Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África
O Dia Mundial da Diabetes é comemorado a 14 de Novembro pela comunidade internacional. O Dia Mundial da Diabetes é assinalado no sentido de sensibilizar para o crescente fardo desta doença e salientar as formas como a doença pode ser prevenida e gerida. O tema permanece o mesmo: «Acesso aos Cuidados com a Diabetes». Este ano, a tónica recai na prevenção da diabetes, em particular da diabetes tipo 2, que está ligada a factores de risco conhecidos, alguns dos quais podem ser minimizados pelas nossas comunidades se estiverem munidas da informação correcta. Os factores de risco mais relevantes são o excesso de peso; a falta de actividade física regular e uma dieta rica em açúcares, sal e gorduras, especialmente em pessoas com antecedentes familiares da doença.
A nível mundial, a diabetes está entre as 10 principais causas de morte. Na Região Africana, 24 milhões de adultos vivem com diabetes, e prevê-se que este número aumente para chegar aos 55 milhões de pessoas até 2045. Em 2021, a diabetes foi responsável por 416 000 falecimentos em África e prevê-se que seja uma das principais causas de morte na Região até 2030.
A diabetes afecta todas as partes do corpo e, se não for gerida corretamente as pessoas que vivem com a doença podem desenvolver complicações debilitantes e potencialmente fatais. Tal situação leva a uma maior necessidade de cuidados médicos, a uma redução da qualidade de vida e a uma morte prematura além de representar um enorme encargo para as pessoas afectadas e para as suas famílias.
Um grande número de pessoas com diabetes em África nunca foram diagnosticadas ou não têm acesso a medicamentos e tecnologias que podem melhorar a sua doença. Com efeito, 54% das pessoas diabéticas ainda não são diagnosticadas em África, o que revela a necessidade de uma maior sensibilização para a doença e a capacidade de reconhecer e diagnosticar a diabetes a um nível de cuidados facilmente acessível a todos nas nossas comunidades. Uma vez diagnosticadas, as pessoas com diabetes precisam de receber cuidados regulares para monitorizar os efeitos da dieta e da medicação, e para detectar complicações precocemente.
Estão disponíveis vários pacotes e instrumentos técnicos da OMS, como o pacote de intervenções essenciais da OMS contra as doenças não transmissíveis para os cuidados de saúde primários (WHOPEN), a estratégia regional PEN-PLUS para cuidados integrados em regime ambulatório para as doenças não transmissíveis crónicas graves nos primeiros hospitais de referência, o pacote técnico para o tratamento das doenças cardiovasculares nos cuidados de saúde primários, incluindo o da diabetes (HEART-D), e os que oferecem excelentes orientações aos Estados-Membros sobre prevenção e tratamento secundários da diabetes.
A diabetes deve ser levada a sério não só pelas pessoas que vivem com a doença ou que correm um risco elevado de a contrair, mas também pelos profissionais de saúde e pelos decisores. A prevenção através da adopção de um estilo de vida saudável, combinado com uma boa nutrição rica em frutas e legumes, a prática de actividade física, o não consumo de produtos do tabaco e álcool, pode reduzir de forma colossal o risco de desenvolver a diabetes tipo 2.
Embora a fase de emergência da pandemia de COVID-19 tenha terminado, o vírus continua a constituir uma ameaça para as pessoas diabéticas. Exorto todas as pessoas diabéticas a adoptarem um estilo de vida saudável e a se protegerem, vacinando-se contra a COVID-19.
Hoje, peço aos governos que invistam na prevenção da diabetes e na disponibilização a todas as comunidades de produtos essenciais, como a insulina, glucómetros e tiras de teste. Esta abordagem deverá ser apoiada pela formação de profissionais de saúde na prevenção e gestão da diabetes ao nível distrital e comunitário, para melhorar a disponibilidade dos serviços.
Exorto igualmente os governos africanos a adoptarem e personalizarem as metas mundiais para a diabetes que são partes integrantes dos esforços de forma a reforçar e monitorizar a resposta à diabetes nos seus programas nacionais de luta contra as doenças não transmissíveis. Exorto as autoridades nacionais a reforçarem os sistemas de vigilância, para monitorizarem as tendências da diabetes e de outras doenças não transmissíveis ao nível da população, de modo a tornar possível a planificação e a gestão da diabetes.
Saiba mais:
The WHO Global Diabetes Compact
WHO prioritizes access to diabetes and cancer treatments in new Essential Medicines Lists
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Non-communicable diseases progress monitor 2022. Geneva: World Health Organization; 2022.
International Diabetes Federation (IDF) Diabetes Atlas Ninth edition 2021
