Sociedade

Praia Gamboa e WACA travaram a erosão costeira eliminaram um pântano e criaram marina para pirogas

A comunidade piscatória da Praia Gamboa, localizada nos arredores do aeroporto internacional de São Tomé mostrou uma das provas do sucesso da execução do projecto de resiliência das zonas costeiras da África Central, WACA.

A comunidade que tem se confrontado com o avanço rápido do mar beneficiou de um financiamento do Banco Mundial, no quadro do projecto WACA no valor de 1 milhão e 300 mil euros.

O financiamento foi aplicado na construção de quebra-mar numa extensão de 300 metros, que criou uma marina para protecção das canoas(Pirogas) dos pescadores artesanais.

Uma extensa área de Praia Gamboa era um pântano de água fétida que confinava com o mar. A erosão costeira era quotidiana e o mar inundava cada vez mais o pântano e as dezenas de residências do bairro.

A empresa chinesa que ganhou o concurso público executou a obra. Eliminou o pântano e edificou sistemas de drenagem das águas. A comunidade piscatória que estava a recuar para mais próximo do aeroporto internacional, por causa do avanço do mar ganhou agora, mais espaço e dotado de sistemas de engenharia civil que travam  o avanço do mar.

Arlindo Carvalho, coordenador do projecto WACA destacou as três valências da obra que projecta Praia Gamboa como comunidade resiliente às mudanças climáticas.

Segundo Arlindo Carvalho a manutenção do sistema de drenagem é da responsabilidade da câmara distrital de Água Grande e da população local. A autarquia de água grande cujo Presidente não esteve presente na cerimónia de inauguração da zona requalificada, foi desafiada a evitar que os canais sejam entulhados de lixo, ao ponto de nascer um novo pântano desta vez dentro do novo sistema de drenagem.

Abel Bom Jesus, o ministro que tutela o sector das pescas deu ênfase ao impacto que a requalificação da zona da Praia Gamboa está a ter na redução do paludismo. O antigo pântano era ninho de mosquitos que provocam o paludismo e também a dengue.

Cosma Fernandes habitante de Praia Gamboa disse ao Téla Nón, que antes não conseguia dormir em casa. «Muito mosquito. Nem conseguíamos ver televisão na sala da casa. Aliás esse pântano tinha água esverdeada e cheirava muito mal. Hoje estou contente, foi uma boa acção», pontuou a habitante de Praia Gamboa.

Cosma Fernandes propôs que o novo espaço requalificado deve servir para a construção de jardim de infância e escolas. «os nossos filhos caminham longa distância para ir a escola. Seria bom que construísses escolas e jardins aqui», precisou.

Projecto WACA combate a erosão costeira e sensibiliza a população para a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. A população assimila as ideias, compreende aos poucos os efeitos do fenómeno das mudanças climáticas, e projecta acções que garantam a sustentabilidade.

Abel Veiga

8 Comments

8 Comments

  1. jose Manuel

    27 de Novembro de 2023 at 7:01

    Tenho acompanhado ações que este projeto waca tem desenvolvido em várias comunidades e aproveito para parabenizar o mesmo e toda sua equipa que têm dado prova de eficácia.
    Pude visitar Praia Melão e fiquei de boca aberta com a eliminação daquele pantano pelo projeto. Também visitei Pantufo e gostei imenso da obra realizada. Ainda não fui para outras populações mas dizem que Micoló e Santa Catarina também foi feito estruturas boas lá. Por isso muito parabéns ao projeto e muito parabéns a toda sua equipa
    Bem haja para S.Tomé e Príncipe

  2. Célio Afonso

    27 de Novembro de 2023 at 8:44

    Coisas boas da nossa terra.
    Que mais projectos do tipo para outras zonas e que sejam executados com qualidade, evitando que o dinheiro caia nas maos dos ladrões e se evapore.

    • Tlipa cu Bega

      27 de Novembro de 2023 at 17:15

      Atençao, nao obstante o trabalho que WACA vem fazendo, é bom lembrar que aquilo que se chama de pantano na verdade sao mangais, berço de varias espécies marinhas, que por sinal deveriam ser preservados. O que nao se entende é que o atual responsavel por esta empresa, foi durante muito tempo Director Geral do Ambiente, por sinal deveria ser conhecedor do impacto ambiental que tem estado a provocar com estas intervençoes.

  3. Jorge Semddo

    27 de Novembro de 2023 at 16:59

    Tenho que tirar o chapéu a toda equipa que fez este este projecto acontecer. Os meus parabéns a todos, incluindo a população beneficiada. Agora, o desafio é ainda maior: preservar essa infraestrutura por longos anos. Educação ambiental precisa-se para que a população não encha as valas de lixo. Se desde 1975 tivéssemos aplicado os donativos de centenas de milhões d de dólares com tanta parcimónia como este caso, STP estaria hoje num outro patamar. Que sirva de de exemplo aos outros dirigentes de outros sectores. Mas não posso deixar de fazer um reparo: nos dias de hoje (Séc XXI, já não se fazem valas de drenagem a céu aberto. Isto propicia acidentes principalmente com crianças e potência as populações a deitarem lixo na vala. Hoje em dia as valas de drenagem são todas cobertas com tampas removíveis para situações de limpeza. Se o orçamento não foi suficiente, que seja alocada mais verbas a nível do governo para cobertura das valas e que nos futuros projectos semelhantes as coberturas sejam tomadas em consideração. Mais uma vez os meus aplausos a toda equipa por ter tido a coragem de trazer ao público o custou/valor da obra. De grão em grão a galinha enche o papo.

  4. EX

    27 de Novembro de 2023 at 17:59

    É de congratular com essa resolução do problema da população local, que mais iniciativas e projectos como esses se realizem.

  5. Martelo da Justiça

    28 de Novembro de 2023 at 7:39

    E esse tipo de realizações que o Pais precisa para se alavancar. Esse tipo de projecto toca as pessoas e muda para melhor a vida da população.

    Por isso, deixo tambem Os meus parabéns ao projecto WACA. Espero que o Governo não meta lá nariz para não estragar as futuras realizações.

  6. ARLINDO DE CEITA

    28 de Novembro de 2023 at 19:01

    Normalmente não faço comentários as noticias de Tela Non, apesar de seguir sempre as noticias deste órgão de comunicação social
    No entanto porque o dito senhor Tlipa cu Bega fala em antigo Diretor de Ambiente que está a coordenar o WACA e que não está a respeitar os mangais, gostaria que este senhor pudesse adquirir melhores conhecimentos sobre o que são as florestas de mangais. Durante muito tempo houve instituições que confundiram a população, dizendo que a vegetação que existia na área pantanosa de Praia Melão eram mangais. Foi um grande erro, pois a vegetação prevalecente naquela área não tem nada a ver com mangais. Até puseram uma placa naquela zona a dizer área dos mangais, quando o que existe lá nada tem a ver com os mangais. São uma espécie espinhosa que se adaptou ao local e que nada tem a ver com os mangais.
    Desafio a qualquer um para visitarmos a área e tirar as dúvidas. Por isso o senhor Tlipa cu Bega que pegue no livro se quiser discutir algo da natureza com o coordenador do WACA.
    O WACA está a proteger várias áreas de mangais aos nível nacional, pois este projeto mais do que qualquer um conhece muito bem a importância dos mangais para a natureza.

  7. ARLINDO DE CEITA

    29 de Novembro de 2023 at 11:34

    Senhor Tlipa cu Bega
    Os mangais não se desenvolvem em pântanos. Os mangais necessitam de águas salubres, isto é uma interação constante e permanente entre as águas do mar e água doce. Se não houver esta mistura constante das duas águas não haverá mangais.
    Estou disponível para lhe dar algumas aulas gratuitas quando quiser.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

To Top