Sociedade

Ensino Superior está a ser abalado, pelo aumento do fluxo migratório

O ensino nas Universidades em São Tomé e Príncipe está a ser abalado, em particular, pelo aumento do fluxo migratório, que tem retirado muitos alunos ao ensino superior.

Há mesmo quem diga que, se nada for feito, o futuro das Universidades no país pode estar comprometido.

As turmas estão praticamente vazias. O cenário repete-se em todas as universidades de São Tomé e Príncipe e já lá vai quase um mês desde o início das aulas.

«No ano passado, a essa altura já tínhamos uma média de 200 alunos, neste momento, estamos com 50 alunos» – disse Agostinho Rita, reitor da Universidade IUCAI.

«Nós temos cursos que já iniciaram há três anos e começaram com uma média de 30 alunos e, só têm hoje 8 alunos» – avançou Vanda Costa, responsável pelos recursos humanos da Universidade Pública de S. Tomé e Príncipe.

«Estamos com muito poucos alunos em sala de aula» – frisou por sua vez, Helena Afonso, assessora e docente da Universidade Lusíada.

O fluxo migratório, sobretudo de jovens para o estrangeiro, é uma das principais razões.

Aconselhamos esses jovens, é claro que ninguém pode impedi-los de sair, que acabem um curso em S. Tomé an«es de ir ao estrangeiro» – aconselhou Agostinho Rita.

Para colmatar a situação, as universidades avançaram com algumas propostas ao governo.

«Para obter bolsa das empresas petrolíferas é preciso ter uma média 12. Todos que têm média 12, 13,14 foram-se embora para Portugal. Estamos a propor ao governo para rever essa média 12. Por outro lado, a possibilidade de dar bolsa a todos aqueles que têm o 12º ano concluído e que não têm condições» – avançou o reitor do IUCAI.

Por este andar, o futuro das universidades em São Tomé e Príncipe vive um período de incerteza.

«Esse panorama se mantiver o futuro das universidades estará mesmo comprometido» – vincou Helena Afonso da Universidade Lusíada.

«Esse comprometimento é que nos preocupa» – sublinhou, por seu turno, Vanda Costa da Universidade Pública.

Em São Tomé e Príncipe contam-se quatro universidades, uma pública e três privadas e todas estão a viver o mesmo problema, a falta de alunos.

José Bouças

10 Comments

10 Comments

  1. Pumbu

    13 de Outubro de 2023 at 23:50

    Agora é que vai!!!

    Eis algumas soluções:
    Ingresso gratis. Criterios de acesso menos exigentes. Publicidades e propostas para atrair estudantes estrangeiros.

  2. Jose Rocha

    14 de Outubro de 2023 at 3:32

    Complicado…

  3. Vanplega

    14 de Outubro de 2023 at 9:40

    Mà politica dos politicos, originou neste frodo migratòrio

    Atè este senhor que chora, teve responsabilidades nesta mà politica implantado desde independëncia.

    Um pais, que ñ cuida dos seus, ñ dà trabalho nem pāo, ten que haver essa migraçāo.

    Nem um triste JARDINEIRO, o paìs ñ acolhe. Vāo todos embora, deixar o paìs para politicos trabalharem.

  4. gente da terra

    14 de Outubro de 2023 at 10:18

    Minha gente,

    Foi uma boa experiência termos universidades em São Tomé e Príncipe.
    Mas, acho que hoje, devemos fechar essas universidades todas : (IUCAI, LUSIADA, UNIVERSIDADE DE SÃO TOMÉ) e voltarmos a estaca Zero. Quem quer estudar seriamente vai para América, Europa ou Asia estudar, porquanto o resultado das nossas universidades tem sido desolador e triste.
    Basta olhar, a proliferação dos títulos que são usados nos corredores do ministério público e dos tribunais em São Tomé, (senhor doutor, senhora doutora..) por pessoas altamente complexadas e ignorantes que adquiriram uma pequena licenciatura e que até chegam a serem juízes dos Tribunais Superiores.
    A facilidade académica em São Tomé e o desprestigio contra as formações universitárias praticada pelos governantes, (primeiro – ministro / que nunca estudou nada seriamente, nomeação de ministros analfabetos, deputados analfabetos, membros dos conselhos de administração de entes do Estado analfabetos ), permitiram nivelar tudo para baixo, invertendo os valores da sociedade santomense.

  5. maria chora muito

    14 de Outubro de 2023 at 12:35

    A falta de alunos no ensino superior não se trata somente do fluxo migratório. Deve-se essencialmente a banalização da formação superior.
    Numa sociedade em que os irmão Monteiros, como apoio de Afonso Varela e Elísio Teixeira, correm de forma vexatória e humilhante com os juízes do Tribunal Constitucional e põem no Tribunal juízes sem tarimba, mas que desde muito cedo manifestaram ávidos as altas funções do Estado: Roberto Raposo ( não se sabe exatamente, o que ele estudou no Brasil), Leopoldo Marques, Kótia Menezes, Lucas Lima e o tal de IUCAI – Patrick Lopes Novais.
    Ora, neste país em Abel Bom Jesus, pequeno camponês, é ministro da agricultura, os jovem estão desorientados. Vão estudar para quê !!!!

    • afonso

      12 de Novembro de 2023 at 15:07

      kkkkkkkkkkkkk

  6. Madiba

    16 de Outubro de 2023 at 10:38

    Ensino superior em S. Tomé e Príncipe. Com média de 12 valores, o senhor Agostinho Rita tenta baixar para 11 ou 10 valores para que os alunos-aspirantes da licenciatura consigam bolsas das empresas petrolíferas para estudarem na sua IUCAI e que o senhor continue a faturar, mesmo não dando aulas aos coitados dos alunos. O senhor Agostinho Rita deve estar a esquecer-se que o maior problema do ensino superior no país tem a ver com preparação horrível dos alunos na Secundária Básica. E aí os fatores da degradação são vários. A associar à falta de escrúpulos do senhor Agostinho Rita. Homem muito intelectual, a verdade deve ser dita. Mas por culpa do dinheiro fácil, perdeu a cabeça e destruiu a intelectualidade de muitos jovens santomenses, com um ensino universitário frouxo. Anos atrás IUCAI socorria-se nos estudantes-trabalhadores e jovens de baixa renda saídos do Liceu já a mancar. Hoje, os estudantes-trabalhadores quase já não existem. Os jovens de baixa renda preferem ir trabalhar, seja lá o que for para Europa. E o senhor Agostinho Rita fica a chorar! Mas o maior culpado de falta da clientela estudantil tem a ver com uma cultura de mediocridade instalada para se safar. E nunca por uma cultura de excelência, de saber fazer, de trabalho árduo, de uma verdadeira marca. E outras coisas mais, como um ensino de qualidade altamente duvidosa. Minha gente, estamos perante um ensino que os alunos antes de saírem de casa para escola já têm 7 valores à espera! Até podem dar 3.000 faltas no ano letivo. Ele vai passar de classe. Porque a Direção da escola assim decide. E assim tem que ser. Quando os problemas acontecem, ficamos chocados e a lamentar. Pois esquecemos que, somos nós próprios os criadores desses mesmos problemas, macabros da nossa sociedade. E o pior de isto tudo, é que toda a gente sabe da triste penúria da situação dos estudantes da IUCAI e ninguém faz nada! Senhores como, senhor Agostinho Rita, não são para gerir nada. Muito menos uma Universidade. Talvez, melhor seria plantar batatas. Deus acuda S.Tomé e Príncipe!

  7. Amir Costa Legre

    18 de Outubro de 2023 at 20:36

    Universidades? Só pode ser brincadeira!! Professores epistemologicamente muito mal preparados e sem maturação técnica e metodológica, com pouca capacidade reflexividade. Se quisermos de facto Universidades em Tomé e Príncipe, é fundamental recrutar na Europa , América latina, Portugal, França, Inglaterra…pois, residem nestes territórios intelectuais são-tomenses altamente bem preparados, a vários níveis: Ciências Socias, engenheirais, medicinas etc… Estou neste momento a tirar uma doutoramento em História, já contactei com muitos destes quadros são-tomenses, alguns em Coimbra, Porto, Lisboa Beira interior etc. Nós temos “gente” muito bem preparada, que espalhadas por este mundo fora, ao invés de critica-los, é fundamental seduzi-los a regressar para colaborarem na transformação de todo o sistema de ensino, torna-lo sustentável e competitivo globalmente.
    Eu em Tomé , eu estudei no IUCAI e na Universidade de S.Tomé. Fui Director na Escola Pública em S.Tomé etc…Agora estou em Portugal a fazer um Doutoramento, não se compara…pois eu sinto-me profundamente ignorante, andei a ser enganado e a enganar alunos e alunas.

  8. EX

    19 de Outubro de 2023 at 9:32

    Porquê essas Unversidades não se tornarem CEntro de Formação Profissional por Excelecnia, com boa qualidade e colocar os Jovens no mercado de trabalho, em vez de estar a busca do Titulo de Drs. de feridas.
    Universidade dó pé. Só pra dizer que são Licenciados, mas um monta de palha. Tudo porque já faz parte da Comissão Politica de um Partido, se desarasca numa Universidade e o Partido ganho vira Director disto e aquilo, e quem perde é o pais e a População. Uns vão no estrangeiro nos Seminarios, Workshops, ficam que nem bestas.
    Uns vêem a Cabo Verde ficam de boca aberta tipo abestados, e Técnicos Profissionais aqui dão capote até aos Directores de STP.

  9. canela Paulo

    19 de Outubro de 2023 at 10:11

    A falta de visao dos pretos é inacreditavel!

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