O cenário vivido na ilha de São Tomé desde a noite de 28 de Dezembro de 2021, até as primeiras horas de 29 de Dezembro assemelha-se ao apocalipse.
Chuva torrencial quase que ininterrupta que começou por volta das 12 horas de 28 de Dezembro. Trovões e relâmpagos acompanharam a chuva ininterrupta até ao amanhecer de 29 de Dezembro de 2021.
Carlos Dias, coordenador do comité de alerta precoce contra catástrofes naturais, disse a imprensa que só há 30 anos São Tomé e Príncipe registou queda de tanta chuva em menos de 24 horas.
Sem rajadas de vento, a chuva torrencial fortaleceu o caudal dos rios. Na capital São Tomé, o rio Água Grande saiu do leito.
«O rio está a transbordar em consequência também da acumulação do lixo», afirmou o Ministro das Infra-estruturas, Osvaldo Abreu.
Uma retroescavadora entrou em acção para limpar o leito do rio Água Grande, que estava congestionado por causa de grande quantidade de lixo arrastado pela enxurrada.
As ruas da capital se transformaram num lago. A água abundante entrou e inundou lojas, destruiu mercadorias, ensopou escritórios, e o rés de chão dos edifícios passaram a ser piscina.
«Nunca tivemos tanta chuva em pouco tempo aqui na capital…», reforçou o ministro Osvaldo Abreu.
O Governo visitou as ruas da capital. O Presidente da República Carlos Vila Nova também esteve no terreno para constatar in loco a destruição causada pela inundação que ocupou São Tomé.
«Estamos numa situação com características próprias das alterações climáticas…», alertou o Ministro das Infra-estruturas e Recursos Naturais.
O interior da ilha de São Tomé reforça o cenário apocalíptico. A chuva torrencial e demorada fez o rio Lembá no norte da ilha de São Tomé destruir a maior ponte do país. A ponte sobre o Rio Lembá partiu em 3 pedaços. Ponta Furada, um dos pontos mais nortenhos da ilha de São Tomé está assim isolada do resto do distrito de Lembá.
Segundo o Ministro Osvaldo Abreu, no distrito de Lembá há registo do desabamento de outras duas pontes, nomeadamente a ponte sobre o rio Contador, e a ponte Paga Fogo. Lembá é actualmente um distrito cortado em três pedaços.
A enxurrada da noite de 28 de Dezembro de 2021 provocou estragos também na região centro-sul da ilha. A estrada nacional número 2, que liga cidade de São Tomé à Porto Alegre no extremo sul registou derrocadas na zona da Praia de 7 Ondas.
Danos e prejuízos ainda incalculáveis pintam o cenário apocalíptico da noite de 28 de Dezembro e manhã de 29 de Dezembro de 2021 na ilha de São Tomé.
Abel Veiga
Não Complica
30 de Dezembro de 2021 at 7:27
Senhores do Téla Nó, será que sabem o real significado do;”cenário apocalíptico”? E nem tem nada a ver com o dilúvio.
Outra questão. A chuva que se fez sentir no país foram durante quase 24hs sem parar e se fosse no outro país, o caos e os desastres seriam maiores ainda. Nenhum país do mundo está preparado para tal, e é verdade que no nosso, com a falta de saneamento e esgotos também não ajudam. Não estejam a fazer propagandas e lançar alarmes desnecessários.
Lamento as mortes, desaparecimentos e enormes prejuízos dos comerciantes. Os próprios especialistas na área climática tem vindo a dar alertas para consequentes chuvas fortes e mais recorrentes. A natureza revoltada ninguém pára, temos é de nos previnir para o futuro porque é bem provável que a situação não pare por aí.
Um bem haja.
Fui.
Cobra branca
30 de Dezembro de 2021 at 12:52
E vai chegar o aumento do nivel do mar
guilherme
30 de Dezembro de 2021 at 13:11
Concordo e subscrevo os comentários do “Não Complica” e apenas acrescentaria o seguinte:
Somente mentes atrofiadas e politiqueiros revoltados podem querer culpar, seja lá quem for, pela carga de água (chuvas) proveniente das nuvens nos últimos dias. Como disse o outro “a natureza revoltada ninguém pára” ou controla. Enquanto viventes na terra e todos possíveis vitimas de desastres naturais, temos sim, que precaver e mitigar sobre possíveis ações preventivas que devem ser tomadas para minimizar os impactos. Como ilhas, seremos também vitimas das consequências da subida do nível do mar e daí a necessidade de estabelecer um sinal de alerta para as zonas pescatórias e se possível realojar as comunidades mais sensíveis, como já é o caso de St. Catarina. As autoridades devem fazer uso da comunicação social para ensinar, sensibilizar e educar as populações sobre os fenômenos ou desastres naturais que podem recair sobre STP e como nos prevenir para reduzir ao minimo os impactos negativos.