Ausência total de investimentos públicos do Governo Central na Região Autónoma do Príncipe, o que manifesta uma clara represália.
- Custo de produtos de 1ª necessidade a aumentar diariamente por causa da retirada de subvenção dos mesmos por parte do Governo Central aos mesmos, como que uma vingança e agravar mais ainda a já tão difícil situação económica da população do Príncipe e o seu poder de compra.
- Materiais de construção (como exemplo) vendido no Príncipe ao triplo do valor do preço praticado em S, Tomé, e total despreocupação e desinteresse do Governo Central em arranjar uma solução para por cobro a esta grande disparidade.
- Violação grave e grosseira do direito do estado democrático e falta de garantia dos direitos dos cidadãos, pela ausência de funcionamento do Tribunal Regional com Juízes e Procuradores residentes na Região Autónoma do Príncipe.
- Falta de um centro prisional (cadeia) com condições, para que os reclusos condenados no Príncipe possam cumprir as suas penas e desfrutarem também das visitas dos seus familiares e amigos para o melhor conforto dos mesmos e nova reinserção na sociedade.
- Comando Regional da Polícia Nacional com falta de efetivos para garantir a proteção da população e dos seus bens, e também melhores condições de trabalho e conforto aos agentes.
- Aprovação do tão propalado pacote de Leis Eleitorais pela Assembleia Nacional e já promulgada por Sua Excelência o Presidente da República, em que a Região Autónoma do Príncipe parte integrante do território nacional não foi tida nem achada.
Original
19 de Fevereiro de 2021 at 10:33
Concordo.
Artur Gonçalves
19 de Fevereiro de 2021 at 10:47
É motivo para se perguntar aos homens/governo/politicos/ e outros com quanto e como é que têm contribuido para os cofres de Estado para que os valores, por direito, se revertam a favor dos cofres do Governo Regional.
Tanto gritaram poela autonomia e têm a autonomia, mas é preciso muito mais do que gritar autonomia. É preciso trabalhar, é preciso organizar, é preciso ter iniciativas, é preciso empreender.
Ameaçar? Que ameacem porque estão no seu direito. Também estarão no seu direito os homens e mulhres de Caué, e de Lemba que são outros extremos do país onde a pobreza é ainda mais acentuada, onde os pronlemas sociais também se avolumam. E estes de Caué e Lemba, não têm autonomia. As finanças e o Tribunal de contas cai-lhes em cima. No Principe, nem as finanças nem o tribunal de contas lhes cai em cima.
Convenhamos….
Povo unido jamais será vencido
19 de Fevereiro de 2021 at 11:28
Basta de abuso do Governo Central!
Terra Boa
19 de Fevereiro de 2021 at 11:53
A ilha do príncipe sem autonomia plena, nada funciona.
Ande estão, Antonio Burro e Aerton de Rosario???
Espero que sejam Homens com “H” e serem honestos a vossa promessa.
Ilha do principe não pode servir de escada a burros reinarem. Tenham Dó desse povo.
Chicão da Mina
19 de Fevereiro de 2021 at 12:09
Sair à rua JÁ e fazer referendo a população se quer ser região autónoma de São Tomé ou região autónoma de Portugal. Isso leva os políticos da capital a pensar mais sériamente a situação do Príncipe. Só com acções mais graves eles vão perceber.
Toni
19 de Fevereiro de 2021 at 16:11
ÁS vezes começamos a pensar que seria melhor ser região autonoma de Portugal do que esta situação de miseria !!
As regiões autonomas de Portugal, tambem são ilhas com distancias muito maiores em relação ao continente, com navegação de minimo 2 dias. Agora existe:
– Ligação maritima para Madeira e Açores 2 vezes por semana
– Ligações aereas varias vezes ao dia
– Ligações maritimas e aereas entre ilhas diarias
– Subsidio para passagens aereas aos residentes nas regioes autonomas
– Impostos (IVA) mais baixos para compensar a insularidade
– Ponta Delgada (Açores) é uma Camara Municipal com resultados financeiros muito bons
– Isentos de portagens nas autoestradas das regioes
– Subsidio para estudantes que vão estudar para o continente, alem de viagens aereas a baixo custo
– Bons serviços de saude e hospitalares.
– Eleiçoes e governantes locais
e em relação a São Tomé com Pricipe a comparação é horrivel !!
Dá que pensar um referendo para a autonomia com Portugal, mas acho que Portugal não pode nem o pvo Portugues não deixa a despesa iria ser muito grande para recuperar o Pais
Andorinha
19 de Fevereiro de 2021 at 12:19
E este Primeiro Ministro Jorge bom Jesus anda a brincar com povo ele em um expediente de truke foi la com comitiva dele e disse “viemos ca para cortar mal pela raiz” kkkkk até da piada esse Primeiro Ministro Jorge bom Jesus com palavras bonitas mas não faz nada.
Se Jorge bom Jesus não esta a conseguir sai demita-se.
matabala
19 de Fevereiro de 2021 at 13:21
uma falta de respeito para com os nossos compatriota da ilha irmã. Onde está a Inspecção Económica para regular os preços de combustivel e materiais e punir os especuladores? Andam só atrás dos que tem estabelecimento comercial com porta aberta no publico a ver se tiram alguma coisa dos comerciantes da cidade?
100 dobras!?!!abuso pah…
ENAPORT não ganha dinheiro suficiente para reparar uma grua???mas quanto ganha seu director e seus adjuntos?? E o que cobram nas alfandegas sobretudo nas viaturas, serve só para os subsidios de viagem aos seus quadros?
EMAE não manda reparar geradores porque? Falta dinheiro? Mas não faltou para dar bónus no fim do ano aos seus altos funcionário…e o director quanto ganha?
Não aceitam outras companhias voar para o Principe? Mas porquê? O monopólio das viagens aéreas serve que interesses do Governo? Porque os interesses da população não contam para nada isso já estamos a ver há muito tempo….
Tudo isto porque o Principe não alinha com camaradas…e o ódio/rancor é cego…até quando?
Fuba cu bixo
19 de Fevereiro de 2021 at 15:05
Estou muito triste na governação de Patrice Trovoada Príncipe estava bom Patrice olhava bem para região do Príncipe o Jorge bom Jesus esta a nos desgraça com promessas falsa povo ja não aguenta mais.
Livre
19 de Fevereiro de 2021 at 15:46
Francamente!!!!!Ou é autonomia ou não é.Esta é uma questão que diz respeito a todos cidadãos, principalmente aos que pagam impostos. Não estou disponível para financiar autonomia( ou seja toda essa pesada estrutura com governo, presidente, directores, deputados, etc, etc) e depois subsídio, subsídio…e subsídio. E os outros saotomenses que não vivem no Príncipe? O que sobra para eles? Um senhor em nome do grupo disse que não eram colónia de São Tomé. Pois é o inverso! Os cidadãos residentes em São Tomé é que deviam reclamar porque São Tomé não é colónia do Príncipe, para ser explorada por este.
Antero
22 de Fevereiro de 2021 at 10:53
Senhor Livre eu também, como natural e filho do PRÍNCIPE, não estou disponível para aceitar que os recursos do Príncipe, desde petróleo e pescas sirva para alimentar parasitas em S.TOMÉ enquanto o povo do PRÍNCIPE continua a viver na miséria. Tenho dito.
Macalacata
19 de Fevereiro de 2021 at 16:14
Afinal o que andou o Sr To Cassandra a fazer e o sue and a o seu substitute a fazer para o Prìncipe??? Andam a trabalhar para conter e apresentar necessidade dos povos do Prìncipe ou andam là a verem o cù dos orgàos da soberania em Sao Tomè?
Muito bem Sr Antonio Carvalho
António cunha dos santos
19 de Fevereiro de 2021 at 17:30
êpa pá, está mali mali. Até PULA foi para manifestação da Ilha do principe
António cunha dos santos
19 de Fevereiro de 2021 at 17:33
Acho que o Governo da República deveria avaliar o desempenho do Governo Regional. Ninguem advinha, se vocês não disserem o que falta na Região, ou está mal. Quem está a Governar os assuntos correntes do Estado na região?
Por isso, se querem, que se resolva tudo que vai mal, tem-se que resgatar temporariamente a Autonomia e fazer uma intervenção directa centralizada, até que as coisas se concertam.
Querem isto?
António cunha dos santos
19 de Fevereiro de 2021 at 17:36
Caros compatriotas
Isto não é facil. Ter passagem aérea 100 euros, e ligação que justifique não é facil. Isto não é rentavel. O que estamos a produzir na ilha? Podem me dizer
Chega
19 de Fevereiro de 2021 at 18:24
Jorge Bom Jesus faz sai. Príncipe tem Autonomia mas não tem autonomia financeira. Todo apoio que país recebe fica no Governo Central. Então faz distribuição justa para Príncipe ou dá autonomia financeira para negociar com FMI BAD e BM. Se não aguenta então sai
António cunha dos santos
21 de Fevereiro de 2021 at 17:28
Só em STP. Duas ilhas e outra é autónoma de quem? Então as duas ficam autónomas. Você não produz quase nada, e quer ser autónoma.
Adeliana Nascimento
22 de Fevereiro de 2021 at 8:50
Estes gajos do Príncipe, andam a comer dinheiro e não prestam contas. Olhem como os gajos abateram o ex-Presidente do TC
Brinca na Areia
22 de Fevereiro de 2021 at 11:03
O Povo do Príncipe dá exemplos que todos deveriam seguir. A democracia é mesmo assim. Os governantes não podem pensar que podem escravizar o povo e fazer do povo aquilo que querem. Uma falta de respeito e consideração. Em S.Tomé deveriam fazer o mesmo para acabar com este abuso.