Sociedade

Trabalhadores da ENASA não acreditam no cumprimento do acordo de concessão do aeroporto

A primeira preocupação prende-se com os direitos dos trabalhadores que, segundo o SINASA, o sindicato da empresa nacional de aeroportos e segurança aérea de São Tomé e Príncipe, não estão salvaguardados no acordo de concessão do aeroporto Nuno Xavier à empresa turca FB Group.

«A ENASA tem segurança social em atraso há alguns anos e depois da concessão sabemos que a concessionária não assumirá o pagamento dessa dívida e da parte do governo já sabemos como é que as coisas processam em S. Tomé e Príncipe e como tal, é bastante complicado» – disse Arlindo Fernandes, presidente do SINASA.

Outra preocupação está relacionada com o prazo do contrato. Os trabalhadores entendem que a concessão para gestão do aeroporto por um período de 49 anos não vai passar da primeira fase.

«Isso porque condicionam a segunda fase ao aumento de passageiros para quinhentos mil e a terceira para um milhão de passageiros. Nós até o ano passado tivemos 67 mil passageiros. 67 mil para 500 mil, não sei como é que vamos atingir. Quer dizer que aquilo é algo criado para alguém conseguir alguma coisa porque em termos de benefícios nem para o país, nem para os trabalhadores temos as nossas dúvidas».

A desconfiança aumenta quando o governo decide descartar o financiamento garantido pela China para a ampliação e modernização do único aeroporto internacional do país em detrimento do projeto turco.

«Uma vez que o projeto da China contemplava a extensão da pista e o novo projeto não inclui a extensão nem outras melhorias na pista».

Em carta dirigida ao ministro das infraestruturas e recursos naturais, o SINASA diz que não foi ouvido em nenhuma fase negocial. Promete usar todos os meios em defesa dos interesses dos trabalhadores.

José Bouças

1 Comment

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  1. Cleopter dos Santos

    28 de Agosto de 2024 at 8:39

    Negócios de alguns. Sem um concurso público aberto e internacional, só pode ser cambalacho. Trafico de influência e corrupção.
    Isto sim, um dia terá que se chamar a responsabilidade a alguém.

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