O projecto chama-se mecanismo de cooperação entre hospitais homólogos China – África. Foi lançado pelo Presidente Xi Jinping na septuagésima terceira conferência da Organização Mundial da Saúde.
São Tomé e Príncipe foi o primeiro país africano que beneficiou do projecto de cooperação chinesa que pretende criar sistemas de saúde sustentáveis nos hospitais de referência dos países africanos.
O hospital Universitário de Sichuan localizado na parte Ocidental da China, assinou o protocolo de parceria com o Hospital Ayres de Menezes, no quadro do mecanismo de cooperação entre hospitais homólogos.
«Com o apoio da comissão de saúde da China estabeleceu-se quatro projectos no âmbito do mecanismo de cooperação de hospitais homólogos. O projecto de São Tomé e Príncipe foi o primeiro a ser aprovado, e a ter um protocolo assinado, e já gerou resultados significativos», declarou Xu Bin, Diretor Geral da Comissão Provincial de Saúde da província de Sichuan.
O director do sistema de saúde da província chinesa, considerou a reunião de avaliação do projecto realizada na quarta – feira, 27 de agosto no hospital central Ayres de Menezes, como testemunho «dos frutos da construção da “Rota da Seda” no sector da saúde, regando a árvore da cooperação China – África através da cooperação no domínio da saúde».
“Rota da Seda”, actualmente conhecida por “Cinturão e Rota”, é um mecanismo de partilha que a China lançou para África e o Mundo. A partilha de conhecimentos, cultura, tecnologias, e do comércio.
China decidiu partilhar a sua experiência de desenvolvimento com África. O país que em 1953 tinha uma esperança média de vida de apenas 40 anos de idade, criou o seu próprio sistema de desenvolvimento, em que a garantia de saúde a população é um pilar estruturante.
Levou o sistema de saúde mais próximo da população. Eliminou as doenças endémicas como o paludismo, deu sustentabilidade ao sistema de saúde, e hoje a esperança média de vida do cidadão chinês é superior a 77 anos de idade. Um índice de esperança de vida mais alto do que o dos Estados Unidos da América.
Segundo a equipa médica chinesa, é essa experiência que o projecto de hospitais homólogos começou a partilhar com o Ayres de Menezes de São Tomé.
Desde agosto de 2023 que 4 médicos santomenses estão a fazer curso de especialidade no Hospital Universitário de Sichuan. Dois estão a especializar-se em cuidados intensivos e outros dois em anestesiologia. Especialidades médicas que faltam falta ao sistema de saúde santomense. Segundo o ministro interino da saúde, Célsio Junqueira, o país só tem 1 médica anestesiologista e é quadro expatriado.
«O nosso governo vai continuar a reforçar a cooperação com a República Popular da China sobretudo na área da saúde que é dos grandes problemas do país», afirmou o Ministro Interino da Saúde Célsio Junqueira.
A sustentabilidade do projecto expressa-se no facto de ao mesmo tempo que forma os 4 especialistas santomenses, a China instalou e apetrechou a primeira unidade de cuidados intensivos de cardiologia no Hospital Central Ayres de Menezes. Incluindo equipamentos e medicamentos.
«Isso é mudança da forma de cooperar. Ao invés do modelo de dar peixe, optamos pelo modelo sustentável, que é de ensinar a pescar», frisou Hu Bin, o encarregado de negócios interino da embaixada da China em São Tomé e Príncipe.
Ganhos que poderão contribuir para reduzir o número de mortes que ocorrem no hospital Central Ayres de Menezes, por causa, nomeadamente do chamado AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Abel Veiga