O consumo de plástico de utilização única é um problema que se tem vindo a agravar nas ilhas de São Tomé e do Príncipe nos últimos anos.
«O mais poluente hoje, fazendo percurso nos rios e vai dar ao mar é o plástico de uso único» – disse Ana Alice, diretora regional do ambiente.
As consequências estão à vista.
«Os nossos peixes, segundo pesquisas, já têm registo de microplástico, então, nós estamos, indiretamente, a consumir esses microplásticos sem falar da morte de várias espécies da biodiversidade marinha, especificamente, por ingestão de plástico de uso único».
A lei que proíbe a entrada de plástico de uso único em São Tomé e Príncipe entrou em vigor em 2021, mas até agora a aplicação prática tem sido praticamente nula. As autoridades regionais estão preocupadas e prometem agir.
«Nós estamos com o processo de um decreto legislativo regional que vem, de forma local, ajudar-nos a resolver esse problema que a lei nacional não tem resolvido. Esse decreto vem falar da gestão dos resíduos no geral, focando em coimas para o incumprimento de algumas ações menos sustentáveis, mas também no aumento de taxa, no nosso porto, de sacos e garrafas de plástico» – vincou a diretora regional do ambiente.
Na ilha do Príncipe já há alternativas aos sacos de plástico.
«Nós temos o projeto “Passô Plástico” que está a incentivar as costureiras locais a produzirem sacos de pano. Panos e lençóis de fardo que não vendem estão a ser aproveitados para a produção desses sacos que serem para pão ou para transportar qualquer outra coisa. Estão à venda a preços acessíveis em vários pontos da ilha».
Tudo em nome de um meio ambiente mais saudável na ilha que se orgulha do estatuto de reserva mundial da biosfera.
José Bouças