Sociedade

STP adopta plano nacional de luta contra a resistência aos medicamentos antimicrobianos (RAM)

Equipa de validação do plano nacional de luta contra a resistência antimicrobiana presidida pelo Ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais, Célsio Vara Cruz Junqueira

São Tomé, 30 nov. – O plano nacional de combate à resistência antimicrobiana foi aprovado na segunda-feira 28 de novembro, após mais de uma semana de actividades para promover a luta contra a resistência antimicrobiana no país.

Estas actividades foram desenvolvidas como parte da campanha global de sensibilização sobre o uso consciente de antimicrobianos organizada anualmente de 18 a 24 de novembro.

Dirigindo-se aos participantes do seminário de validação deste novo documento estratégico, o Ministro da Saúde, Célsio Vera Cruz Junqueira, afirmou que após a sua aprovação, é necessário encontrar meios e recursos para que o plano seja implementado com sucesso.

Ministro da Saúde, Célsio Vera Cruz Junqueira

Segundo o ministro da saúde, a resistência antimicrobiana (RAM) conduz a um aumento da mortalidade, morbilidade e custos de saúde.  Para Célsio Junqueira, é, portanto, um fenómeno global que se agravou nas últimas décadas devido à utilização inadequada de antimicrobianos na medicina humana e veterinária. A sua rápida propagação e expansão deve-se principalmente à falta de medidas de prevenção e controlo das infecções.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2019, foram registados quase 5 milhões de mortes em todo o mundo devido as resistências aos medicamentos. A utilização inadequada e generalizada de antibióticos durante a pandemia de COVID-19 agravou a situação.

A resistência aos antimicrobianos é uma preocupação internacional desde há vários anos. Em 2015, foi adoptado pela Assembleia Mundial da Saúde (OMS) um Plano de Acção Global sobre Resistência Antimicrobiana (RMA) com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). O objectivo do plano é aumentar a sensibilização para a resistência de antimicrobianos através da comunicação, advocacia e a formação eficaz sobre a questão.

Falando na abertura do seminário, a Dra. Françoise Bigirimana, representante da Organização Mundial de Saúde, disse que a resistência antimicrobiana representa uma séria ameaça à saúde pública. Segundo a Dra. Bigirimana, a resistência aos antimicrobianos deve merecer a atenção acrescida do governo e da população, pois pode pôr em risco os progressos obtidos no tratamento e controlo de doenças como a malária, VIH/SIDA, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis.

A celebração da RMA deste ano foi feita sob o lema “todos juntos para prevenir a resistência aos antimicrobianos”.

Ateliers de capacitação técnica e de sensibilização nas escolas públicas

Há um grande risco dos microrganismos resistentes se propagarem entre animais e plantas e no ambiente, com consequências desastrosas para a segurança alimentar e o crescimento económico global.

Em São Tomé e Príncipe, embora os dados sejam limitados, alguns estudos mostram que a RAM é uma ameaça. Por exemplo, um estudo de 2018 mostrou resistência aos antibióticos utilizados para tratar pneumonia em crianças. Há também um aumento nos casos de resistência multi-fármacos contra a tuberculose, com 1 caso em 2020, 6 casos em 2021 e 11 casos em 2022 de tuberculose multirresistente.

Este ano, em São Tomé e Príncipe, as celebrações tiveram lugar entre 18 e 28 de novembro com uma série de actividades na mídia de sensibilização, e de formação. Uma equipa nacional composta de técnicos dos Ministérios da Saúde e da Agricultura, com o apoio da OMS, viu reforçada as suas capacidades sobre questões de saúde humana, veterinária e fitossanitária. Foram também realizadas reuniões de sensibilização e informação sobre resistência antimicrobiana nas escolas públicas dos dois distritos mais populosos do país, Água Grande e Mé-Zochi.

FONTE : OMS em São Tomé e Príncipe

3 Comments

3 Comments

  1. Sem assunto

    30 de Novembro de 2022 at 20:21

    “Dirigindo-se aos participantes do seminário de validação deste novo documento estratégico, o Ministro da Saúde, Célsio Vera Cruz Junqueira, afirmou que após a sua aprovação, é necessário encontrar meios e recursos para que o plano seja implementado com sucesso”.
    Que triste é meu país, decidem coisas para depois andarem meio mindo feito mendigos pedindo esmolas para deus e diabo.

  2. Vanglega

    1 de Dezembro de 2022 at 6:44

    Vai Celso

    Agora vais tira o pè da meia

  3. Zumbakuê

    7 de Dezembro de 2022 at 6:12

    Relativamente ao problema da resistência antimicrobiana, é um facto a ter em conta em todo mundo.
    Em relação a STP, o que é feito quando um paciente apresenta sintomas de uma infecção?
    O antibiótico é administrado ou prescrito de forma empírica.
    Isto porquê? STP, não tem um laboratório de microbiologia. Um exemplo de infecção urinária, o diagnóstico é feito com Exame sumário de urina, quando deveria ser complementado com uma urocultura, antes de administração de qualquer antibiótico. O exame sumário de urina, não permite a identificação do microorganismo causador da infecção, nem a concentração mínima inibitória do antibiótico.
    Enfim…resistências, continuarão, se o sistema de saúde mantiver tal como está.
    Não se combate a resistência antimicrobiana, sem a existência de um laboratório eficaz. Somente o exame físico, não resolve o problema.
    É preciso fazer alguma coisa mais….

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