Estudo recomenda “Criação nas escolas de clubes de raparigas para uma maior participação feminina na vida social”
É uma das conclusões preliminares de um diagnóstico participativo do programa sobre as normas sociais e educação das raparigas em São Tomé e Príncipe.
Com o diagnóstico procura-se entender melhor que resistências sociais e culturais travam a educação das raparigas em São Tomé e Príncipe.
A pesquisa incide sobre várias áreas: taxas de inscrição, de escolarização, do ambiente escolar, das necessidades, das influências socioculturais e muito mais.
Os trabalhos iniciados em Janeiro recorreram a análise documental e entrevistas aos alunos de todos os distritos do país, professores, pais e encarregados de educação.
Apesar de não estarem ainda concluídos, já permitem uma visão sobre a inclusão das raparigas na comunidade educativa.
«Comparando com outros países da região da África central, S. Tomé e Príncipe está num patamar superior. É um país onde as raparigas têm acesso a escola, desde a pré-escolar até ao ensino secundário e, em número superior aos rapazes» – disse o responsável pelo diagnóstico e ponto focal do programa sobre normas sociais e educação das raparigas.
Segundo Edson Costa, ainda assim, há alguns indicadores que precisam de ser melhorados.
«Por exemplo, ao nível de comportamento, de auto-estima, de liderança. É preciso criar clubes de raparigas nas escolas para que elas tenham mais confiança, mais interesse de impactar e participar na sociedade e serem agentes da mudança. Não basta estar na escola para dizer que tenho 12º ano, é preciso ter uma mudança diferente ao nível de comportamento».
O diagnóstico é financiado pelo Fórum das educadoras Africanas, com sede em Dakar, no Senegal, com apoio do laboratório de investigação para as transformações económicas e sociais.
José Bouças