Não tem fim a vista o confronto entre as palaiês(vendedoras) do encerrado mercado de Coco -Coco e a Polícia. A mais recente decisão do governo de impedir a venda nas ruas da cidade de São Tomé, provocou o aumento da confrontação quase que diária entre as palaiês que preferiram continuar o negócio nas ruas que circundam o mercado encerrado e a polícia.
As palaiês procuraram a imprensa mais independente do país, para denunciar a situação. Na altura os principais dirigentes do poder local do distrito de Água Grande, que envolve a capital São Tomé, estavam ausentes da cidade capital. O Presidente da Câmara, Tomé Lopes Pereira, e o Vice-Presidente Gualter Vera Cruz estiveram na ilha do Príncipe em visita à região autónoma.
A partir da cidade de Santo António do Príncipe, o vereador Gualter Vera Cruz, mandatado pelo Presidente da Autarquia, falou à imprensa da região autónoma sobre o ambiente de confrontação na capital São Tomé, por causa da decisão do governo de retirar as palaiês da rua.
«Esta decisão do governo através do ministério da administração interna do qual somos parte, entendemos que esta decisão peca por tardia», afirmou o responsável camarário.
Gualter Vera Cruz reconheceu, no entanto, que a ocupação das ruas da cidade pelas vendedoras teve o aval da câmara distrital. «Por causa da dificuldade das pessoas em vender os produtos no dia 1 de junho, deu-se esta oportunidade e as pessoas excedem», referiu.
A Câmara Distrital cedeu e agora está difícil mandar as vendedeiras para o mercado de Bobô Fôrro. «O mercado de Bobô Fôrro não tem todas as condições. Mas sejamos justos, tem muito melhores condições do que as ruas da cidade. Aconselhamos as pessoas a irem para o mercado de Bobô Fôrro», frisou.
O poder local apelou aos vendedores ambulantes a «acatarem a decisão do governo».
Apelo prontamente rejeitado pelas palaiês. A porta-voz das vendedoras Lucrécia Pires de Ceita, respondeu ao vereador. «O conflito vai continuar. Não é só polícia que pode dar porrada a palaiê», declarou.
A porta-voz falou da violência que tem marcado o relacionamento com a polícia.
«Eles põem polícia para nos atacar. A polícia agora dá palaiê porrada. Não sei se é o Estado santomense que mandou a polícia dar palaiê porrada como se fosse um cão», precisou Lucrécia Pires de Ceita.
A decisão do governo de pôr fim à venda nas ruas foi interpretada como um crime. «Estamos à procura de um pão para os nossos filhos. O Estado santomense quer que o país tenha mais ladrões, mais assassinos, e mais meninos de rua», sublinhou a palaiê.
Recusam ir ao mercado de Bobô Fôrro porque dizem que até as lojas da cidade capital, também estão a vender as hortaliças, peixe e outros produtos que as palaiês comercializam.
«Só vamos para Bobô Fôrro se tivermos lugar naquele mercado. As lojas aqui da praça também vendem tudo, tomate, peixe etc. Então fecham também as lojas», pontuou.
O primeiro-ministro Patrice Trovoada foi o principal alvo da fúria das vendedoras. «Eu vi Patrice a descer de avião no aeroporto e ele foi fazer comício e nos disse que se votássemos nele, não iríamos para Bobô Fôrro. Foi por isso que sujei o meu dedo para ele. Pensei que ele era o dono do cão, mas na realidade ele é pior do que o Cão».
O ataque das palaiês contra o chefe do Governo continuou duro. «Ele quer que saiamos daqui para ele governar. Mas ele não vai governar porque não vamos deixar. Ou guerra ou morte», reforçou Lucrécia Pires de Ceita.
A tensão social e braço de ferro latente nas ruas da cidade de São Tomé.
Acompanhe a entrevista da porta-voz das palaiês para mais pormenores.
Abel Veiga

santomé cu plinxipe
9 de Agosto de 2024 at 7:31
Força Governo…não podemos viver numa sociedade onde a anarquia reina….
ANCA
9 de Agosto de 2024 at 10:26
Está é uma medida que se deve manter e é assertiva.
Nisto há pouco a dizer, discutir, arranjar polémicas
Com uma ressalva
Sabendo que a população vive na pobreza, na miséria, tem uma nessecidade havida para fazer negocio, antes de tomar esta medida devia primeiramente arranjar espaços organizados para venda, um recinto aberto, um campo aberto, nos arredores da capital, com mesas em madeira, segurança, para que as pessoas possam fazer negócios até a construção de mais mercados e melhor organização do comercio na capital, para a formalidade.
Pratiquemos o bem
Pois o bem
Fica nos bem
Felicidade
11 de Agosto de 2024 at 6:39
Agora sim…quem prometeu que cumpra a sua promessa e deixe de viajar e roubar o erário público