Sociedade

Primeira vacina contra a malária passa em testes com resultado “seguro e eficaz”

Parceria Téla Nón / Rádio ONU 

OMS anuncia vacinação em larga escala em Gana, no Quênia e no Malauí; imunização de rotina nos três países devem terminar em 2023; nova etapa avalia otimização do uso da vacina, impacto do imunizante e baixa na mortalidade infantil.

Um estudo-piloto da primeira vacina contra malária do mundo mostrou que o produto é “seguro e eficaz”.

A conclusão foi anunciada esta quarta-feira, em Genebra, após a aplicação de 2,3 milhões de doses da chamada RTS, S a 800 mil crianças em Gana, no Quênia e no Malauí.

Alcance

Em nota, a Organização Mundial da Saúde, OMS, que recomendou o imunizante para uso em larga escala, disse que a pesquisa levou a uma redução de 30% nas hospitalizações por malária grave em menores de idade, desde que a iniciativa iniciou em 2019.

O Programa de Implementação da Vacina contra a Malária destaca ainda que com a distribuição do imunizante através de campanhas de rotina, os estudos pilotos foram capazes de estender o alcance da vacina de forma rápida e equitativa.

PATH
Pesquisa levou a uma redução de 30% nas hospitalizações por malária grave em menores de idade

As principais conclusões da pesquisa destacam uma contribuição importante da análise adotada pelos órgãos consultivos globais para imunização para malária reunidos em 6 de outubro.

Neste momento, a iniciativa testará a implementação em larga escala da vacina RTS, S por meio de programas de imunização de rotina nos três países. O processo deve acontecer até 2023.

Medicamentos

De acordo o projeto coordenado pela OMS, a próxima fase envolve a distribuição de dados sobre como otimizar o uso da vacina, o impacto e a redução na mortalidade infantil. Nesta etapa também serão avaliados os benefícios da quarta dose da vacina.

A eficácia da vacina contra a malária tinha sido comprovada pelo ensaio clínico de Fase 3 na sequência teve um parecer científico favorável da Agência Europeia de Medicamentos, EMA.

Depois, foi lançado o Programa de Implementação de Vacina contra a Malária para avaliar a viabilidade de se administrar as quatro doses da RTS, S no terreno, além de estudar seu potencial para reduzir mortes infantis e o uso seguro do produto.

Cerca de US$ 70 milhões foram investidos na iniciativa envolvendo a agência da OMS Unitaid, a Aliança de Vacinas Gavi e o Fundo Global. Entidades como o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, PATH e GSK apoiam a pesquisa.

Casos fatais

Em relação ao impacto da vacina no combate à malária, a agência ressalta que em 15 anos houve ganhos significativos seguidos pelo atual momento de estagnação. A África Subsaariana tem 90% das infecções e mortes por malária e ilustra a situação.

Crianças menores de cinco anos correm o maior risco de morte pela doença, que chega a causar mais de 260 mil óbitos infantis a cada ano.

Em momento de pandemia marcado por atrasos, paralisações, desvio de fundos e sistemas de saúde sobrecarregados devido à Covid-19 “são necessárias novas ferramentas de combate à malária”.

Para a agência da ONU, a vacina e a prevenção combinados podem reduzir casos de doenças e mortes de uma forma significativa em crianças em toda a África.

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